Comunicação intrauterina

comunicação intra uterina

Comunicação intrauterina.

Fui convidada para discorrer sobre esse assunto com muita alegria, sendo que usarei de conhecimentos da literatura científica, mas também de tudo aquilo que me foi proporcionado quando fui gestante no Japão. Hoje como enfermeira e como instrutora do Método de Ovulação Billings, vejo como é fundamental oferecer conhecimentos sobre a importância da Comunicação intrauterina desde que a futura mamãe e o futuro papai estejam conscientes da sua gravidez.

Existem muitos mitos que cercam essa fase e esse artigo tem como finalidade esclarecer alguns pontos importantes evidenciando a importância de estabelecer a comunicação da mamãe e do papai que estão no mundo externo, para que partilhem de modo integral as suas vidas, suas emoções, suas perspectivas com a nova vida que se desenvolve no ventre da mãe. Este novo ser em todas as suas dimensões deve ser reconhecido como um ser desejado, amado e portanto como integrante de uma família.

Com o advento dos exames de ultrassonografia no fim da década de 60, muitas pesquisas começam a evidenciar a vida uterina e o desenvolvimento do bebê, tanto físico como emocional. Cientistas começam a perceber inúmeros dados reais antes apenas relatados em hipóteses, como por exemplo o chupar o dedo, apalpar e soltar o cordão umbilical, soluçar, entre outros eventos.

Sabemos portanto, no tempo presente a importância da comunicação intrauterina para que o feto possa desenvolver toda a sua capacidade física, emocional e porque não dizer intelectual?

Pesquisas científicas concluíram que músicas de Mozart, Bethoven e Vivaldi, promovem no feto harmonia e equilíbrio emocional. Crianças entre 5 e 6 anos, que durante toda a fase gestacional foram estimuladas através da comunicação intrauterina e ouviam música clássica, escolheram a flauta e o violino como instrumento musical. Outra pesquisa interessante é da Universidade de Washington, que relata que desde a vida intrauterina o feto é capaz de reconhecer o idioma de seus pais e que crianças que estão envolvidas em outro contexto em que haja outro idioma, aprendem esse outro idioma com muita facilidade, pois a partir da 32ª semana o feto é capaz de memorizar tudo o que ele ouve.

Discorrendo sobre o parágrafo anterior, como havia relatado, fui gestante no Japão e meu filho, foi sendo gerado nesse contexto, onde em casa eu, meu esposo e amigos falávamos a língua portuguesa e falávamos japonês para subsistir no cotidiano no país que naquele momento optávamos em viver e que seria o país de escolha para que nosso filho nascesse. Como morávamos em uma cidade com muita facilidade para que nosso filho falasse o português, inclusive na escola, até os seis anos de idade ele foi crescendo num ambiente onde se falava mais o português do que o japonês. Porém, com sete anos de idade, ele entrou para a escola japonesa e em menos de um mês já era fluente na língua como se tudo aquilo que foi memorizado na vida intrauterina viesse a tona, de uma maneira natural. Assim também ocorreu quando ele começou a ter na escola, aulas de música. Tão logo começou as aulas, começou a tocar a flauta, depois piano e na adolescência violão de uma maneira tranquila e muito simples, como se a música sempre tivesse feito parte de sua vida. Ficávamos admirados quando ele começava a solfejar as notas das músicas. Muitas vezes nos perguntávamos de onde vinha tudo aquilo e sempre concluíamos que só poderia ser pelo estímulo que demos quando ele existia dentro de meu ventre. Nos tempos disponíveis amava ouvir música e até escolhemos um tema de música que desde o ventre faz parte de sua vida. Relatando esses fatos a ele desde criança, consegue perceber o quanto foi querido e amado por seus pais.

Assim através da música, mãe e filho podem criar desde muito cedo uma relação profunda e os sons podem ser uma das formas de a mãe (e o pai, por que não?) transmitirem ao filho emoções e sentimentos. Para além disso, acredita-se que escutar um tema especial ao longo da gravidez traz algumas vantagens, já que, para além de conseguir ouvi-lo, o feto consegue, a partir da 32ª semana de gestação, memorizá-lo. Assim, a mesma música não só o acalma ao longo da sua vida uterina, como vai ter o poder de continuar a acalmá-lo quando sair cá para fora e a tornar a ouvir, desta vez sem a barriga da mãe pelo meio.

Luciane Ida

Enfermeira e Instrutora do Método de Ovulação Billings™

Posto Médico Pe. Pio

 

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