Os métodos naturais que a Igreja recomenda aos casados?

Os métodos naturais de planejamento familiar são cientificamente comprovados e de eficácia superior aos métodos artificiais.

O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, número 167, afirma: “As famílias numerosas são uma alegria para a Igreja. Nelas, o amor manifesta a sua fecundidade generosa. Isso não implica esquecer uma sã advertência de São João Paulo II, quando explicava que a paternidade responsável não é ‘procriação ilimitada ou falta de consciência acerca daquilo que é necessário para o crescimento dos filhos, mas é, antes, a faculdade que os cônjuges têm de usar a sua liberdade inviolável de modo sábio e responsável, tendo em consideração tanto as realidades sociais e demográficas, como a sua própria situação e os seus legítimos desejos’”. Isso significa que a abertura à vida implica que o casal, de modo responsável e planejado, tenha os filhos que possa alimentar, criar e educar.

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O planejamento familiar é o ato consciente de planejar o nascimento dos filhos, tanto em relação ao número desejado quanto à ocasião mais apropriada de tê-los. Portanto, o exercício responsável da paternidade a levará, muitas vezes, a ter que regular a natalidade. Esse planejamento deve ser dinâmico, aberto, isto é, revisado continuamente, uma vez que, modificando-se as situações de vida, serão alteradas as metas de planificação. Evidentemente, isso não sintoniza com métodos irreversíveis de contracepção, como é o caso da vasectomia no homem e a laqueadura na mulher.

A moral cristã aceita a regulação (planejamento), afirmando simultaneamente: a responsabilidade na procriação; a bondade e necessidade da intimidade conjugal; a decisão do número de filhos é do casal. A Igreja defende o planejamento familiar natural com os métodos naturais que respeitam a integridade física do ser humano e a cumplicidade do casal na preservação da espécie humana. Ela acredita que esses são os métodos de maior proximidade com a vida, por isso são aceitos.

Comprovados cientificamente

Os métodos naturais de planejamento familiar são cientificamente comprovados e de eficácia superior aos métodos artificiais. São os únicos lícitos, admitidos pela Igreja e de aceitação moral e ética. Entre outras vantagens, asseguram ao casal a responsabilidade pelo planejamento familiar, além de possibilitar o diálogo e a união dos esposos. Estimulam o conhecimento mútuo do casal, incentivam o respeito dos cônjuges e unem os esposos.

Os métodos artificiais, além das consequências para a saúde da mulher, a maioria deles, hoje, provoca o aborto na fase inicial da vida. Conforme o Evangelium Vitae do Papa João Paulo II, no número 91, “…é moralmente inaceitável que, para regular a natalidade, se encoraje ou até se imponha o uso de meios como a contracepção”. Sabemos hoje que os métodos artificiais de planejamento familiar mais usados são, na sua maioria, abortivos.

A solução está na “regulação da fertilidade” por meio dos métodos naturais. Quando há motivos que justifiquem, o casal poderá espaçar os filhos sem contrariar a lei natural, usando os dias férteis da mulher quando deseja um filho e abstendo-se de relações sexuais durante esse período se não deseja uma nova gravidez naquele momento.

O ensinamento da Igreja acerca do matrimônio e da procriação humana afirma a conexão indivisível, que Deus quis e o homem não pode romper, entre os dois significados do ato conjugal: o significado unitivo e o procriador. Com efeito, o ato conjugal, por sua estrutura íntima, enquanto une os esposos com um vínculo profundíssimo, torna-os aptos para a geração de novas vidas, segundo leis inscritas no ser mesmo do homem e da mulher. Esse princípio, fundamentado na natureza do matrimônio e na íntima conexão dos seus bens, comporta consequências bem conhecidas no plano da paternidade e maternidade responsáveis. “Salvaguardando ambos os aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido do verdadeiro amor mútuo e a sua ordenação à altíssima vocação do homem para a paternidade” (PAULO VI, Carta Encíclica Humanae Vitae, sobre a regulação da natalidade. n. 12).

A Igreja defende o planejamento familiar com os métodos naturais que respeitam a integridade física do ser humano e a cumplicidade do casal na preservação da espécie humana. Esses métodos têm base científica e comprovada eficácia.

Padre Mário Marcelo Coelho

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