Misericórdia de Mãe

Em Fátima, como vimos, manifestou-se de modo abundante e amplo, pelo rosto, pelas mãos e pelo coração de Maria, o amor misericordioso de Deus em contato com o mal moral e físico. Como escreveu o Papa João Paulo II, esta manifestação mariana da misericórdia divina foi particularmente frutuosa, porque se fundou, “tratando-se da Mãe de Deus, no singular tato do seu coração materno, na sua sensibilidade particular, na sua capacidade para atingir todos aqueles que aceitam mais facilmente o amor misericordioso da parte de uma mãe”. Este, comenta o mesmo Papa “é um dos grandes e vivificantes mistérios do Cristianismo, mistério muito intimamente ligado ao mistério da encarnação” (DM 9).

Nestas palavras de João Paulo II podemos vislumbrar a explicação do valor das aparições marianas para a fé cristã e para a pastoral da Igreja. Maria tem um jeito próprio para comunicar Deus aos homens e para cuidar do seu crescimento espiritual. Ela mesma o revelou à Lúcia, como já vimos: “Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus” (Memórias, 162). Esta ternura e amparo maternos permitem a quem confia em Maria uma particular experiência da misericórdia divina. Assim todos nós, e os homens e mulheres de hoje, saibamos acolher quanto Maria nos quer oferecer para nos ajudar na nossa caminhada da vida para a eternidade em Deus, que é a nossa meta.