Homília da Missa Internacional Aniversária 13 de Junho em Fátima

Centenário da II Aparição “Em Fátima respira-se a fé”

Queridos irmãos e irmãs no Senhor, É grande a alegria de estar aqui em Fátima com a Peregrinação internacional no centenário das Aparições. A presença do Papa Francisco ainda está viva, a sua palavra ecoa nos nossos corações.

Saúdo com afeto os bispos presente, e agradeço ao pastor desta Diocese de Leiria/Fátima, o Senhor D. António Marto, o convite fraterno que me fez para presidir a estas celebrações.

1. A Fé Em Fátima respira-se a fé! Onde está a Mãe, ali está o Filho, o encontro é mais intenso, a caridade cresce, a fé é mais clara e límpida: mais límpida porque mais essencial. O Evangelho da Anunciação leva-nos ao coração da fé: Maria confia-nos a Deus porque confia em Deus. Esta é a fé de Maria, esta é a fé da Igreja. Estamos aqui como peregrinos com as nossas tribulações e esperanças; mas estamos aqui também como povo de Deus que representa a Igreja dispersa por toda a terra; mais ainda, aos pés da virgem, queremos trazer as angustias e os pedidos de toda a humanidade perdida e sofredora, necessitada de luz e de amor!

2. Porquê em Fátima? Porque vêm as pessoas a Fátima? Porque o coração humano tem necessidade de palavras de vida eterna; porque todos desejamos uma mãe que nos dê alento e nos acompanhe; porque o homem procura a redenção das próprias fraquezas; porque a humanidade está fascinada com a luz que brilha no meio das trevas; porque é atraída pela oração que revela aquilo que somos, pequenos diante da majestade de Deus e tomados sob o cuidado do sacrifício de Cristo. Redenção e pecado, luz e trevas, oração e conversão, amor, sacrifício, salvação eterna… não é isto a substância da fé? E não isto a mensagem de Fátima, o caminho da vida cristã? À luz da vida dos pastorinhos, o fruto destas palavras não será a paz do coração e a alegria da alma, seja qual for a circunstância?

3. A hora de acordar Queridos amigos, a história que vivemos tem muitas nuvens, mas é a hora do acordar. O ocidente parece perder a sua própria humanidade, procurando ilusões que fazem muitas promessas mas que degradam. O mundo proclama a vida e semeia a morte; declara a solidariedade e fecha-se, prega o amor mas é individualista. As pessoas, contudo, começam a interrogar-se sobre o futuro do mundo, sobre o destino da vida. Como naquele 13 de Outubro de 1917 se começaram a ver uns flashes de luz, assim no coração dos homens começam a surgir as perguntas verdadeiramente importantes, a necessidade de verdade, a sede de amor e de bem. Este é o acordar que já começou e que não vai parar.

4. O Sol de Cristo Em Fátima continua a brilhar o sol, a luz que brota do seio da Virgem Santa: Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus vivo, o revelador do invisível, o fundamento de todas as coisas; Ele é o Mestre da humanidade, o Redentor; é o segredo da história, é a chave dos nossos destinos, o Rei do mundo novo. Ele é aquele que nos conhece e ama, é o companheiro de estrada e o amigo da nossa vida, Aquele que há-de vir e que deve, um dia, ser o nosso Juiz e, assim o esperamos, a plenitude da nossa alegria… Ele é o Pão que desceu do Céu, é a Fonte de água viva que sacia a nossa fome e a nossa sede. Nunca nos cansaremos de falar de Jesus!

5. O coração imaculado Olhemos agora para o rosto suavíssimo de Nossa Senhora; no seu coração imaculado encontraremos o coração de Cristo, um rosto que une todos os nossos rostos. Envolvido pelo nome de Maria, como foi envolvido pelas faixas em Belém, ressoe sobre este recinto o nome de Jesus: a partir do Seu nome cada um de nós sentirá pronunciar o seu próprio nome, sentirá a sua vida ser iluminada, a sua fé regenerada e a sua esperança reforçada.

Cardeal Angelo Bagnasco Arcebispo de Génova Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa

fonte: fatima.pt