Quaresma, um tempo forte de oração

 

Foto ilustrativa – Google

A oração foi vivida por Jesus intensamente, de forma particular na tentação no deserto, Ele é o nosso modelo de oração, de determinação e de profunda intimidade com o Pai.

Para se viver uma quaresma profunda, a prática da oração é indispensável, pois ela nos leva a dar sentido às práticas exteriores, por exemplo, o jejum, a mortificação e as penitências que Deus possa nos inspirar, mas sem oração são práticas pelas práticas.

O objetivo da quaresma é levar o ser humano a uma reflexão profunda de sua vida em vista de sua salvação e a oração segundo Santo Afonso de Ligório “é o grande meio para alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que desejamos”.

A oração para o cristão deve ser uma necessidade e que deve estar entranhada em seu ser, pois na quaresma nós entramos em grande combate contra o mundo espiritual, contra os embustes de Satanás. E por muitas vezes queremos vencer esse combate somente com práticas externas, mas as tentações só podemos vencer se a oração for colocada como arma principal. O Evangelista Lucas nos alerta para isso ” É preciso rezar sempre e nunca desistir” (Lucas 18,1). O Evangelista Mateus também dá sua contribuição “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt 25,41).

Na quaresma a oração deve ser cultivada por todos nós cristãos como prática fundamental, pois segundo Santo Afonso de Ligório “a oração é a mais poderosa arma para nos defendermos dos nossos inimigos. Quem não se serve dela está perdido. Nem duvida o Santo em afirmar que Adão caiu, porque não se recomendou a Deus na hora da tentação. Adão pecou porque não rezou”. O catecismo da Igreja Católica é enfático ao afirmar que a oração é “uma necessidade vital. A prova contrária não é menos convincente: se não nos deixarmos levar pelo Espírito Santo, cairemos de novo na escravidão do pecado”.

A quaresma é um tempo de combate e precisamos de arma para lutarmos e muitos se esquecem que é na oração que vencemos a tentação, ela deve ser a nossa primeira arma que devemos nos munir, queremos fazer muitas coisas na quaresma, fortes mortificações e penitências, mas se esquecem que a oração é a nossa arma principal, pois “nada se compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza”.

A própria Igreja diz que a oração deve vir em primeiro lugar, depois outras inspirações que por meio da oração o Senhor irá nos motivar, mas “não foi prescrito que trabalhemos, vigiemos e jejuemos constantemente, enquanto, para nós, é lei rezar sem cessar”.

Muitas são as graças que queremos alcançar no período quaresmal e isso é válido e nobre, mas segundo Santo Afonso de Ligório “todas as graças que o Senhor, desde toda a eternidade, determinou conceder-nos, não quer concedê-las a não ser por meio da oração”. O próprio Santo Tomás de Aquino afirma que “a oração é necessária, não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para receber oportunamente os socorros da salvação”.

A oração é o meio mais seguro de podermos produzir frutos e viver bem o nosso itinerário quaresmal, pois “saber viver é saber rezar, não saberá viver bem quem não souber rezar. São Francisco de Assis dizia que, sem a oração nunca pode uma alma produzir bons frutos. Não têm pois, desculpa os pecadores que alegam não ter forças para resistir às tentações.

Sendo o objetivo da quaresma nos fortalecer em vista de nossa salvação, Santo Afonso de Ligório garante que “quem reza certamente se salva, que não reza certamente se condena”.

A conversão e a oração vividas de maneira coerente e verdadeira nos leva a uma outra prática quaresmal interior que é a caridade.