Maria recompensa a veneração de suas dores

Saiba quais são as recompensas prometidas às almas que veneram piedosamente as dores da Virgem Maria.

A grandiosidade do amor da Santíssima Virgem Maria merece toda a nossa gratidão, que ela recompensa generosamente, especialmente se veneramos as suas dores. Por isso, mostremos a ela a nossa gratidão pelo menos pela meditação e compaixão de suas dores.

Saiba quais são as recompensas prometidas às almas que veneram piedosamente as dores da Virgem Maria.

Pietá, de Michelangelo

Em revelação privada, a Virgem Santíssima queixou-se a Santa Brígida que muito poucas são as pessoas que dela se compadecem, sendo que a maior parte dos homens esquecem-se de suas dores e aflições. Em seguida, Nossa Senhora recomendou à Santa, com muita insistência, que guardássemos contínua memória de suas dores.

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As graças prometidas aos devotos das dores de Maria

Podemos deduzir o quanto é agradável a Mãe de Deus a meditação de suas dores através da sua aparição aos seus sete devotos, fundadores da Ordem dos Servitas. A Virgem apresentou-se a eles com um hábito preto nas mãos e ordenou-lhes que meditassem com frequência e amor em suas dores e que, em memória delas, vestissem aquela roupa fúnebre.

O próprio Jesus Cristo revelou a Santa Verônica de Binasco que a Ele mais agrada ver que meditamos os sofrimentos de sua Mãe Santíssima, que contemplarmos os Seus próprios: “caras me são as lágrimas derramadas sobre minha paixão; mas, como amo imensamente a minha Mãe, ainda me é mais cara a meditação das dores que ela padeceu, vendo-me morrer”[1]. Sendo assim, o Filho de Deus prometeu graças extraordinárias aos devotos das dores de sua Mãe. A esse respeito, uma revelação de Santa Isabel diz que São João Evangelista, depois da Assunção de Nossa Senhora, muito desejava revê-la. O Discípulo amado obteve essa graça: sua Mãe querida apareceu a ele na companhia do Senhor Jesus Cristo. Em seguida, João ouviu a Virgem Maria pedir ao seu divino Filho algumas graças especiais para os devotos de suas dores. Em resposta, Jesus prometeu quatro graças principais:

1.º esses devotos terão a graça de fazer verdadeira penitência por todos os seus pecados, antes da morte; 2.º Jesus guardá-los-á em todas as tribulações em que acharem, especialmente na hora da morte; 3.º Ele lhes imprimirá no coração a memória de Sua Paixão, dando-lhes depois um prêmio especial no céu; 4.º por fim os deixará nas mãos de Sua Mãe para que deles disponha a Seu agrado, e lhes obtenha todos e quaisquer favores[2].

As dores de Maria e a salvação de um grande pecador

Nas Revelações de Santa Brígida, lê-se que havia um senhor tão nobre pelo nascimento quanto vil e depravado pelos costumes. Tal homem fez um pacto expresso com o demônio, a quem havia servido como escravo durante sessenta anos seguidos, sem se aproximar dos sacramentos e levando a pior vida que podemos imaginar.

O nobre homem estava próximo da morte e Jesus Cristo, para alcançá-lo com Sua misericórdia, ordenou a Santa Brígida que pedisse a seu diretor espiritual que o visitasse e o exortasse a se confessar. O Padre foi e exortou o homem a se confessar, mas ele respondeu que já confessara muitas vezes e que, por isso, não necessitava mais de confissão. O Sacerdote foi pela segunda vez, mas o infeliz escravo do inferno obstinou-se em sua impenitência. Mesmo assim, Jesus disse novamente a Santa que o Padre não deveria desanimar. Este voltou pela terceira vez e contou ao doente a revelação feita a Santa Brígida e disse-lhe que tinha voltado por ordem do Senhor, que queria usar de misericórdia em seu favor.

Ao ouvir essas palavras do Sacerdote, o infeliz começou a enternecer-se e a chorar, depois começou a dialogar: “Mas como, poderei ser perdoado?! Durante sessenta anos servi ao demônio, e dele me fiz escravo, e tenho a alma tão carregada de inúmeros pecados!” O padre respondeu-lhe, animando-o: “Filho, não duvides; se te arrependeres, prometo-te o perdão em nome de Deus”. Então, o pobre homem começou a ter confiança e disse ao confessor: “Meu Pai, eu me julgava condenado e desesperava da minha salvação; mas agora sinto uma dor de meus pecados, que me anima a ter confiança”. Verdadeiramente arrependido de seus pecados, ele confessou-se quatro vezes no mesmo dia. No dia seguinte, o doente comungou e morreu seis dias depois, muito contrito e confiante. Depois de sua morte, Jesus Cristo revelou a Santa Brígida que aquele pecador tinha se salvado, que estava no purgatório, e que “devia a salvação à intercessão da Virgem, sua Mãe, pois apesar da vida perversa que levara, tinha conservado a devoção às Suas dores, recordando-as sempre com compaixão[3].

Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre a: “As dores de Nossa Senhora”:

Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Mãe das Dores

Ó minha Mãe dolorosa, Rainha dos mártires e das dores, chorastes tanto vosso Filho, morto por minha salvação; mas de que me servirão Vossas lágrimas, se eu me perder? Pelos merecimentos, pois, de vossas dores, impetrai-me uma verdadeira emenda de vida, com uma perpétua e terna compaixão de Jesus e vossas dores. E já que Jesus e vós sendo inocentes, tanto padecestes por mim, obtende-me que eu, réu do inferno, padeça também alguma coisa por amor de vós. Digo-vos com S. Boaventura:

Ó minha Senhora, se eu vos magoei, feri e enternecei meu coração, para castigar-me; se eu vos tenho servido, fazei-o então em recompensa disso. Considero uma vergonha me ver sem chagas quando vós e Jesus estais feridos por meu amor”.

Finalmente, ó minha Mãe, ainda um pedido. Pela aflição que sentistes vendo diante de vossos olhos vosso Filho, entre tantos tormentos, inclinar a cabeça e expirar na cruz, suplico-vos que me alcanceis uma boa morte. Ah! não me abandoneis na última hora, ó advogada dos pecadores. Não deixeis de assistir minha alma aflita e combatida, na terrível e inevitável passagem da vida à eternidade. E como é possível que eu perca então a palavra e a voz, para invocar vosso nome e o de Jesus, que sois toda a minha esperança, invoco-vos desde já, a vosso Filho e a vós, pedindo-vos que me socorrais no instante final, e dizendo: Jesus e Maria, a vós recomendo a minha alma. Amém[4].

Links relacionados:

TODO DE MARIA. As dores de Jesus e Maria e a reparação.

TODOD DE MARIA. A glorificação das dores da Virgem Maria.

TODO DE MARIA. A veneração às dores de Nossa Senhora.

Referências:


[1]  SANTO AFONSO DE MARIA DE LIGÓRIO. Glórias de Maria, p. 368.

[2]  Idem, ibidem.

[3]  Idem, p. 369.

[4]  Idem, p. 369-370.

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