Baton, Escova de Cabelo, protetor solar, creminho, carregador de celular, espelho, Bíblia, caderno, chaves…é impressionante a quantidade de coisas que cabem dentro de uma bolsa de mulher. Cabem mais coisas lá do que nesse post! Isso porque ser mulher é ser tudo ao mesmo tempo agora. O homem organiza cada assunto do seu dia em “caixas” etiquetadas e em ordem alfabética hahaha. A mulher conecta tudo ao mesmo tempo através da emoção. É preciso utilizar essa característica como aliada! Se a emoção for guiada pelo Espírito Santo, imagine só aonde podemos chegar?

As mulheres sempre tiveram um papel peculiar e especial no plano de salvação. Começando pela Virgem Maria que num Sim aceitou ser porta do Céu para a humanidade. Recordando as mulheres da Bíblia pensamos em Maria, Judite, Ester, Debora, Isabel…
Imagine só uma mulher que tem sua cidade inteira sitiada e tem a coragem de se ornar de ouro, ir ao acampamento do inimigo, seduzir e cortar a cabeça dele e libertar seu povo. Isso é coisa de mulher né… Essa foi Judite, um dos meus livros preferidos e que infelizmente nossos irmãos protestantes ignoram.

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1597-1598), Judite e Holoferne

Imagine o coração de Judite. Ela tinha perdido o marido, não tinha comida, e tinha um grande número de empregados pra manter. No meio de tudo isso o Rei da cidade sitiada decide dar um prazo pra que Deus responda milagrosamente sua oração.

Essa foi a primeira lição que aprendi com Judite: Deus não é meu empregado!

Ele não tem que fazer as coisas do meu jeito, na hora que eu quero…isso não é um amigo, é um escravo. Deus não é nosso escravo, nós é que somos escravos dele. E mesmo assim Ele insiste em nos chamar de amigos.

A reação de Judite é reunir seus empregados, rezar, jejuar e obedecer à Deus que lhe conduziu à tenda do inimigo, cortar-lhe a cabeça e libertar seu povo.

”Quem sois vós para provocar o Senhor? Não é esse o meio de atrair a sua misericórdia, mas antes o de excitar a sua cólera e acender o seu furor.

Vós impusestes um prazo ao Senhor para exercer a sua misericórdia e fixaste-lhe um dia ao vosso arbítrio!

Mas o Senhor é paciente; façamos pois penitência por isso e peçamos-lhe perdão com lágrimas nos olhos (…) roguemos ao Senhor com lágrimas, que nos conceda sua misericórdia como lhe aprouver, para que, assim como se perturbou o nosso coração com o orgulho de nossos inimigos, do mesmo modo encontremos glória em nossa humilhação.” Jd 8, 11-17

Ser mulher é acreditar na misericórdia do Senhor. É ser serva, amiga e atuante no plano de salvação e ousada na evangelização. Ser mulher é ser feminina, não aceitar que a moda lhe tire a doçura ou lhe descaracterize. Ser mulher é ser orante. Ousada na espera e confiante na misericórdia. Ser mulher é saber respeitar e se dar o respeito. É dizer não à prostituição, dizer não ao aborto e abraçar à vida.

“A história do cristianismo teria tido um desenvolvimento muito diferente, se não houvesse a generosa contribuição de muitas mulheres”. Bento XVI

Um mês se passou e no meu coração estão vivas as experiências da minha primeira JMJ.

Aquele mar de gente em Copacabana mostrando ao mundo uma Igreja viva, jovem e coerente com sua fé.

Nunca Copacabana abrigou um evento dessa dimensão, e que privilégio poder estar lá.

Já tinha ouvido o testemunho de muitas pessoas que estiveram em outras jornadas, e ficava imaginando como seria a minha…não dá pra imaginar, só estando lá pra saber, vivenciar.

A alegria e a simplicidade do Papa Francisco contagiou a todos. Era impressionante ver que mesmo os não Católicos estavam lá, bebendo daquela fonte e fazendo parte da grande festa.

As palavras do Papa na Via Sacra me tocaram muito. Lá estava eu no palco vendo ele chegar (tava muiiiitooo frioooo), mas muito mais do que o que ele falou, o que ele fez mexeu comigo. Descer do Papamóvel pra abraçar os cadeirantes, abençoar a imagem de São Francisco e tanto outros gestos tão significativos…me lembra as palavras de Monsenhor Jonas Abib “O agir segue o ser”.

Mais do que cantar para o Papa, estar lá mostrando para o mundo a alegria da minha fé marcou minha vida para sempre.

Rumo à Polônia!