Depois que saí da adoração na parte da manhã me encontrei com meu noivo pra almoçar. Como de costume ele me recebeu com um abraço mas dessa vez me disse uma novidade: Você está com cheiro de Jesus! Eu passei alguns instantes pensando o que era esse tal “cheiro de Jesus” até que ele disse que meu cabelo cheirava incenso da adoração. Isso me fez refletir na “velocidade do pensamento feminino”rsrr. Na hora o perguntei: Tenho exalado o “cheiro” de Jesus em nosso noivado? Me olhando com aqueles olhos verdes lindos meu noivo me disse que sim, que eu sempre o convidava pra rezar e que Jesus estava sempre presente em nossas partilhas e planos.

Ontem, aqui na Canção Nova, na formação de noivos, nossos formadores, o casal de consagrados Paulinho e Edvânia, falavam do papel do homem e da mulher dentro do casamento. O homem foi feito pra ser entrega, proteção, força…e a mulher é firmeza, identidade. Identidade religiosa. Mulher não é cambaleante, é acolhida!

É fácil ouvir piada de bêbado, mas de bêbada não. A morte da mulher dispersa a família.

“Quem educa um menino educa um homem, quem educa uma mulher, educa a sociedade”. Ditado africano.

É belo ver que cada um tem sua designação nos planos de Deus para a família.

“O futuro da humanidade passa pela família, e o futuro da família passa pelo casamento”. João Paulo II

Deus abençoe seu relacionamento.

Toda vez que vou de férias, antes de praia, piscina ou turismo, dedico um bom tempo ao piano do meu pai, um Steinway & Sons com um som maravilhoso que preenche e acalma meu coração e me ajuda a desacelerar.


Da última vez me preparei, levei na mala uma peça de Mozart, que amo de paixão, a Marcha Turca, super acelerada!!! Depois de algumas horas debulhando aquela partitura, percebi meu pai me olhando da porta, com um sorriso sereno e com uma frase me deu um ensinamento para o aprendizado da música e para a vida:

“Só pode tocar uma música com perfeição e andamento correto, aquele que primeiro decidiu tocar bem devagar…”

Ele continuou me explicando que o piano é diferente dos outros instrumentos porque não é de fácil amizade. O violão, saxofone, violoncelo…permitem-se abraçar para tocar, mas o piano não. Ele fica lá no canto dele e você aqui catando milho. Mas quando se “doma essa fera” a sensação de alegria, conquista e superação faz valer a pena o esforço da busca.

Pequenos acontecimentos me fazem pensar, refletir e cultivar minha espiritualidade, minha intimidade com Deus.

Em toda música que me dedico a estudar no piano, encontro trechos simples e outros bem complicados como um nó bem atado, difícil de desfazer mas não impossível. Para dominar os compassos mais difíceis é preciso tocá-los bem devagar inúmeras vezes. Assim também são os nós da nossa vida.


É preciso rezar, esperar, sentir bem devagar, no tempo de Deus. O tempo passa e quando menos esperamos estamos desembaraçando situações antes dadas como impossíveis.

Com Jesus tudo pode ser mudado pela força da oração

O melhor lugar para estar quando os nossos sentimentos fervem em ebulição, é aos pés do Sacrário. Aquela palavra de justiça, de raiva ou de desabafo precisam passar pelo filtro da adoração. Chore, se descabele no sacrário e saiba esperar o tempo da justiça de Deus em sua vida, afinal nós sabemos bem em quem colocamos nossa fé!

Pra terminar recordo são Tomás de Aquino que às vezes colocava a cabeça no sacrário e rezava longamente . Ele costumava dizer que assim aprendia mais  do que em todos os estudos que fizera.

Que Deus te abençoe!Estou rezando por você

O odor de sangue fresco tomava o ambiente…

…o punhal brilhava e o sorriso saltava de seus olhos…era dia dos pais e ele preparava o churrasco.

Papai churraixqueiro

Num canto eles brigam pelo brinquedo que logo após será esquecido. O piano empoeirado denuncia a melodia que canta no coração da família. No sofá 70 anos de um amor eterno com direito a beijo apaixonado.

O chôro da criança, a farofa na mesa, o amendoim torrando no fôrno, tudo sistematicamente sincronizado.

Nós crescemos e já não brincamos mais de pipa e corredor polonês, mas ainda posso sentir o cheiro de Guadalupe enchendo meus pulmões de infância. Olhando para a sala percebo, outros “primões” tomaram nosso lugar que com os anos cedemos com prazer.

Dos olhos verdes do Mateus ao sorriso sincero estampado no rosto da mulher que minha irmã se tornou, tudo me diz que os anos passaram e como é bom perceber isso.

Horas depois casa arrumada, caixas de presente à mão! É hora de encerrar o dia com chave de ouro! O olhar surpreso do papai e sua alegria de menino ao abrir o simples pacote de camisas como quem ganha uma lancha, sublima o sorriso eterno.

Antes de dormir, o abraço de boa noite e a frase que me faz ter 11 anos de novo (20 a menos, isso é muito bom): “Esse foi o melhor dia dos pais da minha vida”.

Te amo papai

Eu e meu pai ao piano

Eu estava na escala pra cantar na Missa das 7h. Faltavam alguns minutos pra entrar no ar quando alguém me contou a notícia: Pe. Jonas está aí, ele vai celebrar (ele ainda não tinha recebido o título de Monsenhor). Meu coração disparou e eu desci as escadas do Auditório São Paulo correndo só pra vê-lo de longe.

Olhei pela porta da sacristia e lá estava ele, sorridente e brincalhão. Eu me sentia uma criança olhando o pai à distância quando de repente ele se voltou pra mim e me disse: “Bom dia minha filha, vem cá!” Os seminaristas o chamavam pra subir para o altar e eu também precisava subir, mas não resisti à chance da ganhar um abraço. Ele disse aos seminaristas que fossem na frente porque queria falar comigo.

Me deu “O” abraço, me olhou com aqueles olhos de profeta e disse: “o mais importante é a pessoa, você é o mais importante pra mim agora. Tudo o mais vai passar.” Me deu um beijo e saiu. E eu fiquei lá, estatalada, com cara de criança feliz.

Quando dei por mim saí correndo. A Missa ia começar, mas eu já tinha ouvido tudo o que precisava.

Monsenhor Jonas Abib, te amo!

Nesta manhã me arrumei, maqueei, penteei os cachinhos e caminhei em direção à construção do Santuário do Pai das Misericórdias que hoje Acompleta 2 anos de construção. Dom Beni, bispo de Lorena, presidiu a Missa que providencialmente coincidiu com a chegada das peças pré-moldadas, para o telhado.

Enquanto a Salette cantava a música “Pai das Misericórdias” eu pensava em todas as pessoas que doam um pedaço de suas vidas para que esse templo se erga. São alianças de casais falecidos ou de casais que trocaram as alianças e resolveram doar a antiga, são cordões, correntes, anéis, peças de ouro que significam muito mais do que o valor material.

No teu templo construído de histórias

De teu povo tão sofrido, mas de muita fé
Recebeste nossas dádivas, recolheste nossas lágrimas

E fizeste um altar de adoração…”

No fim da Missa uma nuvem cobriu a construção e uma chuva fininha começou a cair. Monsenhor Jonas Abib logo reconheceu a chuva como sinal de que Deus se agradava do que estávamos fazendo.

A música de Salette Ferreira ilustra muito bem pequenas histórias, fatos reais, de pessoas que contribuem todos os dias para que o “milagre” deste santuário aconteça. É a doação generosa de pessoas, que nos dão um pouco de sua história, para fazer parte da história da Canção Nova.