No final da rua da casa da minha mãe, em Conceição de Macabu-RJ, onde passei minha adolescência, tem um hotel fazenda com uma piscina com 3 metros de profundidade. Depois da escola eu, minha irmã e minhas primas, que nadamos muito bem, passávamos  a tarde lá, nadando.

Nesta piscina tinha um trampolim bem alto. No fim da tarde, quando a maioria dos hospedes do hotel já tinha ido embora, eu, minha irmã e minhas primas subíamos no trampolim, as vezes com medo, e pulávamos de cabeça lá de cima. Era indescritível a sensação daquele mergulho “sem fim”…e quando eu chegava no fundo da piscina, eu deitava rente ao chão e ficava alguns segundos lá. Era o meu lugar secreto…parecia que o mundo parava enquanto eu estava lá. Às vezes nesses mergulhos nós encontrávamos moedas que durante o dia os banhistas perdiam. Juntando tudo dava pra tomar refrigerante rsrsrs.

Hoje de manhã me lembrei desse fato e pensei: pra mergulhar no Espírito Santo é do mesmo jeito. Eu preciso me decidir, este é o 1º passo. O 2º passo é, mesmo com medo se lançar. Mesmo que seja muito difícil, dar o passo no escuro. Isto tem nome: fé. E em 3º lugar mergulhar de cabeça, profundo, sem reservas, pra experimentar o Senhor. Experimentar significa correr riscos, sair da “zona de segurança”. Ouvir a voz do coração e caminhar.

Tenha certeza de que o resultado desses passos é sempre surpreendente. Muito mais do que moedas perdidas no fundo da piscina, Deus quer te surpreender com a presença dEle mesmo. O mundo inteiro vai parar pra que você se encontre com o Senhor de forma nova. Como a primeira e a última vez!

Bom mergulho!

Deus abençoe

Toda vez que vou de férias, antes de praia, piscina ou turismo, dedico um bom tempo ao piano do meu pai, um Steinway & Sons com um som maravilhoso que preenche e acalma meu coração e me ajuda a desacelerar.


Da última vez me preparei, levei na mala uma peça de Mozart, que amo de paixão, a Marcha Turca, super acelerada!!! Depois de algumas horas debulhando aquela partitura, percebi meu pai me olhando da porta, com um sorriso sereno e com uma frase me deu um ensinamento para o aprendizado da música e para a vida:

“Só pode tocar uma música com perfeição e andamento correto, aquele que primeiro decidiu tocar bem devagar…”

Ele continuou me explicando que o piano é diferente dos outros instrumentos porque não é de fácil amizade. O violão, saxofone, violoncelo…permitem-se abraçar para tocar, mas o piano não. Ele fica lá no canto dele e você aqui catando milho. Mas quando se “doma essa fera” a sensação de alegria, conquista e superação faz valer a pena o esforço da busca.

Pequenos acontecimentos me fazem pensar, refletir e cultivar minha espiritualidade, minha intimidade com Deus.

Em toda música que me dedico a estudar no piano, encontro trechos simples e outros bem complicados como um nó bem atado, difícil de desfazer mas não impossível. Para dominar os compassos mais difíceis é preciso tocá-los bem devagar inúmeras vezes. Assim também são os nós da nossa vida.


É preciso rezar, esperar, sentir bem devagar, no tempo de Deus. O tempo passa e quando menos esperamos estamos desembaraçando situações antes dadas como impossíveis.

Com Jesus tudo pode ser mudado pela força da oração

O melhor lugar para estar quando os nossos sentimentos fervem em ebulição, é aos pés do Sacrário. Aquela palavra de justiça, de raiva ou de desabafo precisam passar pelo filtro da adoração. Chore, se descabele no sacrário e saiba esperar o tempo da justiça de Deus em sua vida, afinal nós sabemos bem em quem colocamos nossa fé!

Pra terminar recordo são Tomás de Aquino que às vezes colocava a cabeça no sacrário e rezava longamente . Ele costumava dizer que assim aprendia mais  do que em todos os estudos que fizera.

Que Deus te abençoe!Estou rezando por você