Passando pela sala de casa assisti o final de um filme com meu marido. Mostrava um padre jovem se preparando para atender confissões. Algo muito rotineiro, mas que me chamou atenção por ser o final de uma saga hollywoodiana. Se tratava do filme “O Ritual” que depois assisti inteiro.

Diferente dos filmes que falam de exorcismo, esse me chamou a atenção por não ter “cabeças girando ou sopa de ervilha jorrando”, mas tratar do assunto com muita veracidade.

O filme conta a história (verídica) de um rapaz que entra no seminário já pensando em sair antes da ordenação, mas que antes de sua saída é chamado a fazer um curso para exorcistas no Vaticano onde conhece o Pe. Lucas e através de experiências muito concretas vive uma profunda conversão.

Depois do filme me questionei profundamente sobre as “brechas” que eu estava dando ao Demônio e as tristezas que eu vinha cultivando dentro de mim, até mesmo aquelas que eu não conseguia denominar, e que estavam servindo de alimento para a influência demoníaca na minha vida.

O demônio é sutil, ele entra em nossas vidas através de coisas do nosso dia a dia, que nos entristecem e que não temos a coragem de entregar a Deus, mas que ficamos remoendo por dentro e que aos poucos se tornam um prato cheio para a influência do mal em nós.

Realmente é um filme que eu indico porque me fez e ainda está me fazendo muito bem.

Me fez lembrar do saudoso Pe Rufus, o que vi no filme é exatamente o que vi muitas vezes nos Acampamentos de Oração em que ele esteve presente na Canção Nova.

Por fim, duas frases do filme que me levaram à reflexão:

“O fato de você não acreditar no Demônio não o defende dele”

“A oração é a única saída da salvação”


“Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro”. (§1488)

Como nos diz o trecho do Catecismo da Igreja Católica, o pecado traz consequências para a Igreja, para o mundo inteiro e para o próprio pecador.

Esses dia encontrei um homem na Canção Nova que depois de 42 anos decidiu se confessar. O que mais me impressionou foi o brilho no olhar dele. Os olhos são mesmo as janelas da alma e naquele olhar eu vi a alegria do perdão, do encontro com a misericórdia, eu vi uma verdadeira libertação.

Todos os dias vejo as pessoas buscando cura e libertação, pois saiba que o melhor lugar para buscá-las é no confessionário. E até chegarmos lá a luta entre o bem e o mal é tão grande que se tivéssemos olhos espirituais para enxergar correríamos pra Deus. O que está em jogo é muito precioso, é a vida eterna que nos foi conferida pelo Sangue de Cristo.

Eu não sei se com você é assim, mas comigo começam aqueles pensamentos “intrusos” de que o meu pecado não é tão grande assim, de que não fiz mal a ninguém, de que eu sou pequena e frágil mesmo e que Deus tem que saber disso…e junta à vergonha de ir ao sacerdote, de olhar nos olhos do padre e dizer: caí de novo. Mas quando chego lá e dos olhos do padre vejo os olhos do Cristo, percebo que tudo não passou de insídia de Satanás pra que eu não buscasse a confissão.

A Igreja nos orienta a buscar a confissão pelo menos na Páscoa e no Natal. É o mínimo, mas quando estamos diante de um tesouro tão grande, não podemos nos contentar só com uma pequena parte.

Deus já sabia das nossas fraquezas e já contava com nossas quedas, por isso está sempre pronto a te erguer no Sacramento da Confissão, quantas vezes for. Todo santo de Deus é um herói que cai mas tem a coragem de se levantar todas as vezes rumo à vitória.

Deus abençoe sua luta!

Tenho rezado com o livro da Canção Nova, Devocionário ao Preciosíssimo Sangue de Jesus. Isso tem me feito um bem enorme, livrando minha vida do malígno e me confortando meu coração. É claro que eu tinha que partilhar com você essa graça. Já que tenho experimentado tanto bem preciso dividi-lo.

Segue a Ladainha:

Ladainha do Preciosíssimo Sangue

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus, Pai dos Céus, tende piedade de nós.

Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.

Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Sangue de Cristo, Unigênito do Pai Eterno, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, Verbo de Deus Encarnado, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, do Novo e Eterno Testamento, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, a correr na Agonia sobre a terra, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, a verter na Flagelação, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, a emanar na Coroação de Espinhos, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, derramado na Cruz, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, preço de nossa Salvação, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, sem o qual não há remissão, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, bebida e purificação das almas na Eucaristia, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, manancial de misericórdia, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, Fortaleza dos Mártires, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, Força dos confessores, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, fonte de Virgindade, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, conforto dos que estão em perigo, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, alívio dos que sofrem, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, lenitivo de nossas lágrimas, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, consolação dos agonizantes, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, penhor de vida eterna, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, Salvai-nos.

Sangue de Cristo, digníssimo de toda honra e glória, Salvai-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Remiste-nos, Senhor, com vosso Sangue. E para nosso Deus nos conquistastes

Cheguei cedo pra passagem de som da Missa. Encontrei o Fabinho, saxofonista do Ministério de Música, entretido com um pardalzinho que encontrou no quintal do vizinho, preso em uma armadilha de cola para ratos. O pardal estava com as patas e asas grudadas e se contorcia todo tentando se soltar. O Fábio tinha uma vasilha com água morna e soltava pacientemente as penas do bichinho que logo os meninos do Ministério de Música batizaram de Jonas, por causa da leitura da Liturgia do dia, sobre o profeta Jonas.

O passarinho ficou a Missa inteira dentro de um case de violão e depois o Fabinho o levou pra casa pra continuar cuidando dele.

Esse fato me fez refletir no amor de Deus Pai, que nos ama com gratuidade, ama porque ama e pronto! Ele nos liberta do pecado “grudado” em nós quando caímos nas armadilhas do Maligno, nos livra da morte e nos reensina a voar.

O amor de Deus por nós é tão perfeito que é capaz de amar sem “jogar na cara” o motivo pelo qual nos metemos numa burrada tão grande. Deus já sabe das nossas fraquezas, e já contava com elas. Ele só espera a nossa vontade de viver, a nossa vontade de voltar a voar, e isso é o bastante para que comece Sua obra de salvação.

O primeiro passo é se reconciliar com Deus, faça um bom exame de consciência, busque a confissão. Mesmo que hoje você se julgue tão pequeno quanto um pardal, e ache que Deus não te vê. Ele está te vendo, está te dando uma nova chance. Faça a experiência com Deus Pai amoroso, mesmo que o seu pai da terra não tenha sido tão carinhoso com você.

Escolha voar mais alto hoje, mesmo que hoje você esteja envolvido em armadilhas do pecado.

Desanima não, tem jeito! Deus te ama!