O odor de sangue fresco tomava o ambiente…

…o punhal brilhava e o sorriso saltava de seus olhos…era dia dos pais e ele preparava o churrasco.

Papai churraixqueiro

Num canto eles brigam pelo brinquedo que logo após será esquecido. O piano empoeirado denuncia a melodia que canta no coração da família. No sofá 70 anos de um amor eterno com direito a beijo apaixonado.

O chôro da criança, a farofa na mesa, o amendoim torrando no fôrno, tudo sistematicamente sincronizado.

Nós crescemos e já não brincamos mais de pipa e corredor polonês, mas ainda posso sentir o cheiro de Guadalupe enchendo meus pulmões de infância. Olhando para a sala percebo, outros “primões” tomaram nosso lugar que com os anos cedemos com prazer.

Dos olhos verdes do Mateus ao sorriso sincero estampado no rosto da mulher que minha irmã se tornou, tudo me diz que os anos passaram e como é bom perceber isso.

Horas depois casa arrumada, caixas de presente à mão! É hora de encerrar o dia com chave de ouro! O olhar surpreso do papai e sua alegria de menino ao abrir o simples pacote de camisas como quem ganha uma lancha, sublima o sorriso eterno.

Antes de dormir, o abraço de boa noite e a frase que me faz ter 11 anos de novo (20 a menos, isso é muito bom): “Esse foi o melhor dia dos pais da minha vida”.

Te amo papai

Eu e meu pai ao piano

Esse mês completo 10 anos de Canção Nova!

São 10 anos de histórias fantásticas de pessoas que como eu tiveram a coragem de dizer sim a Deus dentro desse carisma tão singular.

É tempo de recordar os pequenos detalhes que fizeram toda a diferença para que hoje eu chegasse aqui.

Era agosto de 2001 e eu morava com quase 100 pessoas numa casa de pré discipulado. Dividia o quarto com duas irmãs que são um presente de Deus na minha vida até hoje: Elaine Sampaio, da cidade de Lorena onde Pe Jonas Abib iniciou os encontros com jovens, e Cristiane Viana, filha de Gerson Bronzeado lá de Itamaraju BA.

Depois de um jantar bem agitado, (todos eram) senti falta da Cris Viana. Logo chamei Elaine, e fomos ao quarto procurá-la. Chegando lá a cena foi no mínimo estranha. Encontramos a Cris, uma criatura sempre muito sorridente, olhando através das grades da janela e chorando copiosamente. A pergunta foi inevitável: _ O que aconteceu?

A resposta foi surpreendente: Não consigo amar a todos, é muita gente pra amar!

Aquela resposta mudou minha vida. É preciso amar a todos, acima das antipatias e picuinhas. Mesmo que você divida a casa com quase 100 pessoas que acabou de conhecer, como eu em 2001 rsrs

Ao longo desses 10 anos, por muitas vezes a Cris salvou minha vocação com seu sorriso sincero e disposição de amar a todos.

Ser Canção Nova é bom demais!

Cristiane Viana