Resgatando a Essência Feminina

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A mulher moderna sofre por ter perdido seu senso de identidade feminina, sem mesmo saber dar nome a sua dor. Vive uma eterna cobrança do: “Eu tenho que ser forte”, “Não posso chorar”, “Tenho que dar conta de tudo”, “Não posso expor minhas fragilidades”, “Tenho que trabalhar fora e ganhar muito dinheiro para ser reconhecida”, e tantas outras exigências.
Criamos uma capa, que achamos que nos dá poder, mas no fundo nos tornarmos escravos dela porque já não sabemos quem somos e sustentar esta capa cansa. A capa que serviria para dar “poder”, acaba roubando nosso verdadeiro poder, uma vez que que não sabemos ficar mais sem ela.
E assim, vivemos constantes conflitos extremistas: o medo de ser humilhada e anulada em casa X desejo sair desta casa e dedicar integralmente ao trabalho; a sensualidade exagerada X a masculinização do sexo feminino; fragilidade e sensibilidade X dureza e grosseira, e tantos outros extremos.
A mulher é incentivada a sair de casa e plantar seu coração no trabalho. Porém, quando ela sai com o seu coração, um lugar essencial fica vazio, este lugar é o da mulher em casa. Não digo que a mulher não deve trabalhar. Se ela consegue administrar todas as dimensões com equilíbrio, porque não? A questão é que se esquece somos mais que trabalho, somos mulheres em várias dimensões, convidadas a viver com afeto e vida todas estas dimensões. Mas quando um destes lugares fica vazio, ele se esfria e perde a vida. Principalmente o lugar de mulher e “dona de casa”, aqui não no sentido pejorativo, mas no sentido que quem é a dona da casa é a mulher, pois a casa tem a cara, o afeto e o calor de sua dona.
O Essência veio para resgatar esta identidade essencial que foi perdida, o de ser mulher, feminina, que vive bem todas as dimensões de sua vida, pois sabe quem é.
A palavra Essência segundo a filosofia aristotélica significa: o conjunto de qualidades, propriedades e atributos universais, que caracterizam a natureza própria de um indivíduo concreto, em oposição as alterações circunstanciais ou características excepcionais que possam eventualmente acomete-lo. E segundo o dicionário é aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo. Ou seja, se trata do necessário, o básico, mas que já existe. Não se trata de algo sobrenatural, nem de habilidade adquirida. Se trata de fazer florescer aquilo que já existe de forma inata em nós, mulheres! Florescer com toda a beleza feminina, não será uma violência, mas exigirá decisão e esforço. Pois assim acontece com um grão que morre, finca suas raízes no solo, para só depois romper a terra, crescer, ganhar tamanho e por fim florescer. Assim será com a mulher que desejar encontrar sua essência. Ela terá que fazer morrer a mulher velha, fincar suas raízes em Deus, ter força de decisão para romper com ideologias que a impedem de ser mulher nesta sociedade, ganhar forma e dar todos os frutos necessários.
Aceita viver esta linda jornada?
Estamos vivendo um tempo de ausência de referência feminina. Que comece em nós esta boa semente. Pois a feminilidade é uma semente que precisa ser ensinada desde pequena.


Aline Rodrigues

( Psicóloga e Missionária da Comunidade Canção Nova)