Papa Francisco, hoje nos deixa uma breve reflexão sobre a Virgem Maria, na festa de sua Assunção.
“A Luta A passagem do Apocalipse (Ap 11,19) apresenta a visão da luta entre a mulher e o dragão. A figura da mulher, que representa a Igreja, é por um lado gloriosa, triunfante, e por outro ainda com dores de parto. Assim, na verdade é a Igreja: se no Céu ela já está associada à glória do seu Senhor, na história vive continuamente as provas e os desafios que comporta o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de sempre. E nesta luta que os discípulos de Jesus devem enfrentar, Maria não os deixa sozinhos; a Mãe de Cristo e da Igreja está sempre conosco. Também Maria, em certo sentido, partilha esta dupla condição. Ela, naturalmente, já entrou definitivamente na glória do Céu. Mas isto não significa que ela esteja longe, que esteja separada de nós; muito pelo contrário, Maria nos acompanha, luta conosco, sustenta os cristãos no combate contra as forças do mal. A oração com Maria, especialmente o Rosário, tem também esta dimensão “agoística”, ou seja, de luta, uma oração que sustenta na luta contra o maligno e os seus cúmplices.
Também Maria conheceu o martírio da cruz: a Paixão do Filho viveu-a plenamente na alma. Esteve plenamente unida a Ele na morte, e por isso foi-lhe dado o dom da ressurreição. Cristo é a primícia dos ressuscitados, e Maria é a primícia dos redimidos, a primeira “daqueles que são de Cristo”.
A Esperança. Evangelho (Lc 1,39-56) sugere-nos a terceira palavra: esperança. Esperança é a virtude de quem, experimentando o conflito, a luta quotidiana entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, acredita na ressurreição de Cristo, na vitória do Amor. O Magnificat é o cântico da esperança, é o cântico do Povo de Deus em caminho na história. É o cântico de tantos santos e santas, alguns bem conhecidos, outros, muitíssimos, desconhecidos, mas bem conhecidos por Deus: mães, pais, catequistas, missionários, padres, irmãs, jovens, também crianças, que enfrentaram a luta da vida, trazendo no coração a esperança dos pequenos e dos humildes. “A minha alma engrandece ao Senhor” – canta também hoje a Igreja em todas as partes do mundo. Este cântico é particularmente intenso onde o Corpo de Cristo sofre hoje a Paixão. E Maria está lá, próxima a estas comunidades, a estes nossos irmãos, caminha com eles, sofre com eles, e canta com eles o Magnificat da esperança.”
Fonte: Homilias Papa Francisco