A princípio, parece uma coisa óbvia, já que a Bíblia é um livro, ou melhor, uma coleção de livros – e os livros, claro, são para serem lidos; por isso, é mais do que óbvio que temos de a entender como literatura.
Trabalho humano e inspiração divina
Quando se trata das Sagradas Escrituras, nem sempre a coisa é simples assim, porque a Bíblia é para nós a Palavra de Deus. Por ser Palavra de Deus, a Igreja a venera profundamente.
O que acontece, muitas vezes, é que muitas pessoas entendem, de modo equivocado, o fato de a termos como Palavra de Deus e de a venerarmos como tal. Então, acabam, por causa de um respeito, às vezes, fora da normalidade, tendo medo de ler a Bíblia.
Eu acho bacana quando chego em uma casa e a Palavra de Deus está aberta, geralmente, num lugar de destaque na casa. A pessoa tem aquela Bíblia grande, ilustrada e coloca na sala, aberta. Isso é bem bonito. É muito importante dar destaque para a Palavra de Deus, e a Igreja nos incentiva a fazer isso. Muitas pessoas, no entanto, ficam com medo ou respeito excessivo, e não a leem. Por isso, quero comentar sobre a Bíblia como literatura.
Para ficar mais fácil, vamos separar as palavras: Bíblia e Sagrada. “Bíblia” significa um conjunto de livros. E como já dissemos, livro é para ser lido. Ato humano. E a outra palavra “Sagrada”, segundo o dicionário, é algo relativo às coisas divinas, algo santo, separado. Ato divino. Percebemos aí o que Deus quer: a união do divino com o humano.
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Junção do ato humano e da ação divina
Na composição da Bíblia Sagrada – temos, no momento da redação dos livros, a mão humana, mas também, e principalmente, a inspiração divina –, que é o que torna a Bíblia algo sagrado para nós. Temos aí essa junção do ato humano e da ação divina.
Fazemos o que cabe a nós no ato humano da leitura dos textos; Deus faz a parte d’Ele ao nos enviar Seu Espírito Santo, que nos ilumina e encaminha nessa leitura.
A Igreja nos ensina que a graça de Deus é oferecida a todo ser humano, mas que para produzir seu efeito é necessário que haja a cooperação humana. É o que a Igreja chama de livre adesão do homem à graça de Deus. Assim também o é com a Bíblia. Para que a Palavra de Deus, em toda sua sacralidade, e para que o ato divino aconteça em nós, precisamos realizar o ato humano da leitura dos textos.
Denis ,eu não acho que seja respeito em excesso ,e sim falta de conhecimento.a alguns anos atrás eu tinha pavor do profeta isaías,pois o mesmo so sinalizava desgraça.hj após anos e, conhecendo um pouco mais a palavra de Deus ,´pra mim é um alegria lê o profeta. amo demais isaías, jeremias enfim. hj pra quem tem acesso a internet e outros meio ficou mais fácil ,mas pra turma da zona rural a calamidade é a mesma.oxalá tivéssemos uma verdadeira envangelização ,uma fé ensinada ,um conhecemento da palavra,sem tanto devossionismo. iríamos evoluir…
Olá Antonia,
Fico feliz em saber que tem conhecido e gostado cada vez mais dos profetas bíblicos. Também espero que esse conhecimento chegue a todos sem distinção. Abraços