A linguagem da divisão
Neste estudo da I Carta de São Paulo aos Coríntios continuamos no primeiro capítulo nos versículos de 10 a 17. Passagem na qual Paulo começa a desenvolver o tema central da carta que é a questão da divisão a de acordo com os partidarismos dentro da comunidade cristã de Corinto.. Abaixo um comentário sobre o trecho estudado e mais informações em texto, além de dicas para reflexão e aplicação prática da passagem estudada.
Mais informações
São Paulo vai diretamente ao tema central da carta – a questão da divisão. O pedido a unidade é imediato e ligado a Jesus. Aliás, tudo sempre em nome de Jesus e nunca em próprio nome ou em nome de Apolo ou Céfas – partidos que se formavam na comunidade.
Como o assunto é tratado de modo direto e sem rodeios, Paulo conta como soube da notícia das divisões. Através de familiares de Cloé (1,11). Não se sabe ao certo quem é Cloé, provavelmente, comerciante de Éfeso, que em virtude dos negócios e compras realizadas na cidade de Corinto (lembre-se, Corinto era cidade portuária e comercial), devia ter contato com a Igreja daquela da cidade.
Assim, o apóstolo fica sabendo dos partidos que existem na comunidade (1,12) e que a dividem. É provável que essa divisão tenha acontecido por cada membro ter se identificado com cada uma das pessoas que representavam tal partido, ainda que esses representantes soubessem disso. Na vida intelectual e cultural do mundo grego era comum a pessoa seguir seu filósofo preferido e sua escola. Algo parecido poderia estar acontecendo na comunidade cristã de Corinto.
Por isso Paulo mostra, através de três perguntas fortes, de onde vem a unidade da Igreja (1,13). Em Cristo, pois Jesus é identificado com a Igreja na primeira pergunta. Na crucificação do Cristo, pois pela cruz que alcançamos a salvação e a partir daí somos Igreja ao redor desse Cristo, segunda pergunta. E no batismo com o qual somos incorporados ao corpo de Cristo, como vemos na terceira pergunta.
Inclusive, o apóstolo justifica não ter batizado tantas pessoas porque sua função principal na Igreja é outra: pregar o Evangelho. E qual o Evangelho ele prega? O da cruz. A linguagem da cruz (e não a linguagem da divisão – 1,12) que é salvação para todo aquele que crê.
Algumas perguntas que podem norteá-lo (a) a como aplicar o texto na vida
– A minha vida está dividida? Onde? Como?
– Vivo a divisão com as pessoas? Onde? Como?
– Como essas divisões interferem na minha vida e na vida das pessoas que convivem comigo?
– No meu dia-a-dia uso qual linguagem: a da divisão ou a da cruz de Cristo?
– A partir dos ensinamentos de São Paulo como faço para não viver mais de modo dividido?
– Em relação as outras pessoas, enxergo a mim e a elas como parte do mesmo corpo, cuja cabeça é Cristo?
– Qual (ou quais) o versículo que resume aquilo que entendi desse trecho bíblico?
– Qual (ou quais) o versículo mais me incentiva a rezar com esta Palavra?
– Qual (ou quais) o versículo mais me convida a agir segundo as indicações desse trecho bíblico?
E você, como sugere que apliquemos esse texto na vida? Participe na área de comentários abaixo.
Denis Duarte
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