A loucura de Deus
Finalizando o estudo do primeiro capítulo da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios temos o apóstolo nos apresentando uma inversão: a loucura que é se basear na sabedoria deste mundo e a mensagem da cruz, loucura esta que, diferente da humana, salva quem nela crê. Abaixo um vídeo com comentários sobre essa passagem e em seguida um texto. Além disso, um espaço para que você deixe uma resposta à Palavra de Deus que nos interpela.
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São Paulo passa a explicar a linguagem da cruz. Por isso, aqui há um contraponto com o versículo 12. Enquanto lá a linguagem utilizada é a da divisão, aqui a linguagem é a da cruz (1,18). E é traçado um paralelo: quem divide fala outra linguagem e para esses, que se perdem, a cruz é loucura. Para os da Igreja a linguagem da cruz é salvação. Ou seja, a salvação não está na linguagem eu sou de Apolo, de Paulo… mas na verdadeira linguagem do Evangelho – a linguagem da cruz, força divina (1,18).
E São Paulo quer mostrar a diferença entre a sabedoria humana e a divina. Por isso lança a pergunta: Onde está o sábio? Onde está o escriba? (1,20). O sábio é aquele que se baseia nos conhecimentos da filosofia grega e que acredita somente na razão. Para este a cruz é loucura, pois, segundo a razão grega, como seria possível um Deus que não salvando a si mesmo, pois morreu na cruz, salvaria aos outros? (1,22)
Temos também os escribas. Estes se baseavam nos conhecimentos da própria Sagrada Escritura. Aqueles que vindo da tradição judaica esperavam um Messias vitorioso, um Deus que reinaria também politicamente. Por isso, para estes a cruz é escândalo, pois como poderia o Messias morrer numa cruz? (1,22)
Sendo assim, Paulo apresenta uma inversão: a loucura é se basear na sabedoria deste mundo. Pois a sabedoria deste mundo (1,20) – seja de sábios gregos, seja de escribas judeus – não reconheceu a Deus e Sua sabedoria. Por isso, a mensagem da cruz é sim uma loucura, mas diferente da humana, pois salva os que nela creem (1,21).
E deixa ainda claro, que os próprios sábios e escribas podem alcançar essas força e sabedoria de Deus. Para tanto, basta se tornarem eleitos, ou seja, acreditarem na loucura de Deus, linguagem da cruz de Cristo (1,24).
O versículo 25 é o que chamamos de dobradura. Na primeira parte conclui o raciocino do trecho anterior sobre a sabedoria humana e sabedoria divina: Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens… E a segunda parte do versículo abre o próximo tema desse trecho sobre a fraqueza humana e a força divina: … e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
São Paulo mostra a força de Deus diante dos fracos da comunidade. E para isso faz três paralelos. Um paradoxo importante numa comunidade, ao que parece composta na sua maioria por gente sem importância: nem poderosos, nem sábios, nem nobres (1,26). Os paralelos são: o louco para confundir o sábio (1,27); o fraco para confundir o forte (1,27); o que nada é para confundir o que é algo (1,28).
Como podemos aplicar esse texto e ensinamento na própria vida? Participe na área de comentários abaixo.
Denis Duarte
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