A ressurreição dos mortos
Chegamos ao final das explicações de São Paulo na I Carta aos Coríntios. E nesse ensinamento ele retoma o que disse na abertura da carta: que tudo converge para Jesus. O apóstolo faz isso explicando sobre a ressurreição do Cristo. Assista o vídeo abaixo e leia o texto com mais informações.
Mais informações
São Paulo encerra suas explicações na carta com um ensinamento sobre a ressurreição de Cristo. Ele que começou a carta citando nove vezes nome daquele a quem anuncia (1,1-7) finaliza a carta do mesmo modo, ou seja, reafirmando que seu desejo é anunciar a mensagem de Jesus, base para toda a fé professada no cristianismo (15,1-2).
Paulo mostra novamente sua autoridade e, ao mesmo tempo, a unidade da Igreja, ao dizer que ensina o que recebeu (15,3a). Relata a primazia de Pedro, primeiro Papa, depois os outros doze (15,5).
Por último se coloca o apóstolo Paulo nesse sequência hierárquica dos que viram o ressuscitado. Mas ainda que último, se coloca como apóstolo, pois afirma também ter visto Jesus e assim, refuta aqueles que questionam seu título de Apóstolo (15, 8-9).
Após mostrar a hierarquia e unidade da Igreja e sua posição nesse quadro, o apóstolo passa a relatar o que a Igreja proclama (15,11), a saber: a ressurreição de Cristo . Alguns na comunidade de Corinto negavam a ressurreição dos mortos (15,12). Isso acontecia, por conta dos que possuíam aquela visão que rebaixava o corpo frente ao espírito. Sendo assim, para estes, não fazia sentido a alma, depois de se livrar do corpo com a morte, se prender a ela novamente.
E assim o apóstolo faz uma correlação. Se não acontece a ressurreição dos mortos, a de Cristo também não aconteceu. Se não aconteceu a ressurreição de Cristo, a proclamação é falsa. Se a proclamação é falsa, a fé é ilusória e inútil. Se a fé é ilusória somos condenados por nossos pecados. Se somos condenados por nossos pecados, nossa esperança no Cristo é somente para esta vida e por isso somos dignos de compaixão (15,13-19).
Mas não! Essa é a afirmação do apóstolo e para isso usa o exemplo das primícias que eram oferecidas no primeiro domingo depois do sábado da Páscoa dos judeus (15,20). E faz a leitura de toda humanidade e toda a história dessa humanidade: se no início, com Adão, todos estavam condenados, em Jesus, o novo Adão, estamos salvos por ressurreição (15,21-22).
Nessa explicação, Paulo faz a distinção entre três momentos: a ressurreição de Cristo, já ocorrida, a partir daí a ressurreição oferecida a todos, e a vitória sobre os inimigos, inclusive o último dos inimigos: a morte! (15,23-26). Tudo lhé é submetido, exceto, claro, aquele que o enviou. O próprio Jesus é submisso a Deus e terminada sua missão, entregará tudo ao Pai (15, 27-28).
São Paulo mostra sua confiança na mensagem sobre ressurreição, que ele e toda a Igreja pregam. Corre risco de morte para anunciar essa mensagem e pergunta: de que serviria enfrentar todos os perigos se essa mensagem não fosse verdadeira? (15, 30-32).
E o apóstolo é duro com os que, deixando-se levar, duvidam da ressurreição perguntando como acontece então a ressurreição. Chama essas pessoas de ignorantes, estúpidas (novamente – liga-se ao tema da sabedoria). E explica através de duas comparações: semente e corpo (já usadas em diferentes contextos) (15, 35-36).
No caso da semente, está só pode se transformar na planta se romper-se e morrer, para que assim nasça a planta a que se destina ser. Além disso, existem corpos diferentes. Por exemplo, o corpo de um homem é diferente do corpo de outro animal, que também são diferentes entre si. Sendo assim, existe também corpos diferentes para o plano terrestre e o espiritual (15, 36-41). Se existe um corpo animal, existe também um corpo espiritual (15,44b).
Unindo as duas comparações – semente e corpo – Paulo retoma muitas das características dos membros da comunidade citadas anteriormente e mostra nelas a ação da ressurreição (15,42,44).
E continuando a desenvolver a relação entre Adão e Cristo reforça a explicação entre corpo e espirito, morte e ressurreição, pecado e salvação (15, 45). São Paulo faz uma belíssima relação entre Adão e Cristo, para explicar que em nós habitam estas duas realidades: terreno e espiritual. De Adão, nossa realidade terrena com tudo o que ela proporciona. De Cristo nossa realidade espiritual e, da mesma forma, com tudo o que ela proporciona. Trazemos em nós, a imagem de ambos (15, 46-49).
Mas apesar de termos a realidade terrena, apóstolo mostra que é preciso transformar essa realidade humana. Carne e sangue significam a corruptibilidade a que a mentalidade humana esta sujeita, pois para Paulo a parusia está próxima e é preciso configurar nossa identidade à de Cristo. Mortos reviverão e vivos se transformarão. A imagem da trombeta é comum de livros escatológicos e apocalípticos (15,50-53).
Cita dos textos do AT Is 25,8 e Os 13,14. A combinação desses textos que originariamente são interrogações, aqui Paulo os transforma em afirmações e transforma ainda em salvação o que originariamente é condenação, ou seja, a ressureição de Cristo atualiza o texto (15, 54-55).
Mostra a relação direta entre pecado e morte. Por isso é preciso transformar nossa realidade corruptível, pois ressurreição e pecado não combinam (15, 56-57).
Conclui, incentivando aos seus irmãos que continuem progredindo no trabalho em prol da mensagem de Cristo, que como ele, acreditem na ressurreição, na parusia e que por isso continuem firmes e inabaláveis no que lhes foi confiado, pois tudo isso não é em vão (15, 58).
Dicas de como aplicar o texto na vida
– Acredito na mensagem anunciada por Paulo sobre a ressurreição de Jesus e dos homens?
– Como experimento essa fé na ressurreição no cotidiano?
– De alguma forma, também anuncio essa mensagem de ressurreição aos outros?
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Denis Duarte
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