Diante de tantos momentos vividos num matrimônio: momentos bons que fortaleceram a relação entre os conjuges, e outros que romperam laços afetivos importantes, vejo que o passo definitivo para a concórdia é a reconciliação. Precisamos diferenciar perdão de reconciliação. Perdão implica em colocar uma pedra em cima de algum fato acontecido e de esquecer o mal recebido, perdoar é fazer com aquele fato ruim se torne nulo. Talvez o perdão não implique em conviver de novo e da mesma forma com a pessoa. Mas é o primeiro passo para o viver reconciliado.
O viver reconciliado implica em “voltar ao amor original” para com a pessoa que nos ofendeu, magoou, agrediu, prejudicou. É viver de novo, com a mesma intensidade a amizade quebrada pela briga, pela discórdia na certeza que estes fatos foram “pontes” para o crescimento do relacionamento. O viver reconciliado faz cada pessoa crescer no amor. E isto precisa ser uma atitude nova a ser adotada: a atitude reconciliadora.
Para se viver reconciliado com os outros, com a pessoa amada especialmente, há a necessidade de se atingir antes três dimensões da reconciliação:
1) Reconciliar-se com Deus. Quantas pessoas estão em pecado a muitos anos e não se confessam, se afastaram da amizade de Deus, por isso não conseguem viver em paz com as outras pessoas. O primeiro passo para isto é procurar o padre e se reconcilar com Deus, beber de Sua misericórdia e Seu amor infinito, que nos ama apesar de nossas fraquezas.
2) Reconciliar-se consigo mesmo, numa atitude de auto acolhida como filho de Deus, como portador de qualidades e valores. Muitos vivem em decepção consigo mesmo, não se aceitando e nem se amando e se valorizando como imagem e semelhança de Deus. Se for preciso precisaremos reconstruir a nossa auto imagem para ter uma imagem melhor dos outros e sendo misericórdioso consigo mesmo, poderemos perdoar e se reconciliar com quem amamos.
3) Reconciliar-se com a vida, ou com aquilo que a vida nos proporcionou. Muitos reclamam de tudo e de todos, e nada satisfaz aqueles que lutam para ser ou ter aquilo que nem precisam para viver. Reconciliar-se com a vida é buscar o sentido em cada coisa que nos acontece, em tudo que Deus nos dá pela Sua Providência. E sorrir mais que reclamar, agradecer mais que pedir. Podemos fazer a escolha por viver de forma positiva e alegre, num mundo que morre pelo pessimismo e tristeza, depressão e solidão.
Só vive na solidão aquele ou aquela que não aprendeu a se contentar com o que tem, ou com quem tem para dividir a vida. Em no dia do hoje procure refletir sobre este assunto: a reconciliação, e se encaminhe para gestos concretos: vá ao encontro de alguém com quem está “brigado”, se for o seu conjuge, não deixe para amanhã, perdoe e se deixe perdoar, enfim se reconcilie e poderá ver que esta é uma forma eficaz de ser feliz.
Bom final de semana. Deus abençoe você. Diácono Paulo Lourenço