A pessoa humana vive em busca da sua realização pessoal cujo fruto é a felicidade. A felicidade é uma conquista que se verifica depois de um dia vivido com significado. A pessoa chega a noite, deita na cama e colocando a cabeça no travesseiro diz a si mesma: “O que vivi hoje me proporcionou satisfação de viver, mesmo que tive que enfrentar lutas e sofrimentos, mas valeu a pena. Fui feliz hoje”. A felicidade é sempre uma verificação da vivência com sentido.
Quem dá sentido e consistência a cada ato humano é Deus, que pela sua graça a envolve, ilumina e sustenta. Podemos então afirmar que a felicidade é também um dom de Deus. Para vivenciar a felicidade precisamos da graça de Deus. E fica a pergunta: “Como se manifesta a graça de Deus para que eu seja feliz?” Nesta matéria queria levar você a refletir sobre isto.
No evangelho de João, capítulo 1, versículos de 01 a 16, lemos a narrativa da encarnação do Verbo Divino, Jesus Cristo que se fez homem para iluminar e salvar a humanidade do pecado. No versículo 16, João afirma: “Todos nós recebemos da sua plenitude: graça sobre graça”. Acredito que está aí a resposta: por meio de Jesus Cristo o homem é resgatado, seus pecados são remidos e ele recebe o perdão de suas culpas, e é este perdão diário que produz no coração humano a felicidade: graça sobre graça.
O perdão de Deus produz em nós a alegria, a satisfação interior que eleva a alma e realiza a pessoa em plenitude. Somente quem passou por esta experiência de olhar para si mesmo e reconhecer-se pecador, necessitado da graça de Deus para fazer o bem, e recebe o perdão incondicional de Deus, pode dizer que foi feliz. Isto porque este perdão é diário, por conta de pecarmos todos os dias. E a cada dia o Senhor nos dá a alegria do perdão que produz a sensação de felicidade.
No sacramento da penitência (confissão) este perdão é explícito e real, e quem se coloca diante do sacerdote com o coração aberto ao perdão e arrependido de seus pecados, percebe imediatamente a alegria que produz felicidade. Jesus deixou para nós este sacramento na sua Igreja, a católica, “para que eles tenham a plenitude de minha alegria” (Jo 17,13-b)
O salmo 31 afirma ainda de forma mais clara: “Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido” (sl 31,1)
Que nós possamos experimentar a cada dia a graça do perdão do Pai, que nos foi dado pelo Seu Filho, e que brote de seu coração misericordioso para cada um de nós a felicidade, que será eterna quando nos unirmos a Ele definitivamente.
Deus o abençoe. Diácono Paulo Roberto Oliveira Lourenço