24. setembro 2014 · Comentários desativados em Livro Amor e aliança conjugal · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, matrimônio, Namoro, Sexualidade · Tags:

Capa Livro DiáconoAmar uma pessoa é escolhe-la definitivamente como companheira na viagem da vida. Como o curso do rio, que é longo até chegar ao mar, mas é perene, é contínuo, o amor conjugal precisa ser contínuo e ter um curso certo: ir até Deus.

O amor por uma pessoa nos leva a assumir a missão de levá-la à plenitude da vida, que é o encontro definitivo com Deus. Quem ama de verdade não para de amar por conta das dificuldades do caminho, porque isso não seria amor, mas um jeito de satisfazer as minhas necessidades.

Amar implica em permanecer. “Permanecei no meu amor” disse Jesus (cf. Jo 15). Permanecer é ficar ligado a fonte.

Adquira este Livro e reflita sobre o amor conjugal. Um livro cheio de conteúdos teológicos, mas com o testemunho meu e de minha esposa, um caso de amor que deu certo.

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Deus o abençoe

Diácono Paulo Lourenço

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22. agosto 2014 · Comentários desativados em O amor é o absoluto que deve ocupar nosso coração · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, pais e filhos · Tags:

20130609_205330 Estamos vivendo um mundo onde tudo é relativizado, isto é, se pensa que tudo é relativo e que as leis de Deus e as normas que contribuem para a organização das pessoas que vivem em sociedade e em comunidade também são relativas.

Estou refletindo esta semana sobre a palavra ABSOLUTO. Absoluto é o contrário de relativo. Alguma coisa precisa ser resgatado em minha vida como absoluto, imutável, que não se pode romper, principalmente quando deixo isto fixar-se no meu coração. ” Onde está o teu tesouro aí está o teu coração”. O absoluto em meu coração é o meu tesouro.

O que é absoluto no seu coração? Qual é o teu tesouro?

Se o meu absoluto é o AMOR, todas as coisas passarão por este maravilhoso filtro, e tudo que eu expressar será fruto deste Absoluto que habita dentro de mim. É claro que estou falando de Deus, mas de uma forma concreta. “Deus é amor, quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele” ( I Jo 4,16).

O amor precisa ser o absoluto no meu coração e assim as demais coisas ficam relativas, desde que filtradas pelo Amor. Santo Agostinho disse: “amem e façam o que quiserem”. A regra maior, a lei maior é o Amor. Se eu vivo a partir do amor, não vou desrespeitar nem a mim mesmo, nem ao outro, nem a natureza, nem a Deus. Se eu ponho o Amor como absoluto do meu coração naturalmente estarei fugindo do pecado.

O perigo que vejo em nosso tempo é que muitos colocaram o pecado como absoluto em seu coração, e com ele o demônio. Ninguém, em sã consciência, diria de si mesmo que tem o demônio como absoluto em seu coração, mas muitos não percebem que, se o pecado, ou os frutos da carne: inveja, ciúmes, ódio, impureza, libertinagem, bebedeiras, inimizades, fornicação, discórdias, partidos, orgias, ambição (Gal, 5, 19-21) estão presentes no seu coração como absolutos, na verdade é o demônio que está reinando.

Deus é o único Absoluto, e ele é AMOR, vamos hoje refletir sobre isto. Somente o AMOR precisa ser o absoluto em nosso coração.
Deus lhe abençoe. Diácono Paulo Lourenço

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25. junho 2014 · Comentários desativados em Amizade Conjugal · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, matrimônio · Tags:

Mara-e-Paulo.jpgQuero refletir com você sobre a amizade dentro do matrimônio.

Primeiro dizer que amizade é um ponto de partida e o ponto de chegada numa relação humana. Quando a gente conhece alguém e se identifica com seu jeito de ser, a expressão de sua voz, o seu corpo, a maneira de pensar, etc. temos um primeiro impulso, um interesse que vai ser o ponto de partida de tudo, um desejo de aproximação para conhecer, eu chamo isto de impulso de amizade. Se ao nos aproximarmos desta pessoa se confirma esta amizade, ela pode se transformar em uma paixão, num primeiro momento, depois num amor verdadeiro capaz de nos levar ao altar. Mas com o passar dos anos este amor precisa amadurecer e voltar a sua raiz mais profunda que é a amizade.
Santo Tomás de Aquino, no século XIII, afirmou que “a forma do matrimônio consiste na união inseparável dos espíritos, num casal engajado, numa amizade fiel”.
Só pode ser fiel por toda vida quem é amigo de verdade, por isto a importância da amizade conjugal. O amigo acolhe os defeitos do outro e valoriza as suas qualidades, e isto no matrimônio é essencial. O amigo está presente na vida do outro e participa de todas as suas lutas, chora junto nas suas derrotas e nas vitórias se alegra com o amigo.
Fazer de seu cônjuge seu melhor amigo. Esta é uma meta de todo matrimônio. Também o cônjuge precisa sentir esta preferência: se sentir o melhor amigo, isto porque amizade é sempre uma coisa ampla: podemos ter muitos amigos, mas o amigo íntimo que conhece a alma, que partilha a vida de forma total, este precisa ser o cônjuge.
O Papa Paulo VI na Carta Encíclica Humanae Vitae (n.9) escrevendo sobre o amor conjugal afirmou: “É depois um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, e para poder enriquecê-lo com o dom de si mesmo”.
Muitos relacionamentos são interrompidos por falta desta amizade inicial que citei acima, ou do amadurecimento do amor conjugal que só acontece neste passo de se elevar o convívio matrimonial para esta amizade pessoal e generosa onde se quer amar o cônjuge pelo que ele é, sem querer “desfrutar” dele como um objeto possuído. Pelo contrário, se faz a escolha de enriquecer esta pessoa, dedicando-se a ela por toda vida. Isto é a amizade conjugal. Deus te ajude nesta busca.

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24. março 2014 · Comentários desativados em Novena a Santa Gianna Beretta Molla · Categories: Amor Conjugal, educação dos filhos, espiritualidade do casal, família, matrimônio, pais e filhos · Tags:

Santa GiannaPARA OBTER GRAÇAS PELA INTERCESSÃO DE SANTA GIANNA BERETTA MOLLA

Resumo de sua vida: Esposa amorosa, médica dedicada e mãe heróica, que renunciou à própria vida em favor da vida da filha, na ocasião da gestação e do parto. Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994, e Canonizada em 16 de maio de 2004. Celebra-se o seu dia em 28 de abril.

NOVENA

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Deus Pai, que nos deste a Santa GIANNA como exemplo de esposa amorosa, que cercou de amor a sua família construindo uma verdadeira “Igreja Doméstica”, faz-me assimilar esse mesmo amor incondicional, consagrando minha vida ao Teu serviço junto aos que me cercam.
PAI NOSSO…
AVE MARIA…
GLÓRIA AO PAI…
Jesus, Redentor da humanidade, que chamaste à Santa GIANNA à missão de médica do corpo e da alma, vendo o Teu sofrimento no irmão doente, fazei que, seguindo o exemplo da Tua serva, possa eu entender a minha dor e a do meu irmão, participando do sacrifício da Tua Santa Cruz.
PAI NOSSO…
AVE MARIA…
GLÓRIA AO PAI…
Espírito Santo, fonte de todo o Amor, que infundiu no coração de Mãe da Santa GIANNA a coragem dos mártires, de testemunhar com a própria vida o amor à criança que trazia no seu ventre, colaborando de maneira extraordinária no Teu plano de criação, e, que durante toda a sua vida foi um exemplo de cristã de fé, esperança e caridade, faz-me torná-la com o exemplo para um autêntico caminho rumo à santidade.
PAI NOSSO…
AVE MARIA…
GLÓRIA AO PAI…
OREMOS:
Ó Deus, Amante da Vida, que doaste à Santa GIANNA BERETTA MOLLA responder com plena generosidade à vocação cristã de esposa e mãe, concede também a mim (pessoa para quem quer obter a Graça), por sua intercessão (… FAZER O PEDIDO…) e também seguir fielmente os Teus Desígnios, para que resplandeça sempre nas nossas famílias a Graça que consagra o amor eterno e à vida humana. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Teu Filho, que é Deus, e vive e reina Contigo na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. AMÉM.
Com Aprovação Eclesiástica

Ofereço esta novena para muitos casais com dificuldade em seu matrimônio, tanto no relacionamento conjugal quanto a questão de engravidar. Santa Gianna é uma poderosa intercessora em favor da vida familiar.
Deus abençoe você e sua família.

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Um rio somente é rio se desde a sua nascente ele corre até o mar. Só é rio porque tem um curso de água ininterrupto. Se um rio seca é porque a sua água parou de correr suavemente pelo leito que a natureza preparou para ela correr. O rio pode transbordar e continuar a ser um rio, mas se para de brotar água e ela para de correr não é mais rio, simplesmente extinguiu-se. Se não há água corrente não há rio.

Da mesma forma acontece com o amor humano. (Quero refletir sobre o amor humano entre um homem e uma mulher). O amor humano tem uma nascente, um encontro encantador, um dia em olhos se cruzaram e começaram a surgir emoções e sentimentos abrasadores que penetraram o intimo de duas pessoas, num dado momento da vida. A nascente do amor é o primeiro encontro, a primeira conversa, ás vezes cheia de vergonha, ou sem ter o que falar, pois o coração aperta e grita o interior pelo encantamento da pessoa amada.

Como é bom lembrar aquele primeiro encontro, os gestos que me falaram fundo ao coração, o olhar que me fez repensar a vida, a promessa de vida, como o pequeno olho d’agua que promete ser um rio enorme.

O amor acontece por acaso ou porque o Criador, que é a grande fonte nos revela? Quero crer que a resposta mais sensata é que o Criador cria espaços nesta terra para encontros maravilhosos, que são nascentes de água que brotam para a vida eterna.

O Beato João Paulo II em seu Livro “Amor e Responsabilidade” escreve que o amor só é verdadeiro na continuidade. Penso que esta frase é muito relevante no mundo de hoje, onde as coisas são tão descartáveis e tudo acaba muito rápidamente. As pessoas esqueceram que a vida é feita de escolhas e que as escolhas precisam ser definitivas. Amar alguém é escolhe-la definitivamente como companheira na viagem da vida. Como o curso do rio que é longo até chegar ao mar, mas é perene, é contínuo, o amor humano precisa ser contínuo e ter um curso certo: ir até Deus. Se amamos alguém é para leva-lo a plenitude da vida que é o encontro definitivo com Deus. Quem ama de verdade não para de amar por conta das dificuldades do caminho, porque isto não seria amor, mas um jeito de satisfazer as minhas necessidades. Amar implica em permanecer. “Permanecei no Meu amor” disse Jesus (João 15). Permanecer é ficar ligado a fonte de vida.

O amor humano precisa sempre voltar à nascente, ao primeiro encontro e atualiza-lo a cada dia. Talvez o que traria vida de novo aos casamentos, que podemos dizer que estão minguando e se acabando por falta de “água corrente” seria a possibilidade de se voltar ao “primeiro amor” e colher de novo a água limpa do amor essencial , o amor de encantamento que aconteceu no primeiro encontro. E quem sabe transborde este amor aos filhos, a família e a sociedade.

Meu convite hoje para você é que você volte ao amor original e redescubra a possibilidade de vida nova no seu relacionamento. Invista hoje no amor e resgate a maravilha de viver com alguém por amor, com amor e no amor. Desta forma as águas se renovam, a vida brota e o rio da vida segue seu curso até o encontro definitivo com a grandeza do mar de Deus.
Deus o abençoe.

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Quando um casal resolve se casar é muito importante lembrar que a união é entre duas pessoas. A pessoa humana é a criação de Deus mais linda, mas o homem e a mulher não foram criados perfeitos, porque se assim fosse seriam “deuses” e não pessoas.
Deus nos criou em estado de construção em todos os pontos de vista: físico, psicológico, emocional e espiritual. Somos imperfeitos e feitos para a plenitude, mas isto depende de crescimento pessoal e cada um tem um ritmo e um tempo para o amadurecimento.
Com isto podemos afirmar que um casamento entre duas pessoas incompletas e em “construção” pessoal constante é um grande desafio. Por isso há a necessidade de buscar uma compreensão maior da outra pessoa em suas vissicitudes e ambiguidades. Esta compreensão mútua e tão necessária pode ser chamada também de compaixão.

A compaixão é uma palavra que designa também o viver a paixão e a vida do outro, junto dele e unido a ele em suas imperfeições e sofrimentos pessoais. Ter compaixão do conjuge é um caminho seguro para manter um relacionamento saudável e duradouro. Porque quem vive unido ao outro e convive no dia-a-dia percebe de forma clara todas as deficiências pessoais do outro. E ter em si o sentimento de compaixão com a “miséria” do outro é uma forma eficaz para viver juntos.

Se ao contrário vivemos querendo corrigir ou julgando, querendo consertar do nosso modo e no nosso tempo o outro; ou ainda se não suportamos ou compreendemos as fragilidades do outro, fica muito difícil a vida a dois. Isto porque os erros e pecados do outro, seus desvios morais, suas neuroses e crises atingem de cheio quem convive mais de perto, e é inevitável que o conjuge tenha que suportar situações difíceis no relacionamento.

A dica de hoje: tenha compaixão da pessoa que vive com você. Isto se aplica em todo relacionamento humano, mas no casamento isto é imprescindível: olhar o outro com misericórdia e ter compaixão de suas fraquezas, compreender e ter sempre em mente que o tempo fará com esta pessoa cresça neste ou naquele aspecto. É dar sempre uma chance do outro se construir e não afastar-se por causa disto.

Que o Deus que nos tem compaixão imprima isto no nosso coração, para o bem de nossos relacionamentos. Deus abençoe você neste propósito. Diácono Paulo

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A palavra “Conversão” nos remete a exame de vida num sentido mais profundo do nosso ser, pois as coisas que vivemos e que queremos mudar impactam na nossa alma. Assim como somos atingidos na alma pelos pecados que cometemos, pelas decisões de vida que tomamos, pelas escolhas certas ou erradas, quando queremos para nós uma verdadeira e definitiva conversão somos tocados no nosso sagrado. E é neste momento que a graça de Deus vem em nosso auxílio: quando decidimos mudar algo em nós, que nos é destrutivo ou que é destrutivo para quem convive conosco.

Ouso comparar isto alegóricamente a um sistema do computador, que a cada tempo se apresenta uma nova “versão” , um novo formato, com novas possibilidades e telas, com ajustes naquilo que não deu certo, que não processou de acordo. Nós também precisamos de tempos em tempos buscar uma nova “versão” da nossa pessoa, buscando ajustes na qualidade de ser e de relacionar-se com os outros. A isto eu chamo da CONVERSÃO: buscar um novo formato melhorado. É claro que depois de algum tempo vamos ter que buscar uma “versão” melhor, mas hoje é tempo de estabelecer isto como meta: dar uma upgrade na vida.

Então quero deixar neste texto algumas dicas:

a) Examine a sua “máquina”, se reveja criteriosamente, sem medo de apontar onde tem errado, exagerado, pecado, cometido injustiças, deixado de corresponder as expectativas dos outros, principalmente os mais próximos. A ordem é se rever, tirando todas as mascaras e as desculpas, os subterfúgios e arrogâncias. Onde preciso mudar?

b) Trace um plano de mudança, uma virada. Neste plano coloque metas e prazos e persiga-os. Não desista quando as situações não favorecerem, continue no propósito de mudança. E não dependa dos outros mudarem, trace o seu próprio plano de mudança.

c) Confie em Deus que age em favor daqueles que querem se tornar verdadeiramente: “sua imagem e semelhança”. Deus vem com sua ajuda, com novas inspirações, basta busca-lo. Querer uma conversão sincera implica em rezar para isto.

Neste Advento que adentramos que eu e você possa buscar a nossa CONVERSÃO, que é fruto de uma decisão. Decida-se. Deus nos abençoe.

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Uma afirmação importante que entrou na minha história, que eu ouvi de uma pessoa que estava atendendo em oração. A pessoa me disse que na sua vida, quando passava por uma grande dificuldade foi orientado a transpor, ir além. Depois disto comecei a refletir sobre esta palavra e tive algumas constatações para minha vida que gostaria de partilhar com você:

É preciso transpor:

§ Barreiras. Na nossa vida sempre temos que romper e ultrapassar as barreiras que estão à nossa frente: digo as barreiras físicas: portas, escadas, muros, montes, rios, matas, frio, calor, chuva, poeira, ventos, etc. A condição ambiental nociva principalmente onde trabalhamos, não pode ser barreira para que avancemos em nossa vida como profissionais. Também as barreiras na debilidade de nosso corpo, nossas doenças, principalmente quem tem deficiência física, sempre dá para transpor e ser feliz.

§ Dificuldades. As dificuldades estarão sempre presentes em nossa vida: dificuldade para dormir, dificuldade física, de locomoção, de aprendizagem, de liderança, falta de recursos, dificuldade financeira. O importante é romper estas dificuldades e no pouco produzir o máximo. Não conseguindo fazer podemos pedir ajuda aos outros, se abrindo para ser ajudado. Rompemos dificuldades nos dispondo a estudar, a crescer, a trabalhar para conseguir suprir estas dificuldades. No lugar de se lamentar por não dar conta das dificuldades, podemos lutar para transpor, com muito suor. O tempo é nosso aliado, quando colocamos metas ao longo dos próximos anos de nossa vida para transpor nossas dificuldades pessoais.

§ Medos. O nosso maior inimigo a transpor é o medo, principalmente o medo de errar e de ser reprovado, medo de falar e não ser compreendido, ou até ser julgado e condenado; medo de se posicionar com a sua convicção cristã; medo de enfrentar o desconhecido e o inesperado. O medo se vence com a fé, que ilumina aquilo que temo não conseguir. Somente podemos transpor o medo acreditando. Acreditar é um verbo que supõe uma ação: a ação de romper com o que nos aprisiona interiormente e nos deixa paralisado. Quem crê em Deus transpõe o medo, enfrentando-o com a ajuda de Deus. Costumo dizer que medo sempre temos, mas não podemos parar no medo, vamos executar o que temos que fazer com a ajuda de Deus, mesmo temendo o inesperado, isto é transpor o medo.

§ Complexo de Inferioridade. Quantos precisam transpor esta infeliz ideia de achar-se menor que os outros, ou incapaz de realizar algo porque parou na própria incapacidade. Incapacidade não é inferioridade. Às vezes nos sentimos incapazes, mas isto não quer dizer que somos inferiores a outros que conseguem. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, portanto ninguém é inferior a ninguém. Somos diferentes, e podemos transpor este complexo compreendendo isto e aceitando a condição de filho de Deus. Para o Pai todos filhos são “iguais”, isto é tem o seu próprio valor, por isso ninguém é “menor” que ninguém. Transpor este complexo é libertador, pois cada um pode viver a sua vida e fazer as suas escolhas, sem se comparar a ninguém. Afinal se escolhemos o bem não precisamos provar nada para ninguém, somos livres, temos valores e devemos viver como irmãos.

§ Erros e pecados. Os nossos erros e pecados próprios, e os pecados dos outros não podem impedir que avancemos na vida. A pessoa humana tem na sua estrutura a imperfeição e a ambiguidade. Estacionar a sua vida de cristão, ou até querer desistir de sua vida por causa dos seus erros e do dos outros é um grande perigo. Erro tem conserto e pecado tem a cruz de Cristo para nos redimir. Transpor os erros e pecados é para aqueles que se apropriaram de verdade da salvação de Jesus Cristo. É vital transpor os erros dos outros para ter a capacidade de perdoar e ser perdoado, porque todos merecem nova chance, embora tenham cometido algo que achamos errado.

§ Decepções. Sempre nos decepcionamos com as coisas, com as pessoas. Somos traídos, magoados e aquilo que construímos como amizade se torna muitas vezes em inimizade causando decepções profundas. Existem situações que para nós é muito difícil de acolher, pois representam uma inconformidade com aquilo que achamos correto, ou é “dogma” de vida, paradigmas cristalizados que vieram de nossa formação familiar. Isto representa forte decepção, que como um lobo rouba a convivência humana. Na vida nada é perfeito completamente, somente Deus é perfeito, por isso o missionário deverá se preparar interiormente para ser decepcionado, mas permanecer na missão mesmo passando por momentos de decepção. Uma dica é lembrar que nem tudo foi decepção e que podemos sempre nos recordar dos momentos bons do passado, pois a artimanha do demônio é nos tentar a ficar sempre olhando para o que não deu certo e nos decepcionou. E a vitória de Deus na nossa vida acontece ao transpor as decepções e redescobrimos a esperança de novos tempos, com a Sua ajuda.

Deus abençoe seu novo propósito: transpor.

Diácono Paulo Lourenço

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O Papa Paulo VI em sua Encíclica “Humanae Vitae” escreve sobre o amor conjugal como componente essencial do matrimônio cristão. Não se pode conceber um relacionamento a dois se não for por amor, e um amor que seja a fonte da vida matrimonial. O saudoso Papa destaca no seu texto algumas características do amor conjugal. Gostaria de partilhar este texto na íntegra.

a) Um amor plenamente humano

“É, antes de mais, um amor plenamente humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível. Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto ou do sentimento; mas é também, e principalmente, ato da vontade livre, destinado a manter-se e a crescer, mediante as alegrias e as dores da vida cotidiana, de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem juntos a sua perfeição humana”

b) Um amor total

“É depois, um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, por poder enriquecê-lo com o dom de si próprio.”

c) Um amor fiel e exclusivo

É, ainda, amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem, efetivamente, o esposo e a esposa no dia em que assumem, livremente e com plena consciência, o compromisso do vínculo matrimonial. Fidelidade que por vezes pode ser difícil; mas que é sempre nobre e meritória, ninguém o pode negar. O exemplo de tantos esposos, através dos séculos, demonstra não só que ela é consentânea (congruente, conveniente) com a natureza do matrimônio, mas que é dela, como de fonte, que flui uma felicidade íntima e duradoura.

  d) Um amor fecundo

“É, finalmente, amor fecundo que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas. “O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais”.”

Conheça na íntegra a Encíclica, sempre atual. abaixo deixo o link:

http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_po.html

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Duas das maiores tentações às quais podemos ceder são as seguintes:  vivermos a partir do passado ou  preocupados com o futuro.

As experiências vividas no dia de ontem ou no ano passado, ou ainda nas últimas décadas, não precisam determinar o que eu preciso viver no dia de hoje. ” A cada dia basta o seu cuidado” diz o Evangelho. Cada dia é uma nova construção pautada de escolhas, de gestos, de atitudes que podem me fazer feliz naquele dia, e isto basta. O passado faz parte de nossa história e é enevitável que ele venha à tona e que lembranças boas ou más queiram influenciar naquilo que devemos viver no hoje. Mas este passado não pode se tornar determinante de nossos comportamentos no hoje de cada dia. É necessário integrar o passado na nossa história atual, pois sempre colhemos frutos vivenciais que agregam experiência e maturidade no hoje. Corrigir erros cometidos, por exemplo, ou mudar rotas de vida que notamos estarem no caminho contrário à felicidade, ou ainda rever posições e fazer coisas que gostaríamos de ter feito e nos omitimos. Amar mais hoje do que ontem é uma boa medida para quem amadureceu na integração do seu passado vivido.

O hoje precisa ter base sólida de valores para me fazer feliz, e é a Palavra de Deus, recebida e acolhida até o dia de hoje, que pode nos dar esta base, estes valores. Cristo é a Palavra viva de Deus e seus ensinamentos, sua vida e exemplo são esta base sólida que permite a cada dia a vivência de uma novidade, que traz felicidade. Sem esta base ou longe dela somos escravos de um passado que muitas vezes não foi bom. Se a pessoa humana integra o seu passado, como experiência de crescimento e vive o dia de hoje pautado nos valores da Palavra de Deus, estará bem próximo de sua realização.

O outro ponto é quando se vive o dia de hoje preocupado com o futuro, com aquilo que ainda não temos a possibilidade de viver, pois só o faremos quando ele chegar. “O futuro a Deus pertençe” diz o ditado popular, e as vezes isto é verdade. Mas cada um de nós pode, no hoje bem vivido, estar construindo um futuro melhor. Isto não implica em querer antecipar as preocupações do futuro para o dia de hoje, mas implica, repito, em viver o hoje bem vivido, com significado, com amor. A ansiedade e a angústia por querer que algo aconteça logo, pode levar muitos a viverem péssimamente o dia de hoje, por causa daquilo que é incerto, o futuro. Para o futuro existem duas hipóteses: acontecer ou não acontecer, dar certo ou não dar certo, ocorrer ou não ocorrer. As coisas mudam muito rapidamente e aquilo que hoje é para nós um sonho que pretendemos realizar no futuro, amanhã pode se diluir em outro sonho mais agradável, ou podem acontecer outros fatores que não dependem de nós, que podem alterar totalmente o nosso futuro. O segredo é ter sempre um sonho, mas este precisa ser flexível, aberto a mudanças, porque se eu tenho sonhos ou projetos para o meu futuro rígidos e inflexíveis posso viver a vida inteira frustado por não realiza-los, sem desfrutar o que a vida me ofereçe para viver hoje.

Se formos generosos conosco mesmos e com as pessoas com quem convivemos no dia de hoje, poderemos viver bem este dia, e  o futuro nos responderá com a mesma generosidade.

Sem se preocupar com aquilo que a Providência Divina reserva para nós, sem esquecer o quanto fomos ajudados por Ela no passado, aproveitando os erros como alavanca que nos impulsionem para ser pessoas melhoradas vamos viver bem este ano, vivendo bem o dia de hoje, com generosidade. Madre Tereza é modelo de generosidade, e a cada dia pode ser feliz, pois encontrou o seu verdadeiro sentido no amor, na doação de sua vida aos outros.

Deus te abençoe. Diácono Paulo Lourenço

“este ano eu resolvi uma coisa: quero ser bom”

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