24. setembro 2014 · Comentários desativados em Livro Amor e aliança conjugal · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, matrimônio, Namoro, Sexualidade · Tags:

Capa Livro DiáconoAmar uma pessoa é escolhe-la definitivamente como companheira na viagem da vida. Como o curso do rio, que é longo até chegar ao mar, mas é perene, é contínuo, o amor conjugal precisa ser contínuo e ter um curso certo: ir até Deus.

O amor por uma pessoa nos leva a assumir a missão de levá-la à plenitude da vida, que é o encontro definitivo com Deus. Quem ama de verdade não para de amar por conta das dificuldades do caminho, porque isso não seria amor, mas um jeito de satisfazer as minhas necessidades.

Amar implica em permanecer. “Permanecei no meu amor” disse Jesus (cf. Jo 15). Permanecer é ficar ligado a fonte.

Adquira este Livro e reflita sobre o amor conjugal. Um livro cheio de conteúdos teológicos, mas com o testemunho meu e de minha esposa, um caso de amor que deu certo.

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Deus o abençoe

Diácono Paulo Lourenço

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22. agosto 2014 · Comentários desativados em O amor é o absoluto que deve ocupar nosso coração · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, pais e filhos · Tags:

20130609_205330 Estamos vivendo um mundo onde tudo é relativizado, isto é, se pensa que tudo é relativo e que as leis de Deus e as normas que contribuem para a organização das pessoas que vivem em sociedade e em comunidade também são relativas.

Estou refletindo esta semana sobre a palavra ABSOLUTO. Absoluto é o contrário de relativo. Alguma coisa precisa ser resgatado em minha vida como absoluto, imutável, que não se pode romper, principalmente quando deixo isto fixar-se no meu coração. ” Onde está o teu tesouro aí está o teu coração”. O absoluto em meu coração é o meu tesouro.

O que é absoluto no seu coração? Qual é o teu tesouro?

Se o meu absoluto é o AMOR, todas as coisas passarão por este maravilhoso filtro, e tudo que eu expressar será fruto deste Absoluto que habita dentro de mim. É claro que estou falando de Deus, mas de uma forma concreta. “Deus é amor, quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele” ( I Jo 4,16).

O amor precisa ser o absoluto no meu coração e assim as demais coisas ficam relativas, desde que filtradas pelo Amor. Santo Agostinho disse: “amem e façam o que quiserem”. A regra maior, a lei maior é o Amor. Se eu vivo a partir do amor, não vou desrespeitar nem a mim mesmo, nem ao outro, nem a natureza, nem a Deus. Se eu ponho o Amor como absoluto do meu coração naturalmente estarei fugindo do pecado.

O perigo que vejo em nosso tempo é que muitos colocaram o pecado como absoluto em seu coração, e com ele o demônio. Ninguém, em sã consciência, diria de si mesmo que tem o demônio como absoluto em seu coração, mas muitos não percebem que, se o pecado, ou os frutos da carne: inveja, ciúmes, ódio, impureza, libertinagem, bebedeiras, inimizades, fornicação, discórdias, partidos, orgias, ambição (Gal, 5, 19-21) estão presentes no seu coração como absolutos, na verdade é o demônio que está reinando.

Deus é o único Absoluto, e ele é AMOR, vamos hoje refletir sobre isto. Somente o AMOR precisa ser o absoluto em nosso coração.
Deus lhe abençoe. Diácono Paulo Lourenço

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093-stj-vida-tempop[1]“Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.” Fernando Pessoa.

Gostei muito desta poesia e queria partilhar e refletir.

Quantos problemas e situações ruins seriam evitados se cada um cuidasse daquilo que Deus destinou para cuidar: o seu jardim, a sua vida, as suas coisas, o seu trabalho, as suas rosas. Vemos que a inveja ou o olhar no quintal do vizinho pode provocar o desejo de ter o que não se precisa ter para ser feliz.

A poesia fala de uma realidade que nem sempre será do jeito que queremos, mas podemos acolhe-la. Nossas rosas podem não ser as mais belas do mundo, e é esta a nossa realidade, mas devemos ama-las pois são as que Deus nos deu. Porque nós somos sempre iguais e únicos e irrepetíveis. E como únicos podemos ter um olhar de amor para nosso jardim, nossa vida.

Lembremo-nos que Deus colocou o homem e a mulher para serem os jardineiros neste mundo, para cuidar da criação, da obra de suas maõs, portanto, nunca desprezemos aquilo que temos para cuidar e jamais invejemos aquilo que Deus deu para o outro cuidar.

Ama as suas rosas… cuida, rega as tuas plantas… segue a sua vida serenamente… deixa de lado as sombras… Deus ilumine você.

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25. junho 2014 · Comentários desativados em Amizade Conjugal · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, matrimônio · Tags:

Mara-e-Paulo.jpgQuero refletir com você sobre a amizade dentro do matrimônio.

Primeiro dizer que amizade é um ponto de partida e o ponto de chegada numa relação humana. Quando a gente conhece alguém e se identifica com seu jeito de ser, a expressão de sua voz, o seu corpo, a maneira de pensar, etc. temos um primeiro impulso, um interesse que vai ser o ponto de partida de tudo, um desejo de aproximação para conhecer, eu chamo isto de impulso de amizade. Se ao nos aproximarmos desta pessoa se confirma esta amizade, ela pode se transformar em uma paixão, num primeiro momento, depois num amor verdadeiro capaz de nos levar ao altar. Mas com o passar dos anos este amor precisa amadurecer e voltar a sua raiz mais profunda que é a amizade.
Santo Tomás de Aquino, no século XIII, afirmou que “a forma do matrimônio consiste na união inseparável dos espíritos, num casal engajado, numa amizade fiel”.
Só pode ser fiel por toda vida quem é amigo de verdade, por isto a importância da amizade conjugal. O amigo acolhe os defeitos do outro e valoriza as suas qualidades, e isto no matrimônio é essencial. O amigo está presente na vida do outro e participa de todas as suas lutas, chora junto nas suas derrotas e nas vitórias se alegra com o amigo.
Fazer de seu cônjuge seu melhor amigo. Esta é uma meta de todo matrimônio. Também o cônjuge precisa sentir esta preferência: se sentir o melhor amigo, isto porque amizade é sempre uma coisa ampla: podemos ter muitos amigos, mas o amigo íntimo que conhece a alma, que partilha a vida de forma total, este precisa ser o cônjuge.
O Papa Paulo VI na Carta Encíclica Humanae Vitae (n.9) escrevendo sobre o amor conjugal afirmou: “É depois um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, e para poder enriquecê-lo com o dom de si mesmo”.
Muitos relacionamentos são interrompidos por falta desta amizade inicial que citei acima, ou do amadurecimento do amor conjugal que só acontece neste passo de se elevar o convívio matrimonial para esta amizade pessoal e generosa onde se quer amar o cônjuge pelo que ele é, sem querer “desfrutar” dele como um objeto possuído. Pelo contrário, se faz a escolha de enriquecer esta pessoa, dedicando-se a ela por toda vida. Isto é a amizade conjugal. Deus te ajude nesta busca.

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22. maio 2014 · Comentários desativados em Dê sempre uma nova chance · Categories: afetividade, espiritualidade do casal, estilo de vida, família · Tags:

NOVA FOTOS 083Quando nos deparamos com uma pessoa que por causa de uma ou outra escolha errada acabou não correspondendo aquilo que se esperava dela, é muito comum se dizer que acabaram as suas chances, principalmente quando investimos muito nesta pessoa.
Acontece que para Deus a pessoa sempre merece outra chance, e é esta atitude que nós precisamos cultivar.
Quero refletir sobre a mudança que acontece no mundo, nas situações, nas pessoas. O que faz com que a pessoa possa se redimir de um mau cometido é a certeza que as coisas mudam e a maturidade chega e as situações vividas podem ser reescrevidas. Sempre haverá novas possibilidades para aqueles que estão vivos. E a certeza que eu tenho, por mim mesmo, é que as pessoas mudam, crescem e amadurecem com o tempo e com os sofrimentos da vida.
Nesta certeza aprendi a acreditar sempre na possibilidade da pessoa humana, por isso escolhi como meta na minha vida, dar sempre uma nova chance aqueles que não merecem ainda, na esperança de que venham mudar de comportamento, de vida, de forma de pensar e agir. Todos merecem uma nova chance. Quero ser protagonista disto na minha vida oferecendo a misericórdia como julgamento e a reconciliação como instrumento de inserção da pessoa no meu coração, novamente, mesmo aquelas que me ofenderam. Eu creio que isto é o que aprendemos de Cristo: dar uma nova chance. Deus te abençoe.
Diácono Paulo Lourenço – Canção Nova

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022A pessoa humana vive em busca da sua realização pessoal cujo fruto é a felicidade. A felicidade é uma conquista que se verifica depois de um dia vivido com significado. A pessoa chega a noite, deita na cama e colocando a cabeça no travesseiro diz a si mesma: “O que vivi hoje me proporcionou satisfação de viver, mesmo que tive que enfrentar lutas e sofrimentos, mas valeu a pena. Fui feliz hoje”. A felicidade é sempre uma verificação da vivência com sentido.
Quem dá sentido e consistência a cada ato humano é Deus, que pela sua graça a envolve, ilumina e sustenta. Podemos então afirmar que a felicidade é também um dom de Deus. Para vivenciar a felicidade precisamos da graça de Deus. E fica a pergunta: “Como se manifesta a graça de Deus para que eu seja feliz?” Nesta matéria queria levar você a refletir sobre isto.
No evangelho de João, capítulo 1, versículos de 01 a 16, lemos a narrativa da encarnação do Verbo Divino, Jesus Cristo que se fez homem para iluminar e salvar a humanidade do pecado. No versículo 16, João afirma: “Todos nós recebemos da sua plenitude: graça sobre graça”. Acredito que está aí a resposta: por meio de Jesus Cristo o homem é resgatado, seus pecados são remidos e ele recebe o perdão de suas culpas, e é este perdão diário que produz no coração humano a felicidade: graça sobre graça.
O perdão de Deus produz em nós a alegria, a satisfação interior que eleva a alma e realiza a pessoa em plenitude. Somente quem passou por esta experiência de olhar para si mesmo e reconhecer-se pecador, necessitado da graça de Deus para fazer o bem, e recebe o perdão incondicional de Deus, pode dizer que foi feliz. Isto porque este perdão é diário, por conta de pecarmos todos os dias. E a cada dia o Senhor nos dá a alegria do perdão que produz a sensação de felicidade.
No sacramento da penitência (confissão) este perdão é explícito e real, e quem se coloca diante do sacerdote com o coração aberto ao perdão e arrependido de seus pecados, percebe imediatamente a alegria que produz felicidade. Jesus deixou para nós este sacramento na sua Igreja, a católica, “para que eles tenham a plenitude de minha alegria” (Jo 17,13-b)
O salmo 31 afirma ainda de forma mais clara: “Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido” (sl 31,1)
Que nós possamos experimentar a cada dia a graça do perdão do Pai, que nos foi dado pelo Seu Filho, e que brote de seu coração misericordioso para cada um de nós a felicidade, que será eterna quando nos unirmos a Ele definitivamente.

Deus o abençoe. Diácono Paulo Roberto Oliveira Lourenço

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Eucaristia. (I Cor 11,17-34)
São Paulo na sua primeira Carta aos Corintios, antes de dar o ensino magno sobre os carismas nos capítulos 12 a 14, ele, no capítulo 11, versículos 17 a 34, admoesta os Corintios a forma de crer, viver, celebrar e orar na participação do mistério eucarístico.
Como crer na Eucaristia? Levando em conta as Sagradas Escrituras. As Sagradas Escrituras trazem a revelação da vontade e da consagração feita pelo próprio Jesus, que afirmou categoricamente: “Isto é o meu Corpo. Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue. Isto é o meu sangue. Fazei-o em memória de mim.” É preciso resgatar o crer na Eucaristia de forma renovada e objetiva. Jesus está no pão e no vinho consagrado pelo sacerdote dentro da Santa Missa, de forma real. É presença real: corpo, alma e divindade do Senhor Jesus. Somos chamados a renovar a nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia e levar muitos a experimentarem este alimento de vida eterna.
Como viver a Eucaristia? No versículo 18 e 19 do capítulo 11 desta Carta aos Corintios que estamos meditando, São Paulo fala de duas realidades que estavam vivendo na assembleia eucarística: a desarmonia entre os cristãos e os partidos e as divisões internas. Podemos dizer que também hoje os cristãos vivem estas duas realidades: desarmonias e divisões. Desarmonias em suas vidas pessoais, incoerência entre aquilo que creem e aquilo que vivem. Vemos que muitos participam da Eucaristia, mas ainda persistem em viver como pagãos, sem se importar ou levar em conta que comungam o Cristo, por isso deveriam assumir toda a sua doutrina como regra de conduta de suas vidas. Viver o mistério Eucarístico é levar uma vida de busca de santidade por conta Daquele que é Santo nos visitar e entrar nas nossas vidas de forma real pela comunhão eucarística. Outro ponto são as divisões, as disputas por espaço ou poder dentro da própria celebração eucarística. Muitos ainda querem a sua projeção pessoal na assembleia cristã, o que gera divisões e partidos. A maior divisão é a interior, porque muitos tem a vida dividida entre o mundo e as coisas mundanas e a vida em Deus, que acontece de forma mais profunda na comunhão eucarística. Por isso é preciso buscar a coerência, aquele que comunga do Santo, precisa se tornar santo. Santo Agostinho afirmou: “torna-te Naquele que comungas”.
Como celebrar a Eucaristia? São Paulo alerta a questão de comungar consciente de que o pão é corpo de Cristo e o vinho é o sangue do Senhor (vers 29). Na celebração precisamos estar conscientes disto, pois entramos dentro do Kairós de Deus que é a Santa Missa e nossa participação precisa ser plena para experimentarmos neste encontro real com o Senhor, toda a eficácia redentora de Cristo na nossa vida. Participação plena quer dizer que tudo na celebração precisa ser vivido com muita atenção e as respostas feitas com consciência. Hoje vemos muita distração e em muitas celebrações todo o clima celebrativo se perde em meio a muita conversa paralela, pessoas preocupadas com coisas externas, outros dentro da celebração mas indiferentes ao mistério celebrado. Precisamos retomar uma celebração ativa e viva, isto é, mergulhar por inteiro no mistério de nossa salvação. Por isso eu recomendo uma preparação espiritual para a celebração eucarística, chegar mais cedo, rezar um pouco, deixar de lado as outras preocupações e não correr o risco de pecar contra a Eucaristia. São Paulo afirma: “come e bebe a sua própria condenação” (vs 29-b)
Como orar na Eucaristia? A oração dentro da celebração precisa ser profunda, de intimidade com o Senhor. Por isso, diz São Paulo: “entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos.” (vs 30). A força de Deus se realiza pela oração feita a Deus com fé. Rezar com fé cada oração, cada resposta dada na Santa Missa. A Eucaristia é a maior de todas as orações. Uma participação na Eucaristia vale por todas as orações da humanidade feitas juntas. A mais sublime oração é o sacrifício de Jesus na cruz, o mistério de sua paixão, morte e ressurreição, que se atualiza em cada celebração eucarística. Por isso é necessário que o cristão reze a Santa Missa no Espírito Santo, buscando aquele vem ao encontro de nossas fraquezas “porque não sabemos orar como convém”.(Rm 8,26). Isto quer dizer que para orar bem a Eucaristia peça sempre uma nova efusão do Espírito Santo. Antes de cada celebração peça: Vem Espírito Santo e ilumina minha alma para celebrar bem e comungar do Senhor da minha vida.
A Igreja vive da Eucaristia. O Beato João Paulo II começou a Encíclica: ECCLESIA DE EUCHARISTIA, com esta frase que ressoa como a verdade mais profunda da vida cristã: Deus se fez carne, na espécie de pão e se fez sangue, na forma de vinho, para nosso alimento até a Sua segunda vinda. A sequencia da reflexão do Beato é ainda mais marcante, por isso copio na íntegra para o leitor:
Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.
O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã ». Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ». Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.
O Convite é para nós vivermos intensamente cada Eucaristia celebrada e recebermos desta fonte do amor de Deus. Deus abençoe você neste propósito.

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Um rio somente é rio se desde a sua nascente ele corre até o mar. Só é rio porque tem um curso de água ininterrupto. Se um rio seca é porque a sua água parou de correr suavemente pelo leito que a natureza preparou para ela correr. O rio pode transbordar e continuar a ser um rio, mas se para de brotar água e ela para de correr não é mais rio, simplesmente extinguiu-se. Se não há água corrente não há rio.

Da mesma forma acontece com o amor humano. (Quero refletir sobre o amor humano entre um homem e uma mulher). O amor humano tem uma nascente, um encontro encantador, um dia em olhos se cruzaram e começaram a surgir emoções e sentimentos abrasadores que penetraram o intimo de duas pessoas, num dado momento da vida. A nascente do amor é o primeiro encontro, a primeira conversa, ás vezes cheia de vergonha, ou sem ter o que falar, pois o coração aperta e grita o interior pelo encantamento da pessoa amada.

Como é bom lembrar aquele primeiro encontro, os gestos que me falaram fundo ao coração, o olhar que me fez repensar a vida, a promessa de vida, como o pequeno olho d’agua que promete ser um rio enorme.

O amor acontece por acaso ou porque o Criador, que é a grande fonte nos revela? Quero crer que a resposta mais sensata é que o Criador cria espaços nesta terra para encontros maravilhosos, que são nascentes de água que brotam para a vida eterna.

O Beato João Paulo II em seu Livro “Amor e Responsabilidade” escreve que o amor só é verdadeiro na continuidade. Penso que esta frase é muito relevante no mundo de hoje, onde as coisas são tão descartáveis e tudo acaba muito rápidamente. As pessoas esqueceram que a vida é feita de escolhas e que as escolhas precisam ser definitivas. Amar alguém é escolhe-la definitivamente como companheira na viagem da vida. Como o curso do rio que é longo até chegar ao mar, mas é perene, é contínuo, o amor humano precisa ser contínuo e ter um curso certo: ir até Deus. Se amamos alguém é para leva-lo a plenitude da vida que é o encontro definitivo com Deus. Quem ama de verdade não para de amar por conta das dificuldades do caminho, porque isto não seria amor, mas um jeito de satisfazer as minhas necessidades. Amar implica em permanecer. “Permanecei no Meu amor” disse Jesus (João 15). Permanecer é ficar ligado a fonte de vida.

O amor humano precisa sempre voltar à nascente, ao primeiro encontro e atualiza-lo a cada dia. Talvez o que traria vida de novo aos casamentos, que podemos dizer que estão minguando e se acabando por falta de “água corrente” seria a possibilidade de se voltar ao “primeiro amor” e colher de novo a água limpa do amor essencial , o amor de encantamento que aconteceu no primeiro encontro. E quem sabe transborde este amor aos filhos, a família e a sociedade.

Meu convite hoje para você é que você volte ao amor original e redescubra a possibilidade de vida nova no seu relacionamento. Invista hoje no amor e resgate a maravilha de viver com alguém por amor, com amor e no amor. Desta forma as águas se renovam, a vida brota e o rio da vida segue seu curso até o encontro definitivo com a grandeza do mar de Deus.
Deus o abençoe.

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Quando um casal resolve se casar é muito importante lembrar que a união é entre duas pessoas. A pessoa humana é a criação de Deus mais linda, mas o homem e a mulher não foram criados perfeitos, porque se assim fosse seriam “deuses” e não pessoas.
Deus nos criou em estado de construção em todos os pontos de vista: físico, psicológico, emocional e espiritual. Somos imperfeitos e feitos para a plenitude, mas isto depende de crescimento pessoal e cada um tem um ritmo e um tempo para o amadurecimento.
Com isto podemos afirmar que um casamento entre duas pessoas incompletas e em “construção” pessoal constante é um grande desafio. Por isso há a necessidade de buscar uma compreensão maior da outra pessoa em suas vissicitudes e ambiguidades. Esta compreensão mútua e tão necessária pode ser chamada também de compaixão.

A compaixão é uma palavra que designa também o viver a paixão e a vida do outro, junto dele e unido a ele em suas imperfeições e sofrimentos pessoais. Ter compaixão do conjuge é um caminho seguro para manter um relacionamento saudável e duradouro. Porque quem vive unido ao outro e convive no dia-a-dia percebe de forma clara todas as deficiências pessoais do outro. E ter em si o sentimento de compaixão com a “miséria” do outro é uma forma eficaz para viver juntos.

Se ao contrário vivemos querendo corrigir ou julgando, querendo consertar do nosso modo e no nosso tempo o outro; ou ainda se não suportamos ou compreendemos as fragilidades do outro, fica muito difícil a vida a dois. Isto porque os erros e pecados do outro, seus desvios morais, suas neuroses e crises atingem de cheio quem convive mais de perto, e é inevitável que o conjuge tenha que suportar situações difíceis no relacionamento.

A dica de hoje: tenha compaixão da pessoa que vive com você. Isto se aplica em todo relacionamento humano, mas no casamento isto é imprescindível: olhar o outro com misericórdia e ter compaixão de suas fraquezas, compreender e ter sempre em mente que o tempo fará com esta pessoa cresça neste ou naquele aspecto. É dar sempre uma chance do outro se construir e não afastar-se por causa disto.

Que o Deus que nos tem compaixão imprima isto no nosso coração, para o bem de nossos relacionamentos. Deus abençoe você neste propósito. Diácono Paulo

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Sempre se faz esta pergunta: O que é o Natal?
E as respostas podem dadas por diferentes pessoas em diferentes situações que estão vivendo em suas vidas.

Quero refletir com você nesta véspera do Natal de 2012 sobre as possíveis respostas que podem surgir no nosso meio.

Para uma mãe que perdeu um filho porque um atirador entrou atirando numa escola, o Natal talvez seja um dia triste, que aumenta a saudade e o amargo na boca que nasce de um sentimento de perda irreparável. Talvez se ela ouvir um sino batendo ou um canto de paz ela vai confundir com o grito desesperado de uma criança, o seu filho.

Para um pai alcóolatra que se entregou à bebida para esquecer as suas próprias situações de abandono da família, ou a mágoa com a vida que não lhe foi tão próspera, o Natal é mais um dia para se afundar no vício e dizer que sua vida não vale grande coisa. Normalmente estas pessoas na noite de Natal choram muito de saudade dos seus e continuam atolados na solidão. Natal é um dia como os outros.

O Natal para quem tem muitos recursos materiais e enche a casa de comida e bebida, normalmente tem uma alegria aparente, porque nada pode preencher um coração insaciável por ter coisas. Tem muitas coisas e o sentimento de vazio é cada vez maior. Ainda porque os vínculos muitas vezes se perderam pelo caminho da vida e na sequencia de divórcios e distância de filhos de mães ou pais diferentes, paira sempre a solidão de quem tem tudo, mas não possue vinculos que produzam a felicidade tão almejada.

O que é o Natal para quem vive uma vida com significado? O Natal é o momento de rever quem ama, abraçar e beijar os queridos de sua família. Distribuir presentes que podem ser baratos mas que marcam a vida de quem os recebe, pois foram comprados com amor. A abundância de alimentos saborosos nem faz a diferença pois as pessoas e as amizades são bens superiores. E quando se ama de verdade a convivência amiga não exige muitas coisas, basta na verdade a presença.

O Natal para quem encontrou Deus na sua vida é o momento de encontro com quem O “amou primeiro”. Natal é dia do encontro com o Menino Deus, de participar da Eucaristia e ter comunhão com Ele e com os irmãos. E neste Natal todos podem participar.

E o que fazer para ajudar aquela mãe que perdeu o filho?
Quem estiver mais perto lhe abraçe e que ela sinta neste abraço o consolo de saber que o Natal pode trazer a vida e a esperança em meio ao sofrimento.

E aquele pai de família atolado na bebida?
No Natal se você encontrar alguém nesta situação ou drogado ofereça a sua mão e acolha com amor esta pessoa para que ela se sinta amada pelo menos esta noite e procure por causa desta fagulha de amor recebido, buscar ajuda, se levantar e recomeçar a vida. O amor recebido faz grande diferença na vida destas pessoas.

Se você for rico e se perdeu na falta de vínculos, o Natal pode ser enriquecido pela partilha. Ajude uma família a ter um Natal melhor, reparta. Quem dá aos pobres e necessitados recebe sempre mais do que aquilo que deu. Porque um gesto de amor sempre beneficia quem o dá mais que quem recebe. E o amor dado marca o coração de quem recebe, e a felicidade brota no coração de quem deu.

Desejo um Feliz Natal a todos e que o Menino Jesus nos visite com a sua graça neste dia tão especial.

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