24. setembro 2014 · Comentários desativados em Livro Amor e aliança conjugal · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, matrimônio, Namoro, Sexualidade · Tags:

Capa Livro DiáconoAmar uma pessoa é escolhe-la definitivamente como companheira na viagem da vida. Como o curso do rio, que é longo até chegar ao mar, mas é perene, é contínuo, o amor conjugal precisa ser contínuo e ter um curso certo: ir até Deus.

O amor por uma pessoa nos leva a assumir a missão de levá-la à plenitude da vida, que é o encontro definitivo com Deus. Quem ama de verdade não para de amar por conta das dificuldades do caminho, porque isso não seria amor, mas um jeito de satisfazer as minhas necessidades.

Amar implica em permanecer. “Permanecei no meu amor” disse Jesus (cf. Jo 15). Permanecer é ficar ligado a fonte.

Adquira este Livro e reflita sobre o amor conjugal. Um livro cheio de conteúdos teológicos, mas com o testemunho meu e de minha esposa, um caso de amor que deu certo.

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Deus o abençoe

Diácono Paulo Lourenço

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25. junho 2014 · Comentários desativados em Amizade Conjugal · Categories: afetividade, Amor Conjugal, espiritualidade do casal, estilo de vida, família, matrimônio · Tags:

Mara-e-Paulo.jpgQuero refletir com você sobre a amizade dentro do matrimônio.

Primeiro dizer que amizade é um ponto de partida e o ponto de chegada numa relação humana. Quando a gente conhece alguém e se identifica com seu jeito de ser, a expressão de sua voz, o seu corpo, a maneira de pensar, etc. temos um primeiro impulso, um interesse que vai ser o ponto de partida de tudo, um desejo de aproximação para conhecer, eu chamo isto de impulso de amizade. Se ao nos aproximarmos desta pessoa se confirma esta amizade, ela pode se transformar em uma paixão, num primeiro momento, depois num amor verdadeiro capaz de nos levar ao altar. Mas com o passar dos anos este amor precisa amadurecer e voltar a sua raiz mais profunda que é a amizade.
Santo Tomás de Aquino, no século XIII, afirmou que “a forma do matrimônio consiste na união inseparável dos espíritos, num casal engajado, numa amizade fiel”.
Só pode ser fiel por toda vida quem é amigo de verdade, por isto a importância da amizade conjugal. O amigo acolhe os defeitos do outro e valoriza as suas qualidades, e isto no matrimônio é essencial. O amigo está presente na vida do outro e participa de todas as suas lutas, chora junto nas suas derrotas e nas vitórias se alegra com o amigo.
Fazer de seu cônjuge seu melhor amigo. Esta é uma meta de todo matrimônio. Também o cônjuge precisa sentir esta preferência: se sentir o melhor amigo, isto porque amizade é sempre uma coisa ampla: podemos ter muitos amigos, mas o amigo íntimo que conhece a alma, que partilha a vida de forma total, este precisa ser o cônjuge.
O Papa Paulo VI na Carta Encíclica Humanae Vitae (n.9) escrevendo sobre o amor conjugal afirmou: “É depois um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, e para poder enriquecê-lo com o dom de si mesmo”.
Muitos relacionamentos são interrompidos por falta desta amizade inicial que citei acima, ou do amadurecimento do amor conjugal que só acontece neste passo de se elevar o convívio matrimonial para esta amizade pessoal e generosa onde se quer amar o cônjuge pelo que ele é, sem querer “desfrutar” dele como um objeto possuído. Pelo contrário, se faz a escolha de enriquecer esta pessoa, dedicando-se a ela por toda vida. Isto é a amizade conjugal. Deus te ajude nesta busca.

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24. março 2014 · Comentários desativados em Novena a Santa Gianna Beretta Molla · Categories: Amor Conjugal, educação dos filhos, espiritualidade do casal, família, matrimônio, pais e filhos · Tags:

Santa GiannaPARA OBTER GRAÇAS PELA INTERCESSÃO DE SANTA GIANNA BERETTA MOLLA

Resumo de sua vida: Esposa amorosa, médica dedicada e mãe heróica, que renunciou à própria vida em favor da vida da filha, na ocasião da gestação e do parto. Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994, e Canonizada em 16 de maio de 2004. Celebra-se o seu dia em 28 de abril.

NOVENA

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Deus Pai, que nos deste a Santa GIANNA como exemplo de esposa amorosa, que cercou de amor a sua família construindo uma verdadeira “Igreja Doméstica”, faz-me assimilar esse mesmo amor incondicional, consagrando minha vida ao Teu serviço junto aos que me cercam.
PAI NOSSO…
AVE MARIA…
GLÓRIA AO PAI…
Jesus, Redentor da humanidade, que chamaste à Santa GIANNA à missão de médica do corpo e da alma, vendo o Teu sofrimento no irmão doente, fazei que, seguindo o exemplo da Tua serva, possa eu entender a minha dor e a do meu irmão, participando do sacrifício da Tua Santa Cruz.
PAI NOSSO…
AVE MARIA…
GLÓRIA AO PAI…
Espírito Santo, fonte de todo o Amor, que infundiu no coração de Mãe da Santa GIANNA a coragem dos mártires, de testemunhar com a própria vida o amor à criança que trazia no seu ventre, colaborando de maneira extraordinária no Teu plano de criação, e, que durante toda a sua vida foi um exemplo de cristã de fé, esperança e caridade, faz-me torná-la com o exemplo para um autêntico caminho rumo à santidade.
PAI NOSSO…
AVE MARIA…
GLÓRIA AO PAI…
OREMOS:
Ó Deus, Amante da Vida, que doaste à Santa GIANNA BERETTA MOLLA responder com plena generosidade à vocação cristã de esposa e mãe, concede também a mim (pessoa para quem quer obter a Graça), por sua intercessão (… FAZER O PEDIDO…) e também seguir fielmente os Teus Desígnios, para que resplandeça sempre nas nossas famílias a Graça que consagra o amor eterno e à vida humana. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Teu Filho, que é Deus, e vive e reina Contigo na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. AMÉM.
Com Aprovação Eclesiástica

Ofereço esta novena para muitos casais com dificuldade em seu matrimônio, tanto no relacionamento conjugal quanto a questão de engravidar. Santa Gianna é uma poderosa intercessora em favor da vida familiar.
Deus abençoe você e sua família.

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Eucaristia. (I Cor 11,17-34)
São Paulo na sua primeira Carta aos Corintios, antes de dar o ensino magno sobre os carismas nos capítulos 12 a 14, ele, no capítulo 11, versículos 17 a 34, admoesta os Corintios a forma de crer, viver, celebrar e orar na participação do mistério eucarístico.
Como crer na Eucaristia? Levando em conta as Sagradas Escrituras. As Sagradas Escrituras trazem a revelação da vontade e da consagração feita pelo próprio Jesus, que afirmou categoricamente: “Isto é o meu Corpo. Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue. Isto é o meu sangue. Fazei-o em memória de mim.” É preciso resgatar o crer na Eucaristia de forma renovada e objetiva. Jesus está no pão e no vinho consagrado pelo sacerdote dentro da Santa Missa, de forma real. É presença real: corpo, alma e divindade do Senhor Jesus. Somos chamados a renovar a nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia e levar muitos a experimentarem este alimento de vida eterna.
Como viver a Eucaristia? No versículo 18 e 19 do capítulo 11 desta Carta aos Corintios que estamos meditando, São Paulo fala de duas realidades que estavam vivendo na assembleia eucarística: a desarmonia entre os cristãos e os partidos e as divisões internas. Podemos dizer que também hoje os cristãos vivem estas duas realidades: desarmonias e divisões. Desarmonias em suas vidas pessoais, incoerência entre aquilo que creem e aquilo que vivem. Vemos que muitos participam da Eucaristia, mas ainda persistem em viver como pagãos, sem se importar ou levar em conta que comungam o Cristo, por isso deveriam assumir toda a sua doutrina como regra de conduta de suas vidas. Viver o mistério Eucarístico é levar uma vida de busca de santidade por conta Daquele que é Santo nos visitar e entrar nas nossas vidas de forma real pela comunhão eucarística. Outro ponto são as divisões, as disputas por espaço ou poder dentro da própria celebração eucarística. Muitos ainda querem a sua projeção pessoal na assembleia cristã, o que gera divisões e partidos. A maior divisão é a interior, porque muitos tem a vida dividida entre o mundo e as coisas mundanas e a vida em Deus, que acontece de forma mais profunda na comunhão eucarística. Por isso é preciso buscar a coerência, aquele que comunga do Santo, precisa se tornar santo. Santo Agostinho afirmou: “torna-te Naquele que comungas”.
Como celebrar a Eucaristia? São Paulo alerta a questão de comungar consciente de que o pão é corpo de Cristo e o vinho é o sangue do Senhor (vers 29). Na celebração precisamos estar conscientes disto, pois entramos dentro do Kairós de Deus que é a Santa Missa e nossa participação precisa ser plena para experimentarmos neste encontro real com o Senhor, toda a eficácia redentora de Cristo na nossa vida. Participação plena quer dizer que tudo na celebração precisa ser vivido com muita atenção e as respostas feitas com consciência. Hoje vemos muita distração e em muitas celebrações todo o clima celebrativo se perde em meio a muita conversa paralela, pessoas preocupadas com coisas externas, outros dentro da celebração mas indiferentes ao mistério celebrado. Precisamos retomar uma celebração ativa e viva, isto é, mergulhar por inteiro no mistério de nossa salvação. Por isso eu recomendo uma preparação espiritual para a celebração eucarística, chegar mais cedo, rezar um pouco, deixar de lado as outras preocupações e não correr o risco de pecar contra a Eucaristia. São Paulo afirma: “come e bebe a sua própria condenação” (vs 29-b)
Como orar na Eucaristia? A oração dentro da celebração precisa ser profunda, de intimidade com o Senhor. Por isso, diz São Paulo: “entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos.” (vs 30). A força de Deus se realiza pela oração feita a Deus com fé. Rezar com fé cada oração, cada resposta dada na Santa Missa. A Eucaristia é a maior de todas as orações. Uma participação na Eucaristia vale por todas as orações da humanidade feitas juntas. A mais sublime oração é o sacrifício de Jesus na cruz, o mistério de sua paixão, morte e ressurreição, que se atualiza em cada celebração eucarística. Por isso é necessário que o cristão reze a Santa Missa no Espírito Santo, buscando aquele vem ao encontro de nossas fraquezas “porque não sabemos orar como convém”.(Rm 8,26). Isto quer dizer que para orar bem a Eucaristia peça sempre uma nova efusão do Espírito Santo. Antes de cada celebração peça: Vem Espírito Santo e ilumina minha alma para celebrar bem e comungar do Senhor da minha vida.
A Igreja vive da Eucaristia. O Beato João Paulo II começou a Encíclica: ECCLESIA DE EUCHARISTIA, com esta frase que ressoa como a verdade mais profunda da vida cristã: Deus se fez carne, na espécie de pão e se fez sangue, na forma de vinho, para nosso alimento até a Sua segunda vinda. A sequencia da reflexão do Beato é ainda mais marcante, por isso copio na íntegra para o leitor:
Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.
O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã ». Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ». Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.
O Convite é para nós vivermos intensamente cada Eucaristia celebrada e recebermos desta fonte do amor de Deus. Deus abençoe você neste propósito.

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Um rio somente é rio se desde a sua nascente ele corre até o mar. Só é rio porque tem um curso de água ininterrupto. Se um rio seca é porque a sua água parou de correr suavemente pelo leito que a natureza preparou para ela correr. O rio pode transbordar e continuar a ser um rio, mas se para de brotar água e ela para de correr não é mais rio, simplesmente extinguiu-se. Se não há água corrente não há rio.

Da mesma forma acontece com o amor humano. (Quero refletir sobre o amor humano entre um homem e uma mulher). O amor humano tem uma nascente, um encontro encantador, um dia em olhos se cruzaram e começaram a surgir emoções e sentimentos abrasadores que penetraram o intimo de duas pessoas, num dado momento da vida. A nascente do amor é o primeiro encontro, a primeira conversa, ás vezes cheia de vergonha, ou sem ter o que falar, pois o coração aperta e grita o interior pelo encantamento da pessoa amada.

Como é bom lembrar aquele primeiro encontro, os gestos que me falaram fundo ao coração, o olhar que me fez repensar a vida, a promessa de vida, como o pequeno olho d’agua que promete ser um rio enorme.

O amor acontece por acaso ou porque o Criador, que é a grande fonte nos revela? Quero crer que a resposta mais sensata é que o Criador cria espaços nesta terra para encontros maravilhosos, que são nascentes de água que brotam para a vida eterna.

O Beato João Paulo II em seu Livro “Amor e Responsabilidade” escreve que o amor só é verdadeiro na continuidade. Penso que esta frase é muito relevante no mundo de hoje, onde as coisas são tão descartáveis e tudo acaba muito rápidamente. As pessoas esqueceram que a vida é feita de escolhas e que as escolhas precisam ser definitivas. Amar alguém é escolhe-la definitivamente como companheira na viagem da vida. Como o curso do rio que é longo até chegar ao mar, mas é perene, é contínuo, o amor humano precisa ser contínuo e ter um curso certo: ir até Deus. Se amamos alguém é para leva-lo a plenitude da vida que é o encontro definitivo com Deus. Quem ama de verdade não para de amar por conta das dificuldades do caminho, porque isto não seria amor, mas um jeito de satisfazer as minhas necessidades. Amar implica em permanecer. “Permanecei no Meu amor” disse Jesus (João 15). Permanecer é ficar ligado a fonte de vida.

O amor humano precisa sempre voltar à nascente, ao primeiro encontro e atualiza-lo a cada dia. Talvez o que traria vida de novo aos casamentos, que podemos dizer que estão minguando e se acabando por falta de “água corrente” seria a possibilidade de se voltar ao “primeiro amor” e colher de novo a água limpa do amor essencial , o amor de encantamento que aconteceu no primeiro encontro. E quem sabe transborde este amor aos filhos, a família e a sociedade.

Meu convite hoje para você é que você volte ao amor original e redescubra a possibilidade de vida nova no seu relacionamento. Invista hoje no amor e resgate a maravilha de viver com alguém por amor, com amor e no amor. Desta forma as águas se renovam, a vida brota e o rio da vida segue seu curso até o encontro definitivo com a grandeza do mar de Deus.
Deus o abençoe.

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Quando um casal resolve se casar é muito importante lembrar que a união é entre duas pessoas. A pessoa humana é a criação de Deus mais linda, mas o homem e a mulher não foram criados perfeitos, porque se assim fosse seriam “deuses” e não pessoas.
Deus nos criou em estado de construção em todos os pontos de vista: físico, psicológico, emocional e espiritual. Somos imperfeitos e feitos para a plenitude, mas isto depende de crescimento pessoal e cada um tem um ritmo e um tempo para o amadurecimento.
Com isto podemos afirmar que um casamento entre duas pessoas incompletas e em “construção” pessoal constante é um grande desafio. Por isso há a necessidade de buscar uma compreensão maior da outra pessoa em suas vissicitudes e ambiguidades. Esta compreensão mútua e tão necessária pode ser chamada também de compaixão.

A compaixão é uma palavra que designa também o viver a paixão e a vida do outro, junto dele e unido a ele em suas imperfeições e sofrimentos pessoais. Ter compaixão do conjuge é um caminho seguro para manter um relacionamento saudável e duradouro. Porque quem vive unido ao outro e convive no dia-a-dia percebe de forma clara todas as deficiências pessoais do outro. E ter em si o sentimento de compaixão com a “miséria” do outro é uma forma eficaz para viver juntos.

Se ao contrário vivemos querendo corrigir ou julgando, querendo consertar do nosso modo e no nosso tempo o outro; ou ainda se não suportamos ou compreendemos as fragilidades do outro, fica muito difícil a vida a dois. Isto porque os erros e pecados do outro, seus desvios morais, suas neuroses e crises atingem de cheio quem convive mais de perto, e é inevitável que o conjuge tenha que suportar situações difíceis no relacionamento.

A dica de hoje: tenha compaixão da pessoa que vive com você. Isto se aplica em todo relacionamento humano, mas no casamento isto é imprescindível: olhar o outro com misericórdia e ter compaixão de suas fraquezas, compreender e ter sempre em mente que o tempo fará com esta pessoa cresça neste ou naquele aspecto. É dar sempre uma chance do outro se construir e não afastar-se por causa disto.

Que o Deus que nos tem compaixão imprima isto no nosso coração, para o bem de nossos relacionamentos. Deus abençoe você neste propósito. Diácono Paulo

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A palavra “Conversão” nos remete a exame de vida num sentido mais profundo do nosso ser, pois as coisas que vivemos e que queremos mudar impactam na nossa alma. Assim como somos atingidos na alma pelos pecados que cometemos, pelas decisões de vida que tomamos, pelas escolhas certas ou erradas, quando queremos para nós uma verdadeira e definitiva conversão somos tocados no nosso sagrado. E é neste momento que a graça de Deus vem em nosso auxílio: quando decidimos mudar algo em nós, que nos é destrutivo ou que é destrutivo para quem convive conosco.

Ouso comparar isto alegóricamente a um sistema do computador, que a cada tempo se apresenta uma nova “versão” , um novo formato, com novas possibilidades e telas, com ajustes naquilo que não deu certo, que não processou de acordo. Nós também precisamos de tempos em tempos buscar uma nova “versão” da nossa pessoa, buscando ajustes na qualidade de ser e de relacionar-se com os outros. A isto eu chamo da CONVERSÃO: buscar um novo formato melhorado. É claro que depois de algum tempo vamos ter que buscar uma “versão” melhor, mas hoje é tempo de estabelecer isto como meta: dar uma upgrade na vida.

Então quero deixar neste texto algumas dicas:

a) Examine a sua “máquina”, se reveja criteriosamente, sem medo de apontar onde tem errado, exagerado, pecado, cometido injustiças, deixado de corresponder as expectativas dos outros, principalmente os mais próximos. A ordem é se rever, tirando todas as mascaras e as desculpas, os subterfúgios e arrogâncias. Onde preciso mudar?

b) Trace um plano de mudança, uma virada. Neste plano coloque metas e prazos e persiga-os. Não desista quando as situações não favorecerem, continue no propósito de mudança. E não dependa dos outros mudarem, trace o seu próprio plano de mudança.

c) Confie em Deus que age em favor daqueles que querem se tornar verdadeiramente: “sua imagem e semelhança”. Deus vem com sua ajuda, com novas inspirações, basta busca-lo. Querer uma conversão sincera implica em rezar para isto.

Neste Advento que adentramos que eu e você possa buscar a nossa CONVERSÃO, que é fruto de uma decisão. Decida-se. Deus nos abençoe.

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As mudanças de direção nas nossas vidas acontecem a partir de algum fato importante ou um acontecimento novo, uma perda ou uma grande vitória. Isto porque estes fatos provocam a reflexão sobre o sentido da própria vida. As crises que passamos normalmente nos colocam diante destes questionamentos existenciais.

Mas quero relatar que existe uma coisa que nos favorece também a reflexão e posterior mudança de direção de vida: o encontro.
O encontro com uma pessoa que nos provoca algo interior, nos questiona, nos atrai, nos faz pensar na vida. Quando encontramos, por exemplo, o amor de nossa vida: a esposa ou o esposo, nosso interior fica totalmente propenso a mudanças radicais para se adaptar àquele amor que nasce, e também estamos dispostos a tudo para fazer-se amável àquela pessoa. O amor da outra pessoa nos provoca conversões, viradas radicais de vida e de posicionamento frente a ela.

Na minha vida quando eu encontrei a pessoa de Jesus Cristo, num encontro, onde me revelaram pela primeira vez as suas palavras, os ensinamentos, a vida que Ele transmitia nos seus atos, me vi frente a necessidade de mudar muitas coisas. A percepção de mundo muda quando encontramos a Cristo e sua palavra, porque acontece no nosso interior uma explosão de esperanças. Em Cristo tudo pode ser mudado e por isso as realidades mais difíceis são possíveis de superação, isto porque Ele foi a resposta mais completa a todos os questionamentos humanos: AMOR. Ele amou de verdade e deu a vida por amor. Se Alguém pode amar de verdade há a possibilidade de todos viverem isto também. É uma constatação maravilhosa e recheada de esperança.

Que você no dia de hoje também tenha este encontro com Cristo e sua palavra e através deste encontro passe a viver o AMOR. Esta é nossa esperança, esta é a meta: viver o amor.
Deus abençoe o seu encontro.

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Queria partilhar esta catequese em preparação ao Encontro mundial das famílias com o Papa. É uma ótima reflexão sobre a família nos dias de hoje. Espero que goste.

“Veio ao meio dos seus, e os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1, 11-12). O menino ia crescendo e fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele. Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa […] Em seguida, desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes submisso. A sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e
dos homens (Lc 2, 40-42.51-52).”

Reflexão

Veio ao meio dos seus. Por que motivo a família deve escolher um estilo de vida? Quais são os novos estilos de vida para a família de hoje, a propósito do trabalho e da festa? Dois trechos bíblicos descrevem o modo como o Senhor Jesus veio ao meio de nós (cf. Jo 1, 11-12) e como viveu no seio de uma família humana (cf. Lc 2, 40-42.51-52).

O primeiro texto apresenta-nos Jesus que habita no meio do seu povo: «Veio ao meio dos seus, e os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus». A Palavra eterna parte do seio do Pai, vem para o meio do seu povo e entra numa família humana. O povo de Deus, que deveria ser o ventre acolhedor do Verbo, revela-se estéril. Os seus não o receberam mas, pelo contrário, eliminam-no. O mistério da rejeição de Jesus de Nazaré insere-se no coração da sua vinda para o meio dos nós. Mas a todos aqueles que o recebem, «deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus». Aos pés da cruz, João vê realizar-se aquilo que ele mesmo proclama no início do seu Evangelho. «Quando vê a sua mãe e, perto dela, o discípulo que ele amava» (Jo 19, 26), Jesus confia à mãe o novo filho, e ao discípulo que ele amava, confia a mãe. Depois, o evangelista comenta: «E a partir dessa hora, o discípulo levou-a consigo para a sua casa» (19, 27). Eis o «estilo» que Jesus nos pede, para vir ao meio de nós: um estilo capaz de receber e de gerar.

Jesus pede que a família seja lugar que acolhe e gera a vida em plenitude.
Ela não gera apenas a vida física, mas abre à promessa eà alegria. A família torna-se capaz de «receber», se souber preservar a sua própria intimidade, a história de cada um, as tradições familiares, a confiança na vida e a esperança no Senhor. A família torna-se capaz de «gerar», quando faz circular os dons recebidos, quando conserva o ritmo da existência quotidiana entre trabalho e festa, entre afecto e caridade, entre compromisso e gratuidade. Esta é a dádiva que se recebe em família: conservar e transmitir a vida, no casal e aos filhos.

A família tem o seu ritmo, como a palpitação do coração;é lugar de descanso e de impulso, de chegada e de partida, de paz e de sonho, de ternura e de responsabilidade. O casal deve construir a atmosfera antes da chegada dos filhos. O trabalho não pode tornar a casa deserta, mas a família deve aprender a viver e a conjugar os tempos do trabalho com aqueles da festa. Muitas vezes deve confrontar-se com pressões externas, que não permitem escolher o ideal, mas os discípulos do Senhor são aqueles que, vivendo na realidade das situações, sabem dar sabor a todas as coisas, mesmo àquilo que não se consegue mudar: são o sal da terra. De modo particular, o domingo deve ser tempo de confiança, de liberdade, de encontro, de descanso e de partilha. O domingo é o momento do encontro entre o homem e a mulher. É acima de tudo o Dia do Senhor, o tempo da oração, da Palavra de Deus, da Eucaristia e da abertura à comunidade e à caridade. E deste modo, também os dias da semana receberão luz do domingo e da festa: haverá menos dispersão e mais encontro, menos pressa e mais diálogo, menos coisas e mais presença. Um primeiro passo nesta direcção é ver como habitamos a casa, o que levamos a cabo no nosso lar. É necessário observar como é a nossa morada e considerar o estilo do nosso habitar, as escolhas que ali fizemos, os sonhos que cultivamos, os sofrimentos que vivemos, as lutas que enfrentamos e as esperanças que alimentamos.

O segredo de Nazaré. Nesse povoado da Galileia, Jesus vive o período mais longo da sua vida. Jesus torna-se homem: com o transcorrer dos anos, ele atravessa muitas das experiências humanas para as salvar todas: faz-se um de nós, entra numa família humana, vive trinta anos de silêncio absoluto, que se tornam revelação do mistério da humildade de Nazaré.

O versículo com que tem início este trecho delineia com poucos traços o «segredo de Nazaré». É o lugar onde crescer em sabedoria e graça de Deus, no contexto de uma família que recebe e gera. «O menino ia crescendo e fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele». O mistério de Nazaré diz-nos de modo simples que Jesus, a Palavra que vem do Alto, o Filho do Pai, se faz menino, assume a nossa humanidade, cresce como um jovem no seio de uma família, vive a experiência da religiosidade e da lei, a vida quotidiana cadenciada pelos dias de trabalho e pelo descanso do sábado, o calendário das festas. O «Filho do Altíssimo» reveste-se com o semblante da fragilidade e da pobreza, é acompanhado pelos pastores e por pessoas que manifestam a esperança de Israel. Porém, o mistério de Nazaré é muito mais: é o segredo que fascinou grandes santos, como Teresa de Lisieux e Charles de Foucauld.

Com efeito, o versículo de encerramento do episódio diz que Jesus «desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes submisso. A sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura (maturidade), sabedoria e graça diante de Deus e dos homens». Eis o profundo mistério de Nazaré: Jesus, a Palavra de Deus em pessoa, imergiu-se na nossa humanidade durante trinta anos! As palavras dos homens, as relações familiares, a experiência da amizade e da conflitualidade, da saúde e da enfermidade, da alegria e do sofrimento tornaram-se linguagens que Jesus aprendeu, para proferir a Palavra de Deus. De onde vêm, a não ser da família e do ambiente de Nazaré, as palavra de Jesus, as suas imagens, a sua capacidade de contemplar os campos, o camponês que semeia, a messe que lourece, a mulher que mistura a farinha, o pastor que extraviou a ovelha, o pai com os seus dois filhos. Onde foi que Jesus aprendeu a sua surpreendente capacidade de narrar, imaginar, comparar e pregar na vida e com a vida? Não vêm elas porventura da imersão de Jesus na vida de Nazaré? Por isso dizemos que Nazaré é o lugar da humildade e do escondimento. A palavra esconde-se, a semente desce ao ventre da terra e morre para trazer como fruto o amor do próprio Deus, aliás, o rosto paterno de Deus. Este é o mistério de Nazaré.

3. Os vínculos familiares. Jesus vive numa família caracterizada pela espiritualidade judaica e pela fidelidade à lei: «Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa». A família e a lei constituem o contexto onde Jesus cresce em sabedoria e graça. A família e a religiosidade judaicas, uma família patriarcal e uma religião doméstica, com as suas festas anuais, com o sentido do sábado, com a oração e o trabalho diário, com o estilo de um amor de casal puro e meigo, fazem compreender que Jesus viveu profundamente a sua família.

Também nós crescemos numa família humana, dentro de vínculos de acolhimento que nos fazem crescer e responder à vida e a Deus. Também nós nos tornamos aquilo que recebemos. O mistério de Nazaré é o conjunto de todos estes vínculos: a família e a religiosidade, as nossas raízes e o nosso povo, a vida diária e os sonhos para o porvir. A aventura da vida humana começa a partir daquilo que recebemos: a vida, a casa, o afecto, a língua e a fé. A nossa humanidade é forjada por uma família, com as suas riquezas e as suas pobrezas.

Escuta do Magistério

A vida de família traz consigo um estilo singular, novo e criativo, que deve ser vivido e saboreado no casal e transmitido aos filhos, a fim de que transforme o mundo. O estilo evangélico da vida familiar influi dentro e além do círculo eclesial, fazendo resplandecer o carisma do matrimónio, o mandamento novo do amor a Deus e ao próximo. De maneira sugestiva, o n. 64 da Familiaris consortio exorta-nos a descobrir de novo um rosto mais familiar de Igreja, com a adopção de «um estilo de relações mais humano e fraterno». .

Estilo evangélico da vida em família

«Animada e sustentada pelo mandamento novo do amor, a família cristã vive a acolhida, o respeito, o serviço para com a homem, considerado sempre na sua dignidade de pessoa e de filho de Deus.

Isto deve acontecer, antes de tudo, no e para o casal e para a família, mediante o empenho quotidiano de promover uma autêntica comunidade de pessoas, fundada e alimentada por uma íntima comunhão de amor. Deve além disso ampliar-se para o círculo mais universal da comunidade eclesial, dentro da qual a família cristã está inserida: graças à caridade da família, a Igreja pode e deve assumir uma dimensão mais doméstica, isto é, mais familiar, adoptando um estilo de relações mais humano e fraterno.

A caridade ultrapassa os próprios irmãos na fé, porque “todo o homem é meu irmão”; em cada um, sobretudo se pobre, fraco, sofredor e injustamente tratado, a caridade sabe descobrir o rosto de Cristo e um irmão a amar e a servir.

Para que o serviço ao homem seja vivido pela família segundo o estilo evangélico, será necessário pôr em prática com urgência o que escreve o Concílio Vaticano II: “Para que este exercício da caridade seja e apareça acima de toda a suspeita, considere-se no próximo a imagem de Deus, para o qual foi criado, veja-se nele Cristo, a quem realmente se oferece tudo o que se dá ao indigente” (AA 8)».
[Familiaris Consortio, 64]

Diácono Paulo Lourenço – Canção Nova

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O Papa Paulo VI em sua Encíclica “Humanae Vitae” escreve sobre o amor conjugal como componente essencial do matrimônio cristão. Não se pode conceber um relacionamento a dois se não for por amor, e um amor que seja a fonte da vida matrimonial. O saudoso Papa destaca no seu texto algumas características do amor conjugal. Gostaria de partilhar este texto na íntegra.

a) Um amor plenamente humano

“É, antes de mais, um amor plenamente humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível. Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto ou do sentimento; mas é também, e principalmente, ato da vontade livre, destinado a manter-se e a crescer, mediante as alegrias e as dores da vida cotidiana, de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem juntos a sua perfeição humana”

b) Um amor total

“É depois, um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, por poder enriquecê-lo com o dom de si próprio.”

c) Um amor fiel e exclusivo

É, ainda, amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem, efetivamente, o esposo e a esposa no dia em que assumem, livremente e com plena consciência, o compromisso do vínculo matrimonial. Fidelidade que por vezes pode ser difícil; mas que é sempre nobre e meritória, ninguém o pode negar. O exemplo de tantos esposos, através dos séculos, demonstra não só que ela é consentânea (congruente, conveniente) com a natureza do matrimônio, mas que é dela, como de fonte, que flui uma felicidade íntima e duradoura.

  d) Um amor fecundo

“É, finalmente, amor fecundo que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas. “O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais”.”

Conheça na íntegra a Encíclica, sempre atual. abaixo deixo o link:

http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_po.html

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