Eucaristia. (I Cor 11,17-34)
São Paulo na sua primeira Carta aos Corintios, antes de dar o ensino magno sobre os carismas nos capítulos 12 a 14, ele, no capítulo 11, versículos 17 a 34, admoesta os Corintios a forma de crer, viver, celebrar e orar na participação do mistério eucarístico.
Como crer na Eucaristia? Levando em conta as Sagradas Escrituras. As Sagradas Escrituras trazem a revelação da vontade e da consagração feita pelo próprio Jesus, que afirmou categoricamente: “Isto é o meu Corpo. Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue. Isto é o meu sangue. Fazei-o em memória de mim.” É preciso resgatar o crer na Eucaristia de forma renovada e objetiva. Jesus está no pão e no vinho consagrado pelo sacerdote dentro da Santa Missa, de forma real. É presença real: corpo, alma e divindade do Senhor Jesus. Somos chamados a renovar a nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia e levar muitos a experimentarem este alimento de vida eterna.
Como viver a Eucaristia? No versículo 18 e 19 do capítulo 11 desta Carta aos Corintios que estamos meditando, São Paulo fala de duas realidades que estavam vivendo na assembleia eucarística: a desarmonia entre os cristãos e os partidos e as divisões internas. Podemos dizer que também hoje os cristãos vivem estas duas realidades: desarmonias e divisões. Desarmonias em suas vidas pessoais, incoerência entre aquilo que creem e aquilo que vivem. Vemos que muitos participam da Eucaristia, mas ainda persistem em viver como pagãos, sem se importar ou levar em conta que comungam o Cristo, por isso deveriam assumir toda a sua doutrina como regra de conduta de suas vidas. Viver o mistério Eucarístico é levar uma vida de busca de santidade por conta Daquele que é Santo nos visitar e entrar nas nossas vidas de forma real pela comunhão eucarística. Outro ponto são as divisões, as disputas por espaço ou poder dentro da própria celebração eucarística. Muitos ainda querem a sua projeção pessoal na assembleia cristã, o que gera divisões e partidos. A maior divisão é a interior, porque muitos tem a vida dividida entre o mundo e as coisas mundanas e a vida em Deus, que acontece de forma mais profunda na comunhão eucarística. Por isso é preciso buscar a coerência, aquele que comunga do Santo, precisa se tornar santo. Santo Agostinho afirmou: “torna-te Naquele que comungas”.
Como celebrar a Eucaristia? São Paulo alerta a questão de comungar consciente de que o pão é corpo de Cristo e o vinho é o sangue do Senhor (vers 29). Na celebração precisamos estar conscientes disto, pois entramos dentro do Kairós de Deus que é a Santa Missa e nossa participação precisa ser plena para experimentarmos neste encontro real com o Senhor, toda a eficácia redentora de Cristo na nossa vida. Participação plena quer dizer que tudo na celebração precisa ser vivido com muita atenção e as respostas feitas com consciência. Hoje vemos muita distração e em muitas celebrações todo o clima celebrativo se perde em meio a muita conversa paralela, pessoas preocupadas com coisas externas, outros dentro da celebração mas indiferentes ao mistério celebrado. Precisamos retomar uma celebração ativa e viva, isto é, mergulhar por inteiro no mistério de nossa salvação. Por isso eu recomendo uma preparação espiritual para a celebração eucarística, chegar mais cedo, rezar um pouco, deixar de lado as outras preocupações e não correr o risco de pecar contra a Eucaristia. São Paulo afirma: “come e bebe a sua própria condenação” (vs 29-b)
Como orar na Eucaristia? A oração dentro da celebração precisa ser profunda, de intimidade com o Senhor. Por isso, diz São Paulo: “entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos.” (vs 30). A força de Deus se realiza pela oração feita a Deus com fé. Rezar com fé cada oração, cada resposta dada na Santa Missa. A Eucaristia é a maior de todas as orações. Uma participação na Eucaristia vale por todas as orações da humanidade feitas juntas. A mais sublime oração é o sacrifício de Jesus na cruz, o mistério de sua paixão, morte e ressurreição, que se atualiza em cada celebração eucarística. Por isso é necessário que o cristão reze a Santa Missa no Espírito Santo, buscando aquele vem ao encontro de nossas fraquezas “porque não sabemos orar como convém”.(Rm 8,26). Isto quer dizer que para orar bem a Eucaristia peça sempre uma nova efusão do Espírito Santo. Antes de cada celebração peça: Vem Espírito Santo e ilumina minha alma para celebrar bem e comungar do Senhor da minha vida.
A Igreja vive da Eucaristia. O Beato João Paulo II começou a Encíclica: ECCLESIA DE EUCHARISTIA, com esta frase que ressoa como a verdade mais profunda da vida cristã: Deus se fez carne, na espécie de pão e se fez sangue, na forma de vinho, para nosso alimento até a Sua segunda vinda. A sequencia da reflexão do Beato é ainda mais marcante, por isso copio na íntegra para o leitor:
Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.
O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã ». Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ». Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.
O Convite é para nós vivermos intensamente cada Eucaristia celebrada e recebermos desta fonte do amor de Deus. Deus abençoe você neste propósito.

Print Friendly

Não podemos nunca esquecer que neste mundo em que vivemos se trava constantemente uma batalha espiritual. Isto porque as forças malignas que se implantaram nos corações humanos por conta de aderirem ao pecado, e também os ambientes consagrados ao maligno, por conta de estarem sendo dominados por forças que destróem a vida e promovem o mal. E muitos dos filhos de Deus estão totalmente envolvidos nestes ambientes, outros acabam recebendo a contaminação espiritual em suas vidas e acabam se entregando ao pecado, como que sem forças para lutar e escolher pelo bem.

Mas a situação pior de todas é a contaminação do interior da pessoa humana com as propostas malignas e a proposta mais astuta é a da vanglória, do orgulho pessoal. Se instalou no coração de muitos este mal: o orgulho, a autosuficiência, e estas pessoas se tornaram arrogantes e pretenciosas. O salmista fala que estes pensam no seu interior (Inspirados pelo maligno): “Deus não me vê!”. E quantos estão vivendo para preencher a si mesmos desta soberba, dizendo que podem tudo e que não precisam de ninguém e muito menos de Deus. È um verdadeiro ateísmo existencial.
E muitos cristãos, que comungam da Palavra de Deus, que vivem até vida sacramental na Igreja católica, estão contaminados com esta doença deste nosso tempo: o orgulho e a vaidade. Tudo isto é ação maligna neste mundo para levar muitos a perda da paz, distorção na vida relacional, e até a perdição eterna.

O remédio e a chave da vitória contra este mal existe. E é esta novidade que a Igreja hoje está proclamando: a HUMILDADE. Esta é a chave da vitória contra o maligno. O mundo está precisando de pessoas que aceitem, que queiram do fundo de suas almas se tornar humildes. O maligno se afasta de quem é humilde, ou que está lutando para ser humilde. Jesus se fez humilde e obediente ao Pai e aceitou ser pregado na cruz por nossos pecados. Esta é a prova definitiva e única que a humildade vence o maligno.

Nosso Papa Francisco começa o seu pontificado mostrando esta verdade ao mundo com sua postura e sua santa humildade. Penso que podemos entrar nesta luta espiritual com a arma da humildade. É um caminho seguro para que o maligno se afaste de nossa vida e como profetizou Zacarias ao ver o Menino Deus no Evangelho de Lucas: “libertados e mãos inimigas, possamos servi-Lo em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias de nossa vida”.

Meu convite é investir em tudo que nos possa tornar mais humildes, para que o Senhor seja nossa única força e salvação.

Deus o abençoe neste santo propósito.

Print Friendly

Amar é perdoar. O Beato João Paulo II foi o maior exemplo para a humanidade desta verdade. Amar é perdoar e perdoar é amar. Ele foi ao extremo do seguimento de Cristo ao perdoar aquele que atentou contra a sua vida, quando foi pastor do rebanho católico apresentando alimento sólido para o povo, com uma doutrina humana capaz de elevar a pessoa  às alturas de uma fé perene em Jesus Cristo.

O amor é para ser vivido na dimensão da dádiva, de ser dom para os outros.  O Beato João Paulo II entregou toda a sua existência para que muitos pudessem encontrar a verdadeira felicidade em Deus. Suas palavras, seus escritos proféticos, seu olhar de pai e amigo de todos, sua coragem de se aproximar de cada pessoa com qualquer credo, cor, situação econômica e política,  provocaram marcas profundas em todos.

Esta reflexão sobre um homem de Deus é para reafirmar o que ele disse no Brasil: o Brasil precisa de muitos santos. E todo santo é uma pessoa que encontrou na vida a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, mas que também encontrou referência humana capaz de fazer valer a pena lutar para a santidade. Todos precisamos de referências. O Beato João Paulo II é uma excelente referência humana na busca pela santidade.

Busque ler os seus escritos. Quero dar uma dica: acesse o site do vaticano: www.vatican.va e busque no arquivo de Papas: o Papa João Paulo II. A partir dai um mundo de Deus se abre para você: são encíclicas, cartas apostólicas, exortações, homilias.

Deus te abençoe e te dê um amor muito grande pelo Beato João Paulo II, como eu o tenho.

Diácono Paulo Lourenço – Canção Nova

Print Friendly

O sacramento do matrimônio sela a vocação missionária do casal, que se torna apto para evangelizar e promover o bem comum na sociedade e na Igreja. O catecismo afirma que o sacramento do matrimônio é um sacramento para o “serviço da comunhão”.  Nasce uma família missionária, onde o pai, a mãe e os filhos estão comprometidos com a divulgação da Boa Nova de Jesus Cristo. É uma benção encontrar famílias que assumem prá valer a missionariedade.

Neste final de semana recebemos em nossa casa um casal de amigos e seus três filhos, pude ver neles esta característica missionária. A Ana Lúcia e o Márcio estão engajados na Paróquia de São Benedito , em Botucatu, na pastoral do dízimo. Eles são também um casal carismático que prega retiros  para jovens e casais . A filha Letícia é catequista do crisma e os meninos: Rafael e Gabriel participam ativamente na sua comunidade. Um lindo testemunho de vida missionária, dedicada à Igreja, ao Reino de Deus.

Mas ser missionário requer a vivência de uma espiritualidade: a espiritualidade missionária. O saudoso Papa João Paulo II na sua Encíclica Redemptoris Missio, no último capítulo faz uma abordagem sobre esta espiritualidade. Gostaria de partilhar com você que quer viver com autenticidade a vida missionária. Espero que goste, estou colocando na íntegra abaixo. Deus te abençoe. Diácono Paulo Lourenço

 CAPÍTULO VIII – A ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA

 87. A atividade missionária exige uma espiritualidade específica, que diz respeito de modo particular, a quantos Deus chamou a serem missionários. 

Deixar-se conduzir pelo Espírito

Tal espiritualidade exprime-se, antes de mais, no viver em plena docilidade ao Espírito, e em deixar-se plasmar interiormente por Ele, para se tornar cada vez mais semelhante a Cristo. Não se pode testemunhar Cristo sem espelhar a Sua imagem, que é gravada em nós por obra e graça do Espírito. A docilidade ao Espírito permitirá acolher os dons da fortaleza e do discernimento, que são traços essenciais da espi ritualidade missionária.

Paradigmático é o caso dos Apóstolos, que durante a vida pública do Mestre, apesar do seu amor por Ele e da generosidade da resposta ao Seu chamamento, se mostram incapazes de compreender as Suas palavras, e renitentes em segui-l’O pelo caminho do sofrimento e da humilhação. O Espírito transformá-los-á em testemunhas corajosas de Cristo e anunciadores esclarecidos da Sua Palavra: será o Espírito que os conduzirá pelos caminhos árduos e novos da missão.

Hoje a missão continua a ser difícil e complexa, como no passado, e requer igualmente a coragem e a luz do Espírito: vivemos tantas vezes o drama da primitiva comunidade cristã, que via forças descrentes e hostis « coligarem-se contra o Senhor e contra o seu Cristo » (At 4, 26). Como então, hoje é necessário rezar para que Deus nos conceda o entusiasmo para proclamar o Evangelho. Temos de prescrutar os caminhos misteriosos do Espírito e, por Ele, nos deixarmos conduzir para a verdade total (cf. Jo 16, 13).

 Viver o mistério de « Cristo enviado »

 88. Nota essencial da espiritualidade missionária é a comunhão íntima com Cristo: não é possível compreender e viver a missão, senão na referência a Cristo, como Aquele que foi enviado para evangelizar. Paulo descreve assim o Seu viver: « tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus: Ele, que era de condição divina, não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus; mas despojou-se a Si mesmo, tomando a condição de servo, tornando-se semelhantes aos homens. Tido pelo aspecto como homem, humilhou-se a Si mesmo, feito obediente até à morte de cruz » (Fp 2, 5-8).

Aqui aparece descrito o mistério da encarnação e da redenção, como despojamento total de Si mesmo que leva Cristo a viver plenamente a condição humana e a aderir até ao fim ao desígnio do Pai. Trata-se de um aniquilamento que, todavia, está permeado de amor e exprime o amor. Muitas vezes a missão percorre esta mesma estrada, com o seu ponto de chegada aos pés da Cruz.

Ao missionário, pede-se que « renuncie a si mesmo e a tudo aquilo que antes possuía como seu, e se faça tudo para todos »: 172 na pobreza que o torna livre para o Evangelho, no distanciar-se de pessoas e bens do seu ambiente originário para se fazer irmão daqueles a quem é enviado, levando-lhes Cristo salvador. A espiritualidade do missionário conduz a isto: « com os fracos, fiz-me fraco (…) Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a todo 0 custo. Tudo faço pelo Evangelho… » (1 Cor 9, 22-23 ) .

Precisamente porque « enviado », o missionário experimenta a presença reconfortante de Cristo, que o acompanha em todos os momentos de sua vida: « não tenhas medo ( … ) porque Eu estou contigo » (At 18, 9-10), e espera-o no coração de cada homem.

 Amar a igreja e os homens como Jesus os amou

 89. A espiritualidade missionária caracteriza-se, além disso, pela caridade apostólica – a de Cristo que veio « para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos » (Jo 11, 52), o Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, procura-as e oferece a sua vida por elas (cf. Jo 10). Quem tem espírito missionárío sente o ardor de Cristo pelas almas e ama a Igreja como Cristo a amou.

O missionário é impelido pelo « zelo das almas », que se inspira na própria caridade de Cristo, feita de atenção, ternura, compaixão, acolhimento, disponibilidade e empenhamento pelos problemas da gente. O amor de Jesus en volvia o mais fundo da pessoa: Ele, que « sabia o que há em cada homem » (Jo 2, 25 ), amava a todos para lhes oferecer a redenção e sofria quando esta era rejeitada.

O missionário é o homem da caridade: para poder anunciar a todo o irmão que Deus o ama e que ele próprio pode amar, ele terá de usar de caridade para com todos, gastando a vida ao serviço do próximo. Ele é o « irmão universal », que leva consigo o espírito da Igreja, a sua abertura e amizade por todos os povos e por todos os homens, particularmente pelos mais pequenos e pobres. Como tal, supera as fronteiras e as divisões de raça, casta, ou ideologia: é sinal do amor de Deus no mundo, que é um amor, sem qualquer exclusão nem preferência.

Por fim, como Cristo, o missionário deve amar a Igreja: « Cristo amou a Igreja e entregou-se a Si mesmo por ela » (Ef 5, 25 ) . Este amor, levado até ao extremo de dar a vida, constitui um ponto de referência para ele (…) Só um amor profundo pela Igreja poderá sustentar o zelo do missionário: a sua obsessão de cada dia – a exemplo de S. Paulo – é « o cuidado de todas as Igrejas » (2 Cor 11, 28)! Para qualquer missionário e comunidade, « a fidelidade a Cristo não pode ser separada da fidelidade à Sua Igreja ». 173

 O verdadeiro missionário é o santo

 90. O chamamento à missão deriva por sua natureza da vocação à santidade. Todo o missionário só o é autenticamente, se se empenhar no caminho da santidade: « a santidade deve-se considerar um pressuposto fundamental e uma condição totalmente insubstituível para se realizar a missão de salvação da Igreja ». 174

A universal vocação à santidade está estritamente ligada à universal vocação à missão: todo o fiel é chamado à santidade e à missão. Este foi o voto ardente do Concílio ao desejar, « com a luz de Cristo reflectida no rosto da Igreja, iluminar todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura ». 175 A espiritualidade missionária da Igreja é um caminho orientado para a santidade.

O renovado impulso para a missão ad gentes exige missionários santos. Não basta explorar com maior perspicácia as bases teológicas e bíblicas da fé, nem renovar os métodos pastorais, nem ainda organizar e coordenar melhor as forças eclesiais: é preciso suscitar um novo « ardor de santidade » entre os missionários e em toda a comunidade cristã, especialmente entre aqueles que são os colaboradores mais íntimos dos missionários. 176

Pensemos, caros Irmãos e Irmãs, no ímpeto missionário das primitivas comunidades cristãs. Não obstante a escassez de meios de transporte e comunicação de então, o anúncio do Evangelho atingiu, em pouco tempo, os confins do mundo. E tratava-se da religião de um Homem morto na cruz, « escândalo para os judeus e loucura para os pagãos » (1 Cor 1, 23 ) ! Na base deste dinamismo missionário, estava a santidade dos prímeiros cristãos e das primeiras comunidades.

 91. Dirijo-me aos batizados das jovens comunidades e das jovens Igrejas. Vós sois hoje a esperança desta nossa Igreja, que tem já dois mil anos: sendo jovens na fé, deveis ser como os primeiros cristãos, irradiando entusiasmo e coragem, numa generosa dedicação a Deus e ao próximo: numa palavra, deveis seguir pelo caminho da santidade. Só assim podereis ser sinal de Deus no mundo, revivendo em vossos Países a epopeia missionária da Igreja primitiva. E sereis também fermento de espírito missionário para as Igrejas mais antigas.

Por sua vez, os missionários reflictam sobre o dever da santidade, que o dom da vocação Ihes exige, renovando-se dia a dia em seu espírito, e atualizando também a sua formação doutrinal e pastoral. O missionário deve ser « um comtemplativo na ação ». Encontra resposta aos problemas, na luz da palavra de Deus e na oração pessoal e comunitária. O contato com os representantes das tradições espirituais não cristãs e, em particular, as da Ásia, persuadiu-me de que o fruto da missão depende em grande parte da contemplação. O missionário, se não é contemplativo, não pode anunciar Cristo de modo credível. Ele é uma testemunha da experiência de Deus e deve poder dizer como os Apóstolos: « O que nós contemplamos, ou seja o Verbo da vida ( … ) nós vo-l’O anunciamos » (1 Jo 1, 1-3).

O missionário é o homem das Bem-aventuranças. Na verdade, no « discurso apostólico » (cf. Mt 10), Jesus dá instruções ao Doze, antes de os enviar a evangelizar, indicando-lhes os caminhos da missão: pobreza, humildade, desejo de justiça e paz, aceitação do sofrimento e perseguição, caridade que são precisamente as Bem-aventuranças, concretizadas na vida apostólica (Mt 5, 1-12). Vivendo as Bem-aventuranças, o missionário experimenta e demonstra concretamente que o Reino de Deus já chegou, e ele já o acolheu. A característica de qualquer vida missionária autêntica é a alegria interior que vem da fé. Num mundo angustiado e oprimido por tantos problemas, que tende ao pessimismo, o proclamador da « Boa Nova » deve ser um homem que encontrou, em Cristo, a verdadeira esperança.             fonte: www.vatican.va

Print Friendly

Na Canção Nova quando um casal se casa é para a missão. “Casamos por causa da missão”. Isto porque um missionário casado rende muito mais, pois o equilibrio afetivo e emocional que o conjuge lhe proporciona é fonte de renovação de sua vida missionária.  Numa comunidade como a nossa na qual também existem pessoas casadas, a eficácia da missão é sensível. Explicando que não é admitida pessoa casada na comunidade de vida, somente os jovens que, dentro da própria comundade, se conhecem e fazem o caminho de namoro, depois o namoro e noivado acompanhados por formadores, e se casam dentro da comunidade. É uma riqueza muito grande.

Mas podemos dizer que todo casamento tem também uma finalidade missionária. A própria educação dos filhos é a primeira e mais bela missão do casal, depois o serviço missionário próprio da paróquia. Todo casal deve se engajar nos serviços próprios da paróquia: são inúmeras pastorais a serviço da vida que os casais podem estar inseridos para evangelizar. Por exemplo a pastoral da família, que procura ajudar famílias desestruturadas a se restabelecerem, isto através de visitas e formações. Também na pastoral da criança, pastoral do batismo, preparação de noivos, etc. Sempre há espaço para que, a partir do sacramento do matrimônio, os casais vivam a dimensão missionária.

Casais que se fecham em seus mundos particulares acabam se tornando egoístas e o casamento corre grande risco de acabar, visto que é uma união que não promove a construção de sociedade na qual estão inseridos, tende a se esvaziar por falta de sentido. Os casais cristãos precisam ter consciência do seu papel transformador da sociedade, quer seja pelo testemunho de comunhão e participação, quer seja pelo diálogo aberto a todos, ou ainda exercendo a caridade em favor dos mais pobres e ainda anunciando o evangelho de Jesus Cristo, apresentando ao mundo a proposta do amor que doa a própria vida em favor dos outros.

Deixo esta mensagem para você que é casado ou casada: procure ser missionário(a) neste mundo sem fé e sem esperança. O pouco que podemos dar pode ser o tudo que alguém está precisando.

Deus abençoe você e sua familia. Diácono Paulo Lourenço (acesse: blog.cancaonova.com/diaconopaulo)

Print Friendly

Network-wide options by YD - Freelance Wordpress Developer