O Papa Paulo VI em sua Encíclica “Humanae Vitae” escreve sobre o amor conjugal como componente essencial do matrimônio cristão. Não se pode conceber um relacionamento a dois se não for por amor, e um amor que seja a fonte da vida matrimonial. O saudoso Papa destaca no seu texto algumas características do amor conjugal. Gostaria de partilhar este texto na íntegra.

a) Um amor plenamente humano

“É, antes de mais, um amor plenamente humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível. Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto ou do sentimento; mas é também, e principalmente, ato da vontade livre, destinado a manter-se e a crescer, mediante as alegrias e as dores da vida cotidiana, de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem juntos a sua perfeição humana”

b) Um amor total

“É depois, um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, por poder enriquecê-lo com o dom de si próprio.”

c) Um amor fiel e exclusivo

É, ainda, amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem, efetivamente, o esposo e a esposa no dia em que assumem, livremente e com plena consciência, o compromisso do vínculo matrimonial. Fidelidade que por vezes pode ser difícil; mas que é sempre nobre e meritória, ninguém o pode negar. O exemplo de tantos esposos, através dos séculos, demonstra não só que ela é consentânea (congruente, conveniente) com a natureza do matrimônio, mas que é dela, como de fonte, que flui uma felicidade íntima e duradoura.

  d) Um amor fecundo

“É, finalmente, amor fecundo que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas. “O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais”.”

Conheça na íntegra a Encíclica, sempre atual. abaixo deixo o link:

http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_po.html

    Este final de semana assisti a celebração de um matrimônio de duas pessoas que já moravam juntas a dezessete anos, e tem dois filhos. Foi muito emocionante porque eles estavam com a vida estruturada longe da Igreja e viveram bem todos estes anos, mas resolveram colocar a vida de casados, diante de Deus e pedir a benção nupcial. Notei neles o desejo ardente de participar da Igreja e dos sacramentos, principalmente da Eucaristia. Foi um grande testemunho para os filhos e pude dar ênfase a esta escolha: ajustar a vida a dois diante de Deus, para afirmar aquilo que o evangelista João disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo15,5b).

O amor humano, eu disse na homilia, não é suficiente para criar vínculos definitivos capazes de permanecerem juntos até a morte. O sacramento do matrimônio tem em si mesmo, pela benção nupcial, a graça de gerar nos esposos esta disposição e fortaleza.

Sabemos que existem milhares de casais que vivem a mesma experiência: vivem juntos, sendo muitas vezes desempedidos, mas que não buscaram o sacramento, vivendo a vida de casados contando apenas com as suas forças humanas, com o esforço pessoal, a busca de realizar um projeto de vida juntos, ter filhos e dar segurança e bem estar a eles, garantindo o seu futuro. Mas a graça de Deus, aliada a vontade humana faz a diferença, porque na vida conjugal existem muitos momentos de dificuldades e outros de crises.

As dificuldades até podem ser superadas com o esforço, diálogo, e acabam unindo os casais que conseguem superar estas dificuldades, como o desemprego, a educação dos filhos, a economia do lar, os problemas familiares, etc.  Mas quando vêm as crises, a situação fica mais dificil, pois nas crises existenciais, nas crises de comportamento, onde tudo é colocado na “berlinda” e o amor parece desfalecer em meio a falta de vontade de ficar juntos, porque nestas crises o lado pecaminoso, doentio da pessoa vem para fora, e suportar estas crises é algo sobrehumano.

Neste momento o sacramento faz a diferença, pois Deus com a sua presença reconciliadora, com seu Amor que tudo perdoa, tudo suporta, tudo sofre, leva os casais a superarem , com muitos sacrificios é verdade, as crises. O amor humano repito não é suficiente nas crises matrimoniais, precisamos nos valer do Amor Divino e apoiado Nele levar adiante a vida, pois crise passa e as coisas se renovam com a ajuda de Deus.

Penso que muitos casais que vivem juntos podem seguir o exemplo deste casal que falei acima, e buscarem a graça do sacramento do matrimônio, com certeza será a fonte de grandes bençãos em suas vidas e de seus filhos. Se você está vivendo esta situação, reflita sobre isto e dê o passo, procure a sua paróquia, faça uma boa preparação e receba o sacramento. Deus abençoe você. Diácono Paulo Lourenço.

acesse também: blog.cancaonova.com/diacoanopaulo

Respeito: uma palavra que diz tudo no relacionamento entre as pessoas, e é imprescindível no relacionamento de um casal, seja um casal de namorados, noivos, casados. Meu pai me ensinou desde menino que eu devia ter respeito pelos mais velhos e não permitia de forma alguma que se faltasse ao respeito com ninguém.

Vivemos uma crise profunda neste sentido, principalmente na família: é só olhar para a forma e o jeito que os filhos se relacionam com seus pais, também dos pais com relação aos filhos, sem falar dos esposos que deixaram esta virtude se perder no tempo, e é principalmente no modo de falar um com o outro que se destaca o desrespeito: palavras de ofendem, que ferem a dignidade da outra pessoa, ofensas, gritos, ou desrepeito pela não consideração das opiniões do outro.

Respeitar o outro é acolhê-lo na sua humanidade e compreender que é uma pessoa incompleta, mas que é portadora de valores, crenças pessoais, convicções construidas ao longo de sua vida, que tem uma família e foi educada de forma diferente da que eu fui educado, é aceitar a possibilidade de falhas mas que estas não definem o representa a pessoa. Respeitar é ter consciência que preciso colocar em mim  os “freios” da prudência ao me dirigir a outra pessoa, pois ela é templo do Espírito Santo, detentora da dignidade de filho de Deus, merecedora de ser acolhida fraternalmente.

Olhar para quem se ama com respeito, como um “solo sagrado” que precisa de cuidado para não ferir a sua individualidade, é condição essencial para se manter um bom relacionamento e provar que este amor é verdadeiro.

Eu pergunto: tenho respeitado meu conjuge, ou namorada (o) ou noiva (o), ou imponho as minhas vontades, me acho no direito de corrigi-lo , de modificar a sua vida adequando-a ao meu modo de ver, tirando enfim o seu direito de fazer escolhas??? Talvez na resposta desta pergunta podemos ver porque muitos relacionamentos se acabaram com o tempo, faltou o respeito à outra pessoa.

É tempo de retomar, de enxergar a outra pessoa mais humanamente, isto é enxerga-la com os olhos de Deus, e a partir disto construir a possibilidade de deixa-la ser comigo, sem deixar de ser ela mesma, pois é assim que o Pai nos permite viver: Ele respeita a nossa liberdade de ser, e nos chama a viver com Ele. Que o Pai te conceda a graça de refletir sobre isto.

Deus te abençoe!

Diácono Paulo Lourenço – Canção Nova (blog.cancaonova.com/diaconopaulo)

Boa tarde. Fui convidado e estarei pregando hoje a noite na cidade de Cruzeiro, para um grupo de casais. Eles me deram o tema: Sagrada Família. A Sagrada família é constituida por José, Maria e Jesus.

Mas a inspiração que tenho no coração é inverter o tema: de Sagrada Família para Família sagrada. Isto mesmo a família é sagrada, a minha família e a sua. Quando a gente fala de família já vem na memória a mãe e o pai, o irmão, a irmã, o primo a prima e principalmente a esposa ou os filhos ou filhas. Tudo isto é sagrado, gente do nosso sangue, da nossa casa, é sagrado.

Infelizmente para muitos a família perdeu a sacralidade porque nela se infiltrou a semente das coisas profanas e se alojou no seu seio, como o joio que foi lançado na plantação de trigo (Mt, 13,24-30). Mas a sua sacralidade e ou valor nunca se perderá, como o trigo que cresce mesmo em meio ao joio. O importante é saber que na minha casa eu preciso viver como uma família sagrada e acreditar que um dia o joio que está em muitas famílias será arrancado sem que se perca o trigo.

Uma forma de se resgatar o valor  e a sacralidade da família é trazendo de volta para nossa vida hábitos importantes que muitos já deixaram de lado: almoçar ou jantar juntos; desligar a televisão e sentar na sala para conversar; sair juntos para passear: pai, mãe e filhos; ir à Santa Missa: a família toda. Pequenos hábitos que podem fazer a diferença e trazer de volta o prazer de viver em família, valorizando o que é bom e buscando superar as dificuldades próprias do relacionamento.

Deus abençoe a sua família.

Diácono Paulo Lourenço

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Sempre e de alguma forma, no reino animal, os filhotes quando nascem são cercados de cuidados, de atenção e proteção. Os gatinhos, cachorrinhos, leãozinhos recebem várias lambidas de suas mães, elas os aconchega junto de si aquecendo-os. As aves colocam seus filhotes em baixo de suas asas, outras mães entregam os seus filhos aos cuidados dos pais e partem em busca de alimento para o sustento de seus filhotes. Conforme vão se desenvolvendo estes cuidados vão diminuindo até que o filhote se torne capaz de lutar pela sua própria sobrevivência, no entanto alguns continuam vivendo junto ao seu bando.

Um pouco diferente dos nossos amigos animais, parece que as pessoas necessitam constantemente deste calor humano. Diversas pesquisas revelam que o contato físico, o toque, o olhar e a proteção transmitidos por gestos concretos favorecem o desenvolvimento físico, psíquico e espiritual do ser humano.

Spitz em suas pesquisas com bebês institucionalizados, com ou sem a presença de suas mães chega à conclusão que aqueles que não são trazidos ao colo para serem amamentados, que são deixados por longo período sozinhos em seus berços desenvolvem o que chama de marasmo, um estado de letargia, de não-expressão e podem até chegar a óbito precoce, sem causa específica.

Winnicott estudando crianças abandonadas, órfãs da 2ª. grande guerra, observa que o nível de delinqüência e agressividade são altíssimos entre elas. Entretanto, pesquisas atuais, revelam que crianças em condições semelhantes às estudadas por Winnicott, mas que receberam auxílio através de pessoas que as acolheram, dispensando cuidados físicos e emocionais, desenvolveram habilidades sociais, perspectivas de um futuro construtivo e força para enfrentar as adversidades que a vida oferece, de forma a tornarem-se pessoas mais humanas e altruístas.

A pesquisadora americana Tiffany Field demonstra, a partir de suas pesquisas, que o toque, o contato físico além de aliviar o estresse e a ansiedade, também diminui a criminalidade. A privação do contato físico são as causas básicas de diversos distúrbios emocionais e de sono, abuso de álcool e drogas. A falta de sono leva a irritabilidade que afeta o sistema imunológico favorecendo o aparecimento de diversas doenças, entre elas diarréias, prisão de ventre e infecções respiratórias.

A partir destes fatos basta nos perguntarmos: como estou me relacionando com as pessoas, principalmente com os mais próximos? Eu já abracei alguém hoje? Liguei pra alguém a fim de saber como ela está?

Se não, não perca tempo, abrace, beije, brinque, acaricie, sorria, … Você não se arrependerá e viverá mais, feliz e saudável.

Mara Silvia M. Lourenço

Psicóloga e membro da Comunidade Canção Nova

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