Nossa Arquidiocese possui vários Meios de Comunicação, como o jornal O SÃO PAULO, a Rádio 9 de Julho, o Folheto Litúrgico Povo de Deus em São Paulo e o “site” da Arquidiocese – www.arquidiocesedesaopaulo.com.br. É claro que, em São Paulo, esses não são os únicos Meios de Comunicação ligados à Igreja: inúmeros “sites’, jornaizinhos e revistas de paróquias, comunidades, movimentos, pastorais, grupos, colégios e escolas católicas também prestam seu serviço à vida e à missão da Igreja. São Paulo, além de tudo, é um pólo importante da Mídia no Brasil.

A “comunicação” faz parte essencial do modo de ser e agir da Igreja, porque sua missão mesma é “anunciar o Evangelho de Jesus Cristo a todos os povos”; podemos definir a evangelização como “serviço de comunicação” da Boa Nova do reino de Deus ao mundo. E isso não é de hoje: desde que Jesus enviou os apóstolos em missão, de muitas formas, a Igreja viveu e vive de “comunicar”, mesmo sem ter outros meios que não sejam a voz dos seus filhos, pastores e missionários e o testemunho da vida pessoal de todos eles. O púlpito e a homilia feita nas celebrações litúrgicas sempre foram e continuam a ser, para a Igreja, importantíssimos “lugares” de comunicação. Sem medo de errar, podemos afirmar que a Igreja é, por sua própria natureza, uma “comunidade de comunicação”.

Tanto mais isso é importante em nossos dias, quando há tão numerosos e maravilhosos Meios de Comunicação, criados pelo gênio humano (Concílio Vaticano II, Inter mirifica); esses podem contribuir muito para uma ação evangelizadora ainda mais eficaz e a Igreja não pode deixar de fazer recurso a eles para difundir a Palavra da Salvação de formas novas e nos areópagos mais diversos. Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, de 2010, o papa Bento XVI pede que os sacerdotes usem mais, e usem bem, os meios eletrônicos, como a Internet, para ampliar as possibilidades de evangelização.

Levando em conta tudo isso, no dia 13 de março passado, restauramos em nossa Arquidiocese o Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação, nomeando logo seu novo Vigário Episcopal na pessoa do Côn. Antônio Aparecido Pereira. Em tempos passados, existia esse Vicariato e seu encarregado era Mons. Arnaldo Beltrame, falecido há vários anos. Um Vicariato Epsicopal é uma unidade pastoral própria, podendo ser territorial, como são as 6 Regiões Episcopais, ambiental ou voltado para determinadas questões específicas, como é o caso desse, da Pastoral da Comunicação. E o Vigário Episcopal recebe um encargo especial do Bispo para promover o bem da Igreja no âmbito que lhe é especialmente confiado.

O Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação Social tem o encargo de acompanhar os Meios de Comunicação da própria Arquidiocese, para que esses possam cumprir bem a sua finalidade: servir à vida e à missão da Igreja. Ao mesmo tempo, promover a interação entre os vários Meios de Comunicação ligados às organizações da Igreja na Arquidiocese, para que contribuam de forma eficaz para a vida e a missão da Igreja. Por outro lado, ele também tem o papel de promover a formação agentes para a pastoral da comunicação na Arquidiocese e de acompanhá-los no exercício de suas atuações pastorais.

Mas existem ainda dois campos que não podem ficar esquecidos: o primeiro, é produzir “matéria” de comunicação da própria Igreja em São Paulo; precisamos comunicar nossa vida e nossa mensagem para além dos espaços eclesiais, na direção do grande mundo; se nós não produzimos notícias verdadeiras e boas sobre a vida da Igreja, quem as produzirá? Se não fizermos ecoar a verdade do Evangelho no meio das muitas “verdades” cada dia proclamadas aos 4 ventos, quem o faria? Portanto, a Comunicação da Igreja deve ser essencialmente missionária, ou seja, deve buscar receptores e interlocutores nos muitos areópagos de nossa cidade.

Finalmente, o Vicariato da Comunicação tem a missão de acompanhar com solicitude pastoral todos os numerosos Meios de Comunicação, sobretudo seus agentes, existentes no âmbito da Arquidiocese. Refiro-me a todos os Meios e agentes, e não somente aos da Igreja. Há um vasto campo de ação evangelizadora e de atendimento religioso nesse âmbito, que requer uma atenção pastoral específica. Muitos agentes de comunicação dos Meios comerciais e mesmo estatais de Comunicação são católicos e anseiam por uma formação cristã melhor, para poderem dar um bom testemunho cristão no serviço profissional que prestam.

Enquanto o Regulamento do Vicariato ainda está em fase de elaboração, desejo ao Côn. Cido as bênçãos e luzes de Deus para o bom desempenho de sua nova missão, que considero muito importante! Que o novo Vicariato possa contribuir de maneira eficaz para nossa presença e ação de discípulos missionários de Jesus Cristo nesta metrópole paulistana!

Card. Dom Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo, 15.03.10

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