Querido povo de Deus em São Paulo!

Feliz e abençoado Natal para todos! Que a recordação do nascimento de Jesus Cristo traga bênção, paz e alegria aos seus lares e seja motivo de renovada esperança e conforto para os que sofrem ou andam tristes. Deus pensou em nós, em cada um de nós!

Por seu Filho eterno, nascido para este mundo como filho da Virgem Maria, Deus veio ao nosso encontro para ser Emanuel – Deus conosco. Por isso, ninguém deve sentir-se só e esquecido: Deus se fez próximo de nós todos e preenche nossa vida de sentido. Ele está no meio de nós!

Este ano foi marcado, em nossa Arquidiocese, pelo 1º Congresso de Leigos. Por isso, desejo saudar, de maneira especial, a todos os leigos e leigas. É belo pensar que o nascimento de Jesus foi um acontecimento que envolveu, sobretudo, leigos e leigas: Maria, José, os pastores, os reis magos… Houve também o sacerdote Simeão e a profetisa Ana… Mas foi um acontecimento em família, envolvendo leigos, sobretudo.

E a Boa Nova do nascimento de Jesus Cristo, proclamada pelos anjos, também foi acolhida e difundida, em primeiro lugar, por leigos e leigas. Não seria isso um sinal forte do desejo de Deus? Ainda hoje, a Igreja conta com a participação de todos fiéis leigos e leigas para que a Boa Nova do Natal seja acolhida e difundida em todo o mundo. Conta com os pais cristãos e as famílias que, como Maria e José, se colocam a serviço de Deus e colaboram com sua obra.

Os pais têm a grande chance de apresentar seus filhos pequenos a Deus, como fizeram Maria e José, introduzindo Jesus no templo, diante do sacerdote; podem transmitir-lhes as primeiras práticas e ensinamentos da fé, o senso da consciência moral, amor e delicado respeito ao próximo; isso eles conservarão para toda a vida. A transmissão da fé, de geração em geração, acontece sobretudo na família e os pais cristãos são os primeiros evangelizadores dos seus filhos.

Neste Natal peço que Deus abençoe a todos os leigos e leigas de nossa Arquidiocese; e os encorajo a serem anunciadores da Boa Nova do Natal à cidade, como foram os pastores nos campos de Belém. Sejam por toda parte sinais de que Deus habita esta cidade e quer bem a todos os seus habitantes!

Feliz e abençoado Natal a todos! E que o ano de 2011 seja portador de bênçãos e boas realizações, com a graça de Deus!

 

 

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

 

Nossa Arquidiocese possui vários Meios de Comunicação, como o jornal O SÃO PAULO, a Rádio 9 de Julho, o Folheto Litúrgico Povo de Deus em São Paulo e o “site” da Arquidiocese – www.arquidiocesedesaopaulo.com.br. É claro que, em São Paulo, esses não são os únicos Meios de Comunicação ligados à Igreja: inúmeros “sites’, jornaizinhos e revistas de paróquias, comunidades, movimentos, pastorais, grupos, colégios e escolas católicas também prestam seu serviço à vida e à missão da Igreja. São Paulo, além de tudo, é um pólo importante da Mídia no Brasil.

A “comunicação” faz parte essencial do modo de ser e agir da Igreja, porque sua missão mesma é “anunciar o Evangelho de Jesus Cristo a todos os povos”; podemos definir a evangelização como “serviço de comunicação” da Boa Nova do reino de Deus ao mundo. E isso não é de hoje: desde que Jesus enviou os apóstolos em missão, de muitas formas, a Igreja viveu e vive de “comunicar”, mesmo sem ter outros meios que não sejam a voz dos seus filhos, pastores e missionários e o testemunho da vida pessoal de todos eles. O púlpito e a homilia feita nas celebrações litúrgicas sempre foram e continuam a ser, para a Igreja, importantíssimos “lugares” de comunicação. Sem medo de errar, podemos afirmar que a Igreja é, por sua própria natureza, uma “comunidade de comunicação”.

Tanto mais isso é importante em nossos dias, quando há tão numerosos e maravilhosos Meios de Comunicação, criados pelo gênio humano (Concílio Vaticano II, Inter mirifica); esses podem contribuir muito para uma ação evangelizadora ainda mais eficaz e a Igreja não pode deixar de fazer recurso a eles para difundir a Palavra da Salvação de formas novas e nos areópagos mais diversos. Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, de 2010, o papa Bento XVI pede que os sacerdotes usem mais, e usem bem, os meios eletrônicos, como a Internet, para ampliar as possibilidades de evangelização.

Levando em conta tudo isso, no dia 13 de março passado, restauramos em nossa Arquidiocese o Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação, nomeando logo seu novo Vigário Episcopal na pessoa do Côn. Antônio Aparecido Pereira. Em tempos passados, existia esse Vicariato e seu encarregado era Mons. Arnaldo Beltrame, falecido há vários anos. Um Vicariato Epsicopal é uma unidade pastoral própria, podendo ser territorial, como são as 6 Regiões Episcopais, ambiental ou voltado para determinadas questões específicas, como é o caso desse, da Pastoral da Comunicação. E o Vigário Episcopal recebe um encargo especial do Bispo para promover o bem da Igreja no âmbito que lhe é especialmente confiado.

O Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação Social tem o encargo de acompanhar os Meios de Comunicação da própria Arquidiocese, para que esses possam cumprir bem a sua finalidade: servir à vida e à missão da Igreja. Ao mesmo tempo, promover a interação entre os vários Meios de Comunicação ligados às organizações da Igreja na Arquidiocese, para que contribuam de forma eficaz para a vida e a missão da Igreja. Por outro lado, ele também tem o papel de promover a formação agentes para a pastoral da comunicação na Arquidiocese e de acompanhá-los no exercício de suas atuações pastorais.

Mas existem ainda dois campos que não podem ficar esquecidos: o primeiro, é produzir “matéria” de comunicação da própria Igreja em São Paulo; precisamos comunicar nossa vida e nossa mensagem para além dos espaços eclesiais, na direção do grande mundo; se nós não produzimos notícias verdadeiras e boas sobre a vida da Igreja, quem as produzirá? Se não fizermos ecoar a verdade do Evangelho no meio das muitas “verdades” cada dia proclamadas aos 4 ventos, quem o faria? Portanto, a Comunicação da Igreja deve ser essencialmente missionária, ou seja, deve buscar receptores e interlocutores nos muitos areópagos de nossa cidade.

Finalmente, o Vicariato da Comunicação tem a missão de acompanhar com solicitude pastoral todos os numerosos Meios de Comunicação, sobretudo seus agentes, existentes no âmbito da Arquidiocese. Refiro-me a todos os Meios e agentes, e não somente aos da Igreja. Há um vasto campo de ação evangelizadora e de atendimento religioso nesse âmbito, que requer uma atenção pastoral específica. Muitos agentes de comunicação dos Meios comerciais e mesmo estatais de Comunicação são católicos e anseiam por uma formação cristã melhor, para poderem dar um bom testemunho cristão no serviço profissional que prestam.

Enquanto o Regulamento do Vicariato ainda está em fase de elaboração, desejo ao Côn. Cido as bênçãos e luzes de Deus para o bom desempenho de sua nova missão, que considero muito importante! Que o novo Vicariato possa contribuir de maneira eficaz para nossa presença e ação de discípulos missionários de Jesus Cristo nesta metrópole paulistana!

Card. Dom Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo, 15.03.10

Papa Bento XVI convocou, por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura d’Ars – João Maria Vianney –, o Ano Sacerdotal. Comemorado de 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010, este ano especial terá como tema “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Para explicar um pouco sobre as características de São Vianney, importantes para os sacerdotes, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer conversou com o cancaonova.com durante sua visita à sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).


cancaonova.com: Quais características de São Vianney o senhor considera importantes para o sacerdote hoje?

Dom Odilo Scherer: São João Maria Vianney foi um padre que morreu há 150 anos; portanto, viveu no século XVIII, uma época muito difícil de forte descristianização, de perseguição e ridicularização dos trabalhos da Igreja. Cura d’Ars procurou ser um sacerdote atento ao seu trabalho e à sua missão de celebrar bem os sacramentos. Ele celebrava a Eucaristia, atendia muitas confissões, dava aconselhamentos e era um homem de muita caridade com o próximo, sobretudo com os pobres e doentes. São essas atitudes que hoje devem ser inspiradoras para os padres, para que sejam zelosos e instrumentos de Deus na sua missão, deixando o resto por conta do Espírito Santo, que também faz a Sua parte. Não há tempos tão difíceis nos quais o Espírito Santo não encontre corações atentos que acolham as Suas sábias sugestões e inspirações. Foi a isso que Cura d’Ars se prestou, sendo um padre simples, dedicado às necessidades do povo.

cancaonova.com: Como a família pode colaborar com as vocações sacerdotais?

Dom Odilo Scherer: As vocações nascem nas famílias em que existe o cultivo da vida cristã, o amor à Igreja, o apreço pelas coisas de Deus, ao serviço prestado a Ele e também ao próximo. É claro que elas podem nascer em outros ambientes diferentes, porém, havendo famílias que cultivem intensamente a fé, com certeza, existem melhores condições para que se despertem vocações.

cancaonova.com: Além da vocação, o que é fundamental para ser sacerdote?

Dom Odilo Scherer: É preciso haver o chamado de Deus e é também preciso que a pessoa corresponda a esse chamado. Portanto, existe todo um período de estudos, de formação espiritual e mística, sobretudo de formação religiosa profunda para que o futuro sacerdote seja, verdadeiramente, um bom cristão, um bom discípulo de Jesus Cristo, um exemplo para o povo ao qual ele vai servir. Para ser padre é preciso corresponder à vocação e fazer tudo o que for necessário para responder bem a Deus.
“Para ser padre é preciso corresponder à vocação e responder bem a Deus.”
Foto: Wesley Almeida

cancaonova.com: Como um jovem pode discernir que tem a vocação para o sacerdócio?

Dom Odilo Scherer: O discernimento da vocação começa com a percepção dela. Se alguém sente, interiormente, que gostaria de ser padre, já pode ser um sinal de vocação. Então, deve-se procurar quem possa ajudá-lo a discernir se é isso mesmo; deve-se conversar com um padre, procurar o grupo vocacional da paróquia e fazer um caminho de discernimento vocacional. Depois, preparar-se para ingressar no seminário e poder ser confirmado na sua vocação por intermédio da Igreja que, então, o chama e o ordena padre.

cancaonova.com: Como a Igreja trabalha a formação dos seminaristas?

Dom Odilo Scherer: A Igreja tem uma experiência de formação dos padres por meio de seminários. Mais do que uma casa, o seminário é um período de formação daquele que se sente chamado a ser sacerdote. Ele recebe estudos de fomação espiritual, mística, formação humana, pastoral, para depois desempenhar bem o seu serviço e, evidentemente, também recebe formação teológica. O seminário é um método, um processo de discernimento e formação. A Igreja confirma a necessidade dele e, por isso, ela o exige. Vocação é algo muito sério; não basta alguém dizer “quero ser padre”. A Igreja vai confirmar o chamado e preparar os seminaristas para o desempenho de uma função, que não é dele, mas da Igreja de Jesus Cristo. Por isso, o sacerdote tem de se preparar como a Igreja pede. Não é cada um sendo padre do jeito que quer. A Igreja ajuda no discernimento das vocações para, na medida em que isso é humanamente possível, fazer as escolhas acertadas.
Fonte: www.cancaova.com

Cardeal Dom Odilo fala sobre o Ano Sacerdotal

Cardeal Dom Odilo preside Solenidade de Corpus Christi na Paróquia do Santíssimo Sacramento

Cardeal Dom Odilo fala sobre a Formação dos Padre e o Ano Sacerdotal

Programa: ‘Discipulos e Missionarios’ – Exibido em 28/04/09
Apresentação: Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer