1. Qual a opinião do senhor sobre o episódio da Reuters com o Papa Bento 16?
Dom Odilo Scherer – É lamentável que uma Agência de Notícias, como a Reuters, que era tão conceituada, se preste para veicular uma notícia totalmente distorcida a respeito do Papa Bento XVI. Os títulos, muitas vezes, acabam fazendo a notícia, mesmo se a matéria não confere com o título. Isso é falta de ética na Comunicação. Eu esperaria um bom pedido de desculpas público da parte da Reuters.

2. Para a imprensa, em especial, para aos veículos católicos, qual a lição que fica desse episódio?
Dom Odilo Scherer – A Comunicação deve primar pela verdade, sem induzir as pessoas a conhecimentos e julgamentos falsos a respeito de pessoas e suas afirmações e de fatos. É preciso deixar de lado a tentação do sensacionalismo e de apresentar os fatos e as pessoas, com suas afirmações, através de filtros ideológicos; nem se deve colocar na boca dos outros, de autoridades, aquilo que gostaríamos nós de afirmar. Não é ético.

3. Como as pessoas devem lidar com as informações passadas pela mídia?
Dom Odilo Scherer – Devem ler e ouvir muito, não ficando com uma única informação superficial, não se contentar com a leitura dos títulos, nem apenas com informações já filtradas; melhor é sempre procurar a afirmação original, do próprio autor. De fato, eu havia lido o discurso do Papa aos representantes do Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé e não vi nada daquilo que o título da Reuters fazia pensar… Diante de tanta informação, pode-se ficar confuso e informado erroneamente. É preciso manter a cabeça fria e não perder o senso crítico, nem o senso da verdade e da ética.

 

Na sua recente mensagem para o Dia Mundial da Paz, comemorado cada ano pela Igreja Católica no dia 1° de janeiro, o papa Bento XVI abordou um tema de grande atualidade: “liberdade religiosa como caminho para a paz”. A perseguição religiosa e o cerceamento à livre manifestação da fé são fatos constantes na história da humanidade; e não faltam na atualidade ataques e incêndios a templos, vexações a grupos religiosos e até massacres por causa da identidade religiosa, como aconteceu no Natal, na África, na Ásia e, um pouco antes, na catedral siro-católica de Bagdad. No próprio dia 1º de janeiro aconteceu outro atentado a cristãos coptas numa igreja de Alexandria, com mortos e feridos.

Não faltam países onde pessoas que professam determinada religião são discriminadas, têm seus direitos civis negados ou sofrem o desprezo público; ainda há prisões e assassinatos em repressão à fé professada. Mas há também formas sutis de preconceito religioso, como a atribuição fácil de todos os males à religião; sem esquecer da pretensão, bastante em voga, de excluir dos espaços públicos os símbolos religiosos, fruto de preconceito ou intolerância; tais atitudes, por vezes, aparecem envoltas em argumentações nada convincentes sobre a laicidade do Estado. O desrespeito à liberdade religiosa coloca em risco a paz no convívio social e mesmo entre os povos.

O Pontífice recorda que a liberdade religiosa é a fina expressão da dignidade e da liberdade do ser humano; na busca religiosa, e até na angustiosa negação da transcendência, o homem mostra que não se reduz à sua dimensão corpórea e material, mas é necessitado de se transcender e capaz de indagar sobre o sentido da vida, a verdade e os valores que devem orientar a existência; ele revela, assim, sua altíssima dignidade e a abertura ao sobrenatural e para o diálogo com Deus.

Negar ou, de alguma forma, cercear a liberdade religiosa seria cultivar uma visão redutiva e depauperada da pessoa humana; desprezar a função pública da religião seria privar o convívio social e a cultura de princípios orientadores basilares. “O respeito a elementos essenciais da dignidade do homem, como o direito à vida e à liberdade religiosa, é condição de legitimidade moral para toda norma social e jurídica”, afirma Bento XVI (n. 2). De fato, esse requisito básico da dignidade e dos direitos humanos, reconhecido também pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948), é garantia de pleno respeito entre as pessoas. Há uma relação estreita entre liberdade e respeito; cada pessoa ou grupo, no exercício dos próprios direitos, não pode deixar de levar em conta iguais direitos nos outros e seus próprios deveres em relação aos demais.

Bento XVI acena para uma questão que lhe é cara e que aparece com freqüência em suas reflexões: “Uma liberdade hostil ou indiferente a Deus acaba por negar a si mesma e não garante o pleno respeito ao outro” (n. 3). Ilusão seria buscar no indiferentismo religioso e no relativismo moral a chave para uma convivência pacífica; essas, ao contrário, seriam base para a negação da dignidade do ser humano e para a divisão entre as pessoas. São inerentes à pessoa a dimensão social e a religiosa. Por isso, como afirmou o mesmo Papa perante a Assembléia das Nações Unidas (18.04.2008), “é inconcebível que os crentes tenham que suprimir uma parte de si mesmos – a sua fé -, para serem aceitos como cidadãos: nunca deveria ser necessário renegar a Deus para ter os próprios direitos reconhecidos”.

Porém, entendamos bem: o Papa não reinvindica privilégios para esta ou aquela religião, nem que os Estados tenham uma religião oficial. Pelo contrário, os Estados não devem impor a religião, nem discriminar cidadãos por causa dela, mas assegurar-lhes plena liberdade religiosa; também àqueles que não têm fé. A Igreja Católica, embora estimule a todos na procura corajosa da verdade e na abertura para Deus, ensina que a consciência da pessoa deve ser sempre respeitada; a fé e a religião não devem ser impostas a ninguém. Menos ainda, pelo Estado.

Fanatismo e fundamentalismo não combinam com o pleno respeito à liberdade religiosa; ambos instrumentalizam a religião em função de interesses ocultos, como poderiam ser a subversão da ordem constituída, a manutenção do poder sobre outros ou a exploração econômica da fé e da credulidade das pessoas. A religião, transformada em ideologia política ou estratégia econômica, torna-se um problema e pode causar enormes danos à sociedade. São práticas contrárias à dignidade humana, jamais são justificáveis em nome de Deus ou da religião. A garantia da liberdade religiosa é condição para a busca da verdade, que não se impõe pela violência, mas pela força da própria verdade (n. 7).

Aprende-se o respeito à liberdade religiosa através da educação já na infância, assim como o preconceito e a discriminação religiosa; os pais podem formar os filhos para a valorizarem as próprias convicções religiosas, mas também para o respeito às convicções alheias. Também educadores e formadores de opinião têm muito a contribuir para uma cultura respeitosa e tolerante em relação às convicções religiosas e à contribuição positiva das religiões para a civilização, a cultura. A liberdade religiosa pode ajudar muito para a paz pois valoriza e faz frutificar as qualidades mais profundas da pessoa, capazes de tornar o mundo melhor e de alimentar a esperança num futuro de justiça e de paz.

Publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, ed. de 08 01 2011

Card. Odilo P. Scherer,

Arcebispo de São Paulo

 

Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, comemorado pela nossa Igreja todos os anos no dia 1º de janeiro, o papa Bento 16 trata de um tema crucial e delicado: “liberdade religiosa, como caminho para a paz”. É preciso lembrar que o cristianismo começou com um fato de rejeição da Sagrada Família em Belém – “não havia lugar para eles” – e de perseguição e exílio, com a fuga de José e Maria para o Egito, para salvar o menino Jesus da espada do rei Herodes. E houve frequentes perseguições religiosas ao longo da história, não apenas em relação aos cristãos; fatos de cerceamento da liberdade religiosa foram causas de conflitos sociais e até de guerras entre nações. A falta de liberdade religiosa e o desrespeito pela religião são motivos para a perda da paz.
 

E nossa época não está livre disso; pelo contrário, vemos ressurgir em várias partes do mundo uma perseguição aberta aos cristãos, com numerosos martírios, ataques e incêndios a templos e discriminações religiosas de vários tipos. Poucos dias antes do Natal, tivemos a triste notícia do massacre na catedral siro-católica de Bagdad, durante uma missa, no qual perderam a vida 52 pessoas, inclusive dois sacerdotes, além de muitos feridos; na mesma noite do Natal, e ainda depois, houve ataques a cristãos em várias partes do mundo; o papa observa que está em curso uma espécie de “cristianofobia” e os cristãos são, atualmente, o grupo religioso mais perseguido no mundo.
 

O papa não pede privilégios para os cristãos, nem para alguma religião; nem sequer para os crentes em Deus, mas que a liberdade religiosa seja respeitada e a contribuição positiva das religiões para a vida social e cultural seja valorizada. A liberdade religiosa é um dos direitos humanos basilares e expressão da nobre dignidade do ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, capaz de se transcender, de buscar a verdade, os valores elevados do bem e da justiça, de procurar pelo sentido da vida e de se abrir para o diálogo com Deus. A liberdade religiosa diz respeito, portanto, à sua constituição espiritual do ser humano e ao exercício da sua mais alta dignidade e capacidade; ele não é somente corpo e matéria, nem se realiza apenas com a satisfação de suas necessidades corporais e materiais.
 

Respeitar a liberdade religiosa é dever de todos e o Estado deve assegurar esse direito, junto com outros direitos inalienáveis, como o direito à vida e à alimentação. Embora a Igreja estimule a todos na busca sincera e incansável da verdade e da fé sobrenatural em Deus, ela também ensina que se deve respeitar a consciência e a liberdade religiosa de todos; também daqueles que não têm fé nem religião. Isso não é o mesmo que indiferentismo ou sincretismo, em que uma coisa vale a outra, onde tudo é verdade e nada é verdade. Conhecer e valorizar a própria fé é condição para que se possa compreender, distinguir e valorizar outras formas de crer; o respeito e o apreço sincero pela fé do outro, embora diferente da nossa, não nos deve levar a colocar tudo no mesmo nível, ou até a depreciar a própria fé. O diálogo respeitoso com as outras religiões e o diálogo ecumênico sincero com outros cristãos, não-católicos romanos, precisa ser levado a sério e deve suscitar formas comuns de serviço à comunidade humana, onde a fé em Deus leva a dar-se as mãos em prol da dignidade das pessoas, da solidariedade e da paz.
 

ontrários à liberdade religiosa são o fanatismo e o fundamentalismo, duas manifestações mal esclarecidas ou desviadas de religiosidade; o fundamentalismo torna-se intolerante e não tem a capacidade de apreciar o que há de bom e positivo na religião do outro; o fanatismo quer impor à força as próprias convicções aos outros. Ambas essas atitudes instrumentalizam, de forma ideológica, a religião e o nome de Deus para fins políticos ou econômicos, além de desrespeitar profundamente a liberdade religiosa dos outros. Nada disso é aceitável. A religião verdadeira promove a verdade, a justiça e a solidariedade; o fruto será a paz, embora os discípulos de Cristo devam saber que nunca estarão totalmente isentos de perseguições: “se perseguiram a mim, também perseguirão a vós” (Jo 15,20). Mas o crente em Deus nunca pode tornar-se um perseguidor do outro, ainda mais por causa da religião e do nome de Deus.
Por ser assunto de grande relevância, aconselho os leitores a lerem na íntegra a mensagem do papa Bento 16, podendo encontrá-la facilmente na internet.

 

 

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 04.01.2011

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

 

 

Não houve mudança da posição do papa ou da Igreja em relação à questão do uso do preservativo”. A afirmação foi feita pelo cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, em entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira, 24, na Cúria Metropolitana, após retornar de Roma, onde participou do Consistório no qual 24 cardeais foram criados, entre os dias 19 e 21.

A polêmica sobre o tema surgiu quando o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, publicou passagens do livro-entrevista do papa Bento 16 “Luz do mundo – o Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, escrito pelo jornalista alemão Peter Seewald, publicado nesta terça-feira, 23. Dom Odilo ressaltou que o papa não disse nada de novo, mas apenas retomou aquilo que por vezes estava esquecido em relação ao uso do preservativo. “O problema não é usar ou não o preservativo, mas a questão verdadeiramente é a humanização da sexualidade e a atitude correta em relação à sexualidade”, afirmou.

O purpurado explicou que quando o papa se refere ao caso de pessoas prostituídas usarem o preservativo para evitar que outras pessoas possam ser contaminadas pelo vírus que elas têm, significa que essas pessoas estão dando “um primeiro passo de responsabilidade moral em relação a outras”. “Mas com isso, não fica nem aprovado, nem aconselhado o uso do preservativo”, pontuou.

O cardeal mostrou o livro aos jornalistas e leu o trecho em que o entrevistador faz uma questão ao pontífice referente à sua visita à África, em 2009, em que ele afirmou que, nesse continente, a doutrina tradicional da Igreja se revelou o único modo seguro para frear a difusão do vírus HIV. Ao responder, Bento 16 ressaltou que, do ponto de vista jornalístico, a visita “ficou obscurecida” por causa de uma única afirmação. Ele também destacou que “a Igreja é a única instituição que atua concretamente, na prevenção, na ajuda, no aconselhamento e no fato de estar ao lado das pessoas doentes”.

No livro, o papa também destacou que, no âmbito secular, se desenvolveu a chamada “teoria ABC” (traduzindo: abstinência, fidelidade e preservativo), em que o profilático (meio de impedir o contágio) é considerado somente como uma alternativa, quando faltam os outros dois elementos. Sobre isso, dom Odilo explicou que quando o papa cita a  “teoria ABC”, não a assume como parte da moral católica, “mas chama a atenção par ao fato de que até no mundo laico já não se fala simplesmente do uso do preservativo”. (confira o trecho do livro publicado no L’Osservatore Romano)

O cardeal também destacou que, desde o surgimento da epidemia de AIDS, a Igreja sempre se manifestou e, sobretudo, pela sua ação concreta. “A Igreja Católica convida a todos para um comportamento sexual responsável e para a humanização da sexualidade. Se colocarmos muito destaque no preservativo, esquecemos o que é muito mais grave”, completou.

 

 arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer falou sobre a publicação da Exortação Pós-Sinodal “Verbum Domini”, do papa Bento 16, divulgada nesta quinta-feira, 11.

 

O cardeal, que participou da 12ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema foi “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, em 2008, refletiu sobre o documento, durante entrevista coletiva concedida na Cúria Metropolitana, também no dia 11.

 

De acordo com o purpurado, o documento fica para a Igreja como referência sobre este tema tão importante para a vida eclesial. Para ele, o título da exortação, “Verbum Domini” (A Palavra da Senhor), cabe muito bem, pois se trata exatamente disso, a “Palavra do Senhor que se manifestou, que foi dita ao mundo e está presente no meio mundo.”

 

Ao explicar sobre as três grandes partes que orientam a reflexão do documento – Palavra de Deus, Palavra na Igreja, Palavra no mundo –, o cardeal disse que a exortação explicita questões importantes relacionadas à Escritura: “a Palavra de Deus que é de Deus; a Palavra de Deus que está na Igreja, que a acolhe, zela pela por ela e vive dela; e a Palavra de Deus dita ao mundo, de forma missionária, e que continua a ser dita não se fecha simplesmente dentro de um espaço, de uma comunidade”.

 

Dom Odilo aconselhou que todas as pessoas tenham o documento em mãos e o leiam. “De fato, é um texto muito bonito e também de fácil compreensão, porque certamente todas as pessoas têm alguma familiaridade com a Palavra de Deus. Portanto, esta exortação apostólica trata de um tema que a todos interessa e a todos é familiar”. Ele ressaltou que é importante fazer refletir este documento nas bases, nas comunidades, nas famílias, entre os religiosos, seminários, faculdades de teologia, em todos os âmbitos da vida da Igreja.

 

“A Palavra de Deus é dita a todos, de modo que também as pessoas simples têm condições de acolhê-la, dar resposta e sentir alegria na Palavra de Deus”, afirmou dom Odilo, que também apontou que, neste sentido, o papa apresenta a leitura orante da Bíblia como um caminho para que a Sagrada Escritura seja vivida e entendida por todos os fiéis. 

 

Íntegra da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Verbum Domini”

  

Em carta, publicada nesta segunda-feira, 18, o pontífice externa sua preocupação com os jovens que estão a caminho do sacerdócio. “Com estas linhas, quis mostrar-vos quanto penso em vós precisamente nestes tempos difíceis e quanto estou unido convosco na oração”, afirmou.

 

 

Leia a íntegra da carta:


Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres. Eu sabia que esta “nova Alemanha” estava já no fim e que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma “profissão” do futuro, antes pertenceria já ao passado. Contrariando tais objeções e opiniões, vós, queridos amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade. Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: “Até os cabelos da vossa cabeça estão contados”. Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.

O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote, sozinha. É necessária a “comunidade dos discípulos”, o conjunto daqueles que querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.

1. Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um “homem de Deus”, como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do “big-bang”. Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar conosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus. Quando o Senhor fala de “orar sempre”, naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus. Exercitar-se neste contacto é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo fato de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.

2. Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas. Para além do mais, São Cipriano interpretou a súplica do Evangelho “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”, dizendo que o pão “nosso”, que, como cristãos, podemos receber na Igreja, é precisamente Jesus eucarístico. Por conseguinte, na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão “nosso”; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino. Para uma Rita celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram rezando.

3. Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o fato de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.

4. Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso a piedade popular é um grande patrimônio da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos “Povo de Deus”.

5. O tempo no Seminário é também e sobretudo tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma “norma da doutrina”, à qual fomos entregues no Batismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: “Sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar “a razão” (logos) da vossa esperança” (1 Ped 3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Tudo o que vos peço insistentemente é isto: Estudai com empenho! Fazei render os anos do estudo! Não vos arrependereis. É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Mas é completamente errado pôr-se imediatamente e sempre a pergunta pragmática: Poderá isto servir-me no futuro? Terá utilidade prática, pastoral? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade, de modo que a mesma se torne resposta às questões dos homens, os quais, do ponto de vista exterior, mudam de geração em geração e todavia, no fundo, permanecem os mesmos. Por isso, é importante ultrapassar as questões volúveis do momento para se compreender as questões verdadeiras e próprias e, deste modo, perceber também as respostas como verdadeiras respostas. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura, na sua unidade de Antigo e Novo Testamento: a formação dos textos, a sua peculiaridade literária, a gradual composição dos mesmos até se formar o cânon dos livros sagrados, a unidade dinâmica interior que não se nota à superfície, mas é a única que dá a todos e cada um dos textos o seu pleno significado. É importante conhecer os Padres e os grandes Concílios, onde a Igreja assimilou, refletindo e acreditando, as afirmações essenciais da Escritura. E poderia continuar assim: aquilo que designamos por dogmática é a compreensão dos diversos conteúdos da fé na sua unidade, mais ainda, na sua derradeira simplicidade, pois cada um dos detalhes, no fim de contas, é apenas explanação da fé no único Deus, que Se manifestou e continua a manifestar-Se a nós. Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecumênica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canônico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor. Agora não quero continuar o elenco, mas dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja, a qual, com a sua autoridade, não é um pólo oposto à ciência teológica, mas o seu pressuposto. Sem a Igreja que crê, a teologia deixa de ser ela própria e torna-se um conjunto de disciplinas diversas sem unidade interior.

6. Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente “íntegro”. Por isso, a tradição cristã sempre associou às “virtudes teologais” as “virtudes cardeais”, derivadas da experiência humana e da filosofia, e também em geral a sã tradição ética da humanidade. Di-lo, de maneira muito clara, Paulo aos Filipenses: “Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento” (4, 8). Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura. Entretanto o sucedido deve tornar-nos mais vigilantes e solícitos, levando precisamente a interrogarmo-nos cuidadosamente a nós mesmos diante de Deus ao longo do caminho rumo ao sacerdócio, para compreender se este constitui a sua vontade para mim. É função dos padres confessores e dos vossos superiores acompanhar-vos e ajudar-vos neste percurso de discernimento. É um elemento essencial do vosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que Se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar por Ele.

 

Vosso no Senhor
BENEDICTUS PP XVI

Igreja na Itália une-se a ortodoxos para o Dia da Criação

 

CASTEL GANDOLFO / ISTAMBUL, segunda-feira, 30 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Nesse domingo, ao término da oração do Angelus em Castel Gandolfo, Bento XVI dirigiu seu pensamento para o Dia da Salvaguarda da Criação. Trata-se de um evento promovido pela Conferência Episcopal Italiana a 1 de setembro, no mesmo dia celebrado pela Igreja ortodoxa.

O tema da jornada por parte dos católicos italianos é “Cuidar da criação para cultivar a paz”. Para os ortodoxos, este dia 1 de setembro, além do evento em favor do meio ambiente – que se celebra há 20 anos – marca também o início do ano eclesiástico.

Bento XVI afirmou que se trata de um evento “já habitual, importante também no plano ecumênico”, que “este ano nos recorda que não pode haver paz sem respeito pelo meio ambiente”.

“Temos, de fato, o dever de entregar a terra às novas gerações em um estado tal que também elas possam habitá-la dignamente e conservá-la ulteriormente. Que o Senhor nos ajude nesta tarefa”, disse o Papa.

Por sua parte, o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, divulgou uma mensagem – reproduzida por L’Osservatore Romano nesse domingo – em que recorda a importância da tutela do meio ambiente.

Para a Igreja ortodoxa, afirma o Patriarca, a proteção do meio ambiente “constitui uma grande responsabilidade de toda pessoa humana, independentemente dos resultados materiais e financeiros”. 

“A correlação direta entre a missão divina de ‘trabalhar e preservar’ e todos os aspectos da vida contemporânea constitui a única perspectiva de uma coexistência harmoniosa com cada um dos elementos da criação e com o conjunto do mundo natural em geral”.

Bartolomeu I convida os fiéis ortodoxos a “tomarem parte nesta luta titânica e justa com o objetivo de atenuar a crise ambiental e prevenir os impactos ainda piores que se poderiam derivar dela”.

Já os bispos italianos, que novamente convocam o evento em coincidência com os ortodoxos, reconhecem que “o meio ambiente é submetido a uma exploração tão intensa que se produzem situações de forte degradação, que ameaçam a habitabilidade da terra para a geração presente e ainda mais para as futuras”.

Não só as dioceses italianas organizam, em muitos casos, em união com paróquias e comunidades ortodoxas, atos para este dia. Também haverá a “peregrinação verde”, convocada pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que, de 1 a 5 de setembro, parte de Esztergom (Hungria) até o santuário mariano de Mariazell (Áustria) passando por Bratislava (Eslováquia).

Os peregrinos europeus refletirão sobre a Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz deste ano, que discute a promoção da paz e a proteção da criação.

O motivo desta peregrinação, explica a CCEE, é mostrar “um caminho espiritual e de conversão”. A crise ecológica “que a Europa atravessa hoje não está dissociada da atual crise moral do continente, mas uma influi na outra”.

Dom Odilo explica a última parte da Encíclica do Papa Bento

Papa Bento XVI convocou, por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura d’Ars – João Maria Vianney –, o Ano Sacerdotal. Comemorado de 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010, este ano especial terá como tema “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Para explicar um pouco sobre as características de São Vianney, importantes para os sacerdotes, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer conversou com o cancaonova.com durante sua visita à sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).


cancaonova.com: Quais características de São Vianney o senhor considera importantes para o sacerdote hoje?

Dom Odilo Scherer: São João Maria Vianney foi um padre que morreu há 150 anos; portanto, viveu no século XVIII, uma época muito difícil de forte descristianização, de perseguição e ridicularização dos trabalhos da Igreja. Cura d’Ars procurou ser um sacerdote atento ao seu trabalho e à sua missão de celebrar bem os sacramentos. Ele celebrava a Eucaristia, atendia muitas confissões, dava aconselhamentos e era um homem de muita caridade com o próximo, sobretudo com os pobres e doentes. São essas atitudes que hoje devem ser inspiradoras para os padres, para que sejam zelosos e instrumentos de Deus na sua missão, deixando o resto por conta do Espírito Santo, que também faz a Sua parte. Não há tempos tão difíceis nos quais o Espírito Santo não encontre corações atentos que acolham as Suas sábias sugestões e inspirações. Foi a isso que Cura d’Ars se prestou, sendo um padre simples, dedicado às necessidades do povo.

cancaonova.com: Como a família pode colaborar com as vocações sacerdotais?

Dom Odilo Scherer: As vocações nascem nas famílias em que existe o cultivo da vida cristã, o amor à Igreja, o apreço pelas coisas de Deus, ao serviço prestado a Ele e também ao próximo. É claro que elas podem nascer em outros ambientes diferentes, porém, havendo famílias que cultivem intensamente a fé, com certeza, existem melhores condições para que se despertem vocações.

cancaonova.com: Além da vocação, o que é fundamental para ser sacerdote?

Dom Odilo Scherer: É preciso haver o chamado de Deus e é também preciso que a pessoa corresponda a esse chamado. Portanto, existe todo um período de estudos, de formação espiritual e mística, sobretudo de formação religiosa profunda para que o futuro sacerdote seja, verdadeiramente, um bom cristão, um bom discípulo de Jesus Cristo, um exemplo para o povo ao qual ele vai servir. Para ser padre é preciso corresponder à vocação e fazer tudo o que for necessário para responder bem a Deus.
“Para ser padre é preciso corresponder à vocação e responder bem a Deus.”
Foto: Wesley Almeida

cancaonova.com: Como um jovem pode discernir que tem a vocação para o sacerdócio?

Dom Odilo Scherer: O discernimento da vocação começa com a percepção dela. Se alguém sente, interiormente, que gostaria de ser padre, já pode ser um sinal de vocação. Então, deve-se procurar quem possa ajudá-lo a discernir se é isso mesmo; deve-se conversar com um padre, procurar o grupo vocacional da paróquia e fazer um caminho de discernimento vocacional. Depois, preparar-se para ingressar no seminário e poder ser confirmado na sua vocação por intermédio da Igreja que, então, o chama e o ordena padre.

cancaonova.com: Como a Igreja trabalha a formação dos seminaristas?

Dom Odilo Scherer: A Igreja tem uma experiência de formação dos padres por meio de seminários. Mais do que uma casa, o seminário é um período de formação daquele que se sente chamado a ser sacerdote. Ele recebe estudos de fomação espiritual, mística, formação humana, pastoral, para depois desempenhar bem o seu serviço e, evidentemente, também recebe formação teológica. O seminário é um método, um processo de discernimento e formação. A Igreja confirma a necessidade dele e, por isso, ela o exige. Vocação é algo muito sério; não basta alguém dizer “quero ser padre”. A Igreja vai confirmar o chamado e preparar os seminaristas para o desempenho de uma função, que não é dele, mas da Igreja de Jesus Cristo. Por isso, o sacerdote tem de se preparar como a Igreja pede. Não é cada um sendo padre do jeito que quer. A Igreja ajuda no discernimento das vocações para, na medida em que isso é humanamente possível, fazer as escolhas acertadas.
Fonte: www.cancaova.com