Com a festa de São Paulo, nosso patrono, dia 25 de janeiro, fazemos também a abertura do Ano Pastoral em nossa Arquidiocese. Ao mesmo tempo, oferecemos a Deus nossos grandes propósitos e projetos para o ano e pedimos, pela intercessão do apóstolo São Paulo, nosso patrono, a graça da fidelidade, da perseverança e dos bons frutos nos objetivos que nos propomos.

Mesmo sem planejamentos especiais, bastaria seguir bem o ritmo do Ano Litúrgico para termos um ano cheio de propostas. De fato, acompanhar e viver a mística do Ano Litúrgico é uma prática saudável e de grande valor pedagógico para a vivência pessoal da fé e para o serviço de evangelização da Igreja. A Igreja tem uma rica proposta de evangelização, cada ano, nas celebrações e comemorações do tempo litúrgico. Quem segue regularmente as celebrações litúrgicas da Igreja tem farto alimento para a fé e para o testemunho cristão no mundo, passo a passo, ao longo de todo o ano.

Porém, em 2011, a Arquidiocese de São Paulo coloca em destaque, para a reflexão e a ação pastoral, a paróquia, “comunidade de comunidades”. Centrando nossas atenções sobre a paróquia, enquanto expressão mais próxima e concreta do Mistério da Igreja, queremos avançar na proposta do 10° Plano de Pastoral da Arquidiocese, que nos convoca a sermos discípulos missionários de Jesus Cristo na grande e complexa cidade de São Paulo de forma nova e mais incisiva.

Seria impossível pensar nossa Igreja, sem as paróquias, com seu padre, suas igrejas matrizes, seus espaços de vida e ação pastoral, sua presença no espaço social e cultural… Mesmo com as dificuldades e deficiências próprias do nosso tempo e do contexto da metrópole, e sem ter a pretensão de que a paróquia consiga sozinha enfrentar todas as necessidades e desafios da missão da Igreja, continua verdadeiro que ela ainda tem sua razão de ser e de existir; a Igreja nunca abandonou a paróquia, mas convida a rever e aprofundar o seu significado, sua vida e missão.

Neste ano, portanto, tentaremos fazer o que depender de nós para que as paróquias se renovem e sejam autênticas comunidades de discípulos missionários de Jesus Cristo nesta cidade, que Deus ama. Um processo de conversão pastoral é necessário para recobrar as motivações e dar vida nova; talvez para superar cansaços, estagnação e a lógica da mera conservação. As paróquias precisam ser marcadas por nova dinâmica e um impulso decididamente missionário. Se não estivermos atentos, elas se fecham sobre si mesmas, ao invés de ser a presença missionária que se projeta ao seu redor, para o meio da comunidade humana. Para alcançar esta meta pastoral ao longo do ano, todos estão convidados a arregaçar as mangas: clero, leigos, religiosos, famílias, organizações várias da Igreja presentes nas paróquias… Os jovens terão um ano privilegiado; com o clero, teremos uma reunião importante já dia 15 de fevereiro, para tratar do assunto. Como arcebispo, escreverei uma Carta Pastoral para toda a Arquidiocese sobre esse assunto.

Mas o ano pastoral de 2011 nos prepara ainda muita coisa: a Campanha da Fraternidade, com o tema – Fraternidade e a vida no Planeta –, é um convite a cuidar, com responsabilidade compartilhada, da nossa casa comum, aprofundando a cultura do respeito, do cuidado e da solidariedade. As catástrofes naturais desses dias desafiam nosso senso ético diante da natureza e dos demais habitantes da Terra.

O 1° Congresso de Leigos, realizado em 2010, mobilizou milhares de leigos e leigas, que querem se envolver numa ação mais planejada eficaz do laicato em nossa Arquidiocese. Os muitos propósitos elaborados nas Oficinas Temáticas e apresentados no encerramento do Congresso precisam ser retomados e trabalhados. Em agosto será realizada a Jornada Mundial da Juventude com o papa, em Madrid; muitos jovens já estão se mobilizando para ir à Espanha e, com centenas de milhares de outros jovens de todas as partes do mundo, desejam participar, se “enraizar” mais em Cristo.

Nossa Arquidiocese também terá um fato novo e importante para a vida da nossa Igreja e sua dimensão missionária: está sendo aberto um Seminário Redemptoris Mater, confiado à direção do Caminho Neo Catecumenal, para formar padres seculares com carisma missionário. Que São Paulo, discípulo e missionário de Jesus Cristo, interceda por nós!

 

 

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 18.01.2011

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

 

Durante missa solene na Catedral da Sé lotada, neste sábado, 18, a Arquidiocese de São Paulo ganhou seis novos padres. A Ordenação presbiteral foi presidida pelo cardeal arcebispo dom Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelos seis bispos auxiliares e muitos padres.

 

Na homilia, dom Odilo ressaltou motivo de alegria da Igreja de São Paulo, ao acolher seis novos sacerdotes. Ele destacou também que os padres são essenciais para a vida da Igreja, pois “colaboram para que a obra de Deus se realize no mundo”.

 

O arcebispo também salientou a tríplice missão do presbítero – Ensinar a Palavra de Deus; Santificar, sobretudo por meio da celebração dos sacramentos; e pastorear a comunidade eclesial.

 

Dentre estes três aspectos, o cardeal destacou o ensino da Palavra de Deus, lembrando que a maioria do povo católico foi batizada, mas não verdadeiramente evangelizada.

 

“Nossa primeira missão é de despertar o povo para a fé, fortalecê-los na fé, e educá-los nos caminhos de Deus”, reforçou dom Odilo, enfatizando que dentro dessa anúncio está contida a missão e ensinar ao povo os caminhos da vida moral, “vivendo como Jesus Cristo viveu, de forma digna, na vocação a qual foram chamados”.

 

No final da celebração, dom Odilo presenteou os neo-sacerdotes uma imagem de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, patrono dos padres. Veja a cobertura completa na edição de 21/12 do jornal O SÃO PAULO.

 

 

Conheça os novos padres da Arquidiocese de São Paulo

 

 

 

 

 

Padre Flávio Heliton da Silva é da cidade mineira de Nova Rezende e tem 37 anos. Quando veio morar em São Paulo, em 1999, começou a participar da Paróquia São Francisco de Assis, onde conheceu o carisma franciscano, do qual fez uma experiência de três anos, até decidir que queria ser padre diocesano, ingressando no seminário arquidiocesano em 2001.

Lema: “Eu te conhecia só de ouvir dizer, mas agora te vejo com meus olhos!” (Jó 42,5)

 

Padre Francisco Antônio Rangel de Barros está com 39 anos. Quando era coroninha na sua cidade natal, Itu (SP), ele começou a se sentir atraído pelo sacerdócio. Muito tempo depois, chegou a fazer uma experiência religiosa na Ordem do Carmo, decidindo-se depois ser sacerdote secular e ingressou no seminário arquidiocesano.

Lema: ” …Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31)

 

Padre Luíz Fábio Alves Peixoto, de 34 anos e natural de Belo Horizonte (MG), conheceu a Aliança de Misericórdia em 1998. A partir daí iniciou o discernimento para o sacerdócio. Durante uma missão em São Paulo, em 2001, teve a certeza de que queria ser padre.

Lema: ” Quem põe a mão no arado olha para trás, não é apto para o Reino dos Céus” (Lc 9,60)

 

Padre Rodrigo Custódio Andrade Ramos, que tem 30 anos e é paulistano, era engajado do grupo de jovens de sua paróquia. Aos 19 anos, sentiu-se chamado para o sacerdócio ao mesmo tempo em que conheceu o carisma da Aliança de Misericórdia, onde iniciou a formação em 2002.

Lema: ” Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13)

 

Padre Rogério Valadares tem 33 anos e nasceu em São Paulo. Ele participava ativamente da vida eclesial, quando começou a surgir o desejo de se consagrar em uma vocação específica. Foi quando conheceu a Aliança de Misericórdia, ingressando na comunidade em 2001.

Lema: ” Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35)

 

Padre Wilson Pereira dos Santos tem 30 anos e é natural de São Paulo. Desde criança se sentia chamado para o sacerdócio, sobretudo quando participava da celebração da Vigília Pascal. Com 20 anos de idade, ingressou no seminário arquidiocesano.

Lema: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, cada dia, e siga-me” (Lc 9,23)

 

 

 

Aproximadamente seis mil pessoas lotaram o Ginásio Mauro Pinheiro, no Ibirapuera, para a celebração de ação de graças pela conclusão do 1º Congresso de Leigos da Arquidiocese de São Paulo, no domingo, dia 21. A missa foi presidida pelo bispo auxiliar na região Ipiranga e vigário-geral da Arquidiocese, dom Tomé Ferreira da Silva, e concelebrada pelos demais bispos auxiliares.

 

No início da celebração foi lida uma mensagem do cardeal arcebispo dom Odilo Pedro Scherer, que estava no Vaticano, participando do Consistório dos cardeais, convocado pelo papa Bento 16.

 

Na homilia, dom Tomé, que também é bispo responsável por acompanhar o Congresso, ressaltou a importância do evento que reuniu ao longo do ano o laicato arquidiocesano. Ele também falou da Solenidade de Cristo Rei, celebrada no domingo, mesma ocasião em quem se comemora o Dia Nacional do Leigo. “Jesus Cristo deseja governar o mundo, através da presença dos cristãos leigos, para que todos os povos tenham vida e a tenham em plenitude”, afirmou e acrescentou que “o que qualifica o fiel não é o que ele faz na Igreja, mas o que dela recebe e transforma em fonte de vida ao mundo”. (veja homilia na íntegra)

 

No período da manhã, os delegados das oficinas temáticas arquidiocesanas realizadas ao longo do congresso participaram de um momento de avaliação dos 173 planos de ação apresentados nessas oficinas.

O assessor teológico do congresso, cônego Antônio Manzatto, apresentou uma síntese das atividades realizadas e das propostas. Ele destacou que destaca que já durante o congresso foi possível perceber alguns frutos, como a retomada da teologia do Concílio Vaticano 2º. “Já na primeira fase, nas bases, se percebia uma retomada da compreensão da Igreja como Povo de Deus”, disse.

 

De acordo com o teólogo, a segunda fase, nas regiões episcopais, continuou a refletir a teologia do Vaticano 2º, só que à luz dos diversos temas abordados pelas oficinas. “Na segunda fase do congresso, cristãos de realidades diferentes colocaram em comum suas experiências, formando uma comunidade de comunidades”.

Quando às propostas, Manzatto destacou três grandes eixos que permearam os projetos: formação, pastoral de conjunto e exercício de cidadania. “Somos uma Igreja particular que precisa construir pontes entre as pessoas. A missão na cidade é a principal referência da Igreja”, afirmou, referindo-se à terceira fase do congresso, arquidiocesana. (veja entrevista com cônego Manzatto)

 

Em seguida, inúmeros delegados apresentaram, em plenária, suas opiniões e expectativas quanto à aplicação das propostas. Logo depois, erguendo o manual onde os projetos estavam contidos, os leigos aprovaram, por aclamação, todas as propostas.

 

Leia mais na edição de 23/11 do jornal O SÃO PAULO

 

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