D. Aloísio contesta o Presidente Lula

Uma Questão de Dizer: “Sim, Sim, Não, Não” Dom Aloísio Roque Oppermann scjArcebispo Metropolitano de Uberaba, MG 

 

  

Nosso presidente está se sentindo muito forte. Distribui palmatória pública até para a Igreja, para satisfação dos seus algozes. Nesta semana passada rebelou-se contra as orientações morais a respeito do preservativo sexual. Se a moral católica faz restrições, ele, líder máximo desse país, abre com generosidade seu uso livre para todos os cidadãos.  

Pela tonalidade de sua voz considera-se um vencedor. Virão outras incursões a favor do aborto, do casamento de homossexuais, etc. Preparemo-nos para tempos tenebrosos de perseguição. Vai ser fácil de denunciar-nos como opositores: seriamos apenas hipócritas, e não seguidores de Jesus. (Veja Mt 5,37). Será que com o grupo que está no poder vai se repetir em nosso meio o que se diz de certos países: ‘um povo cristão dirigido por ateus”? Passo a expor aos caros amigos, alguns dos princípios (apenas três), que nos regem em moral sexual. Garantidamente se encontram em nível elevado de humanismo. Cada leitor fará o seu próprio julgamento.  

 

1 – Antes de tudo, a moral cristã enaltece o amor humano como atitude digna, máxime quando se expressa em dimensão corporal e sexual. O sexo é um acontecimento do mais profundo significado humano. Expressa fisicamente o amor que vai no coração de um casal. Mas, segundo nosso permanente entender, tal relacionamento físico é reservado para o âmbito sagrado do matrimônio, onde encontra seu pleno sentido.  

 

2 – A moral de Cristo dignifica a humanidade, quando busca a virtude da castidade. Sua prática demonstra que a sexualidade é um grande valor, mas não o valor supremo. Existem outros valores a serem prestigiados: o bem comum, a solidariedade, a justiça, o amor a Deus. Abster-se de atividades sexuais fora do matrimônio, é uma virtude desprezada pelo mundo freudiano. Só essa virtude é capaz de abrir o coração para o transcendental. “Bem-aventurados os puros, porque verão a Deus” (Mt 5,8).  

 

3 – Se alguém se julga incapaz de ouvir essa proposta (que não é imposição), então a moral cristã sobre fidelidade conjugal, sobre “aguardar o casamento para a atividade sexual”, sobre a virtude da castidade, sobre o desestímulo ao uso dos preservativos, tem pouco a dizer. Se por causa da “dureza dos corações” (Mt 19,8) esse ideal se torna utópico, então, é claro, deve-se cuidar para que o mal seja o menor possível. Usando ou não, nesse caso, o preservativo, é como errar por meia dúzia ou seis. São Paulo, contudo alerta: “não vos conformeis com este mundo” (Rom 12,2).  

  

Fonte: Aquidiocese de Uberaba-MG 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino