Há quase 30 anos surgiu um movimento nos estados unidos chamado “Outubro Rosa”, com a intenção de fomentar ações voltadas para prevenção do câncer de mama.
Hoje, conhecido mundialmente, o movimento busca chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.
Para celebrar o mês trazemos uma entrevista com Renata Vasconcelos, missionária da comunidade Canção Nova há mais de 20 anos e teve seu diagnóstico aos 33 anos, viveu o drama do câncer de mama e superou a dor com sua fé.
Diagnóstico
Renata: Em março de 2013, ao fazer o autoexame senti que tinha algo errado, fui ao médico, passei por duas máquinas (ultrasom e mamografia) e não foi constatado nada, não falo isso para as mulheres terem medo, mas enfatizo essa parte da história para dizer que comigo a experiência foi de que Deus é maior que os homens e as máquinas, foi Ele mesmo quem me revelou. Após os exames, senti de insistir e o médico pediu para eu guiar sua mão até onde eu via o nódulo, que então descobriu o câncer. Fiz outros exames, a doença já estava avançada, tinha 3 linfonodos positivos.
Tratamento
Renata: Foi tudo muito corrido. Fiz cirurgia, quimioterapia, radioterapia, tomei hecerpetin, e também um tratamento chamado de câmera hiperbárica, onde eu ficava numa câmera que parece um foguete por duas horas para ajudar na cicatrização.
Meus cabelos
Quando soube da quimioterapia pensei logo em meus cabelos. Na época, ele estava no meio das costas e aloirados, como eu tanto gostava! Meu esposo levou-me ao salão e, delicadamente, convenceu-me de que eu ficaria linda com um cabelo mais curto. Depois raspei e optei pela peruca, com ela, eu passaria pela multidão e me livraria dos olhares de piedade do tipo: “Pobre moça, tão jovem e com câncer!”.
Para a mulher, muito mais do que apenas estética, o cabelo representa boa parte da identidade feminina, então, perdê-los de um dia para o outro não é tarefa simples.
Mas em tudo, aprendi que ser mulher é mais que ter cabelo e seios. É ter a coragem de enfrentar a dor e de se agarrar a uma fé que não se vê, mas se sente e se experimenta.
Hoje
Renata: Hoje, como conto no meu livro: “Te prometo ser fiel, na saúde e na doença”. Percebo o quanto posso ajudar a casais a enfrentar o momento de dor com sua fé, a partir da minha experiência. Muitas mulheres se sentiram encorajadas a raspar suas cabeças só de ver a capa do livro. Isso me fez dar sentido a minha dor: ajudar o próximo.
Deixo uma mensagem para as mulheres nesse outubro rosa:
CUIDE-SE! AME-SE! Não deixe que sua aparência te defina ou que qualquer outro preconceito diminua a tua maior beleza: a de ser MULHER.
Luciana Munhoz Reina Sá
Missionária da Comunidade Canção Nova