Dai-me, Senhor, coragem e fé para me dispor
jun 26
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Estamos partilhando neste espaço parte do estudo bíblico de alguns seminaristas da Canção Nova, hoje teremos a alegria de colhermos os frutos do estudo bíblico do Fábio, conhecido por nós aqui como Fabinho. Até breve.
“A inscrição que motivava a sua condenação dizia: ‘O Rei dos judeus!’ (Mc 15, 26)”.
A crucificação, como método de execução, era muito difundida na antiguidade. Era regularmente utilizada pelos persas, assírios e gregos, mas destaca-se em sua utilização pelo Império Romano como punição aos condenados por motivo de alta traição. Um castigo tão terrível poderia ser aplicado somente aos piores criminosos, estrangeiros e escravos, nunca a um cidadão do Império. Mas o que exatamente tornava a crucificação um castigo tão terrível?
As três penas extremas no Império romano eram a cruz, o fogo e os animais. O que as tornavam supremas não era exatamente sua crueldade desumana ou sua desonra pública, mas o fato de que podia não sobrar nada para ser enterrado no final. E esse tipo de morte é para o judeu uma maldição. A destruição corporal é óbvia no caso da pessoa queimada ou lançada às feras. Mas o que com frequência esquecemos no caso da crucificação é o corvo e o cão comedor de carniça que respectivamente grasnava acima dos cadáveres e rosna abaixo do corpo moribundo… Um condenado podia agonizar dias a fio na cruz, até ter o corpo totalmente consumido pelos animais e pela putrefação.
Era necessário, portanto, um motivo muito forte para aplicar em alguém um castigo tão severo. E quando se encontrava no criminoso, motivos realmente necessários para a condenação, os romanos faziam questão de expor publicamente estes motivos de forma que a execução se tornasse uma intimidação a todos os desertores do império. Em outras palavras, era preciso que ficasse bem claro a todos os que vissem o condenado a mensagem de Roma: “Vejam: Isto é o que acontece com aqueles que ousam afrontar o Império.” Assim a pessoa condenada trazia junto com o instrumento do suplício o motivo dele. Uma pessoa que roubava alguma coisa, por exemplo, trazia no pescoço o objeto furtado. Noutros casos, a execução acontecia no próprio lugar do crime.
O que o texto diz-me de maneira pessoal?
Apesar de toda a farsa que envolveu o processo do julgamento de Jesus, também Ele trouxe consigo o motivo da sua crucificação. E que motivo foi este? O que teria feito Jesus para merecer este castigo tão cruel? Ele não havia furtado nada que pudesse ser levado no pescoço. Não havia cometido nem um homicídio para trazer junto da cruz uma arma. O que justificou, então, a condenação de Jesus? O texto Sagrado afirma que Pilatos ordenou que fosse redigida na sentença de morte de Jesus: “A inscrição que ‘motivava’ a sua condenação dizia: ‘O Rei dos judeus!’ (Mc 15, 26)”.
Segundo esta tradução bíblica, havia sido redigida uma frase que servia de “motivação” para levar a termo a crucificação de Jesus. Isso quer dizer que cada vez que os inimigos de Jesus olhavam para o motivo que o havia levado até ali, eles sentiam um ódio ainda maior e conseguiam se superar em crueldade.
Quando Jesus foi levado ao palácio do governador para ser julgado, Pilatos estava em paz. Inúmeras vezes ele até mesmo expressou o desejo de libertar Jesus, mas no momento em que os inimigos de Jesus o acusaram de se autodeclarar Rei de Israel, o Messias prometido, Pilatos começou a se preocupar, A partir de então, Jesus representava um perigo para Roma, pois todo aquele que se faz rei, declara-se contra César e por isso precisa morrer. Declarar-se Rei era um crime de alta traição.
O que digo a Deus a partir do texto?
Dai-me, Senhor, coragem e fé para me dispor cada vez mais a sofrer o calor, o frio, a sede, o cansaço, e o desprezo pela expansão do teu Reino… Naquele grande e tremendo dia quero declarar invicto o Teu domínio! Pois seu Reino não terá fim. Amém.
O que Deus me diz a partir do texto?
Se o Cristo representa um perigo para este mundo, assim eu também devo sê-lo! E mesmo que os tormentos aumentem, mesmo que eu não seja compreendido, mesmo que eu venha a sofrer… não vou desistir! Tenho a convicção de que se aumentam as dores, é apenas uma estratégia daquele que motivado pela verdade do Reinado do nosso Deus fez também sofrer com suplícios imensos o Nosso Senhor. Não importa quantas dificuldades precisemos passar: “No fim eu verei o meu salvador!” A mesma inscrição que motivou a crucificação de Jesus deve ser aquela que motiva a minha consagração: “Ele é Rei!”.
Fábio Camargos Seminarista, Comunidade Canção Nova