Eu quero ser amigo do tempo
abr 27
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Para ver seus conflitos resolvidos você precisa dar tempo ao tempo.
Certamente alguém já tenha dado este conselho a você, ou, talvez, você mesmo tenha aconselhado alguém assim: Dê tempo ao tempo. Sendo assim eu levanto a seguinte questão: Você sabe o que é o tempo?
Pois bem, Santo Agostinho, em seu livro Confissões afirma que o tempo, para ser tempo não pode ser permanente, do contrário ele seria eternidade, o tempo para ser tempo, precisa passar.
Na eternidade nada passa, tudo é presente, ao passo que o tempo nunca é todo presente.[1] |
Compreendendo o Tempo tendo como base essa noção de Santo Agostinho, é válido seguir o conselho: Dê tempo ao tempo. Mas, por que motivo devemos dar tempo ao tempo diante de nossas dificuldades, conflitos e problemas? Quero ressaltar alguns.
Primeiro, nenhum sofrimento ou dor dura para sempre neste mundo, uma hora ele passa. Esse “passa” pode ser entendido em duas dimensões: ou passa porque com a maturidade aprendemos a lidar com eles, ou porque eles realmente deixam de exercer influência direta sobre nós. Outro motivo pelo qual devemos dar tempo ao tempo é o fato de que, ao estarmos envolvidos em algum conflito, não conseguimos enxergar o que na situação pode ser causa de maturidade e crescimento. Só com o tempo conseguimos colher tudo que uma situação difícil gerou de positivo em nós.
No momento em que estamos inseridos em sofrimentos e dores nós só conseguimos enxergar o que há de negativo. Neste caso, o tempo é nosso amigo. Eu quero ser amigo do tempo, só ele mostrará o que de positivo ficou de um momento difícil.
Caso você esteja vivendo um momento de sofrimento ou um problema de difícil solução, não se esqueça: o tempo é seu amigo, dê tempo ao tempo. Dias melhores virão, o melhor de Deus está por vir.
Sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência a fim de que no derradeiro momento sua vida se enriqueça (Eclo 2, 3). |
Deus abençoe você.
[1] SANTO AGOSTINHO. Confissões. Tradução de Maria Luiza Jardim Amarante. 19. ed. São Paulo: Paulus, 2006, p. 336.