Solidão e Unidade Original
abr 01
Sexualidade João Paulo II, Sexualidade 2 Comments
A solidão original é a da humanidade em busca de sentido para a própria existência, a unidade original revela a comunhão desejada por Deus desde o início.
A unidade original acontece após o relato da criação do ser humano1 que se encontrava só diante das outras criaturas. Ao se perceber, aquele ser humano sentiu a solidão da existência diante das criaturas colocadas a serviço dele, ele não encontrou uma auxiliar que lhe correspondesse. 2
A solidão do homem não é apenas a solidão da falta da mulher, mas simboliza a solidão de toda a humanidade em busca de sentido para sua existência, sentido que não se restringe a encontrar alguém que lhe seja complementar. Mas se amplia à liberdade para se doar a Deus em total dedicação, como é o caso dos que se doam em amor na vida celibatária como um dom aos outros.
Mas, voltando ao tema da unidade original, vemos que há uma dupla solidão: a solidão do homem sem sentido diante das outras criaturas, e a solidão da mulher. Mas, ao se descobrirem complementares, acontece o encontro numa especial reciprocidade.3 Com a criação da mulher4 surge a complementariedade necessária entre o masculino e o feminino porque não é bom que o homem esteja só.5 Nesse encontro acontece o momento da reciprocidade. A unidade original, através da masculinidade e feminilidade, revela a comunhão de pessoas desejada por Deus para o homem e a mulher desde o início.
Notas
[1] Gn 1, 27.
[2] Gn, 2, 20.
[3] João Paulo II. Catequeses sobre o amor humano: A unidade original do homem e da mulher na humanidade, 07 de Novembro de 1979.
[4] Gn, 2, 21-22.
[5] Gn 2,18.