A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: o hebraico, o aramaico e o grego (Koiné). Quase a totalidade do Antigo Testamento foi redigida em hebraico, embora existam algumas palavras, trechos ou livros em aramaico e grego. Quanto ao Novo Testamento, este foi completamente redigido em grego – a única exceção parece ser o livro de Mateus, originariamente escrito em aramaico, contudo esse original foi perdido (de maneira que resta-nos hoje a versão em grego).
Quanto ao Antigo Testamento, a Bíblia protestante possui sete livros a menos que a Bíblia católica. Ocorre que a Igreja Católica, desde o início, utilizou a tradução grega da Bíblia chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta (LXX). Essa tradução para o grego foi feita no séc. III a.C, em Alexandria (Egito), por setenta e dois sábios em virtude da existência de uma grande comunidade judaica nessa cidade que já não compreendia a língua hebraica. Na época em que foi feita essa tradução, a lista (cânone) dos livros sagrados ainda não estava concluída, de forma que essa versão acabou abrigando outros livros, ficando mais extensa. Essa foi a Bíblia adotada pelos Apóstolos de Jesus nas suas pregações e textos: das 350 citações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 concordam perfeitamente com a versão dos Setenta, inclusive quanto às diferenças com o hebraico.
Por volta do ano 100 d.C, os judeus da Palestina reuniram-se num sínodo na cidade de Jâmnia e estabeleceram alguns critérios para formarem o seu cânone bíblico. Esses critérios eram os seguintes:
1. O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel.
2. O livro não poderia conter passagens ou textos em aramaico ou grego, mas apenas em hebraico.
3. O livro não poderia ter sido redigido após a época de Esdras (458-428 aC).
4. O livro não poderia contradizer a Lei de Moisés (Pentateuco).
Assim, os livros escritos por aquela enorme comunidade judaica do Egito não foram reconhecidos pelo sínodo de Jâmnia, por causa de seus critérios ultranacionalistas. Também em virtude desses critérios, o livro de Ester – que em parte alguma cita o nome de Deus – foi reconhecido como inspirado mas somente a parte escrita em hebraico; os acréscimos gregos, que incluíam orações e demonstravam a real presença de Deus como condutor dos factos narrados, foram completamente desprezados, deixando uma lacuna irreparável.
Os livros não reconhecidos pelo sínodo da Jâmnia e que aparecem na tradução dos Setenta são tecnicamente chamados de deuterocanónicos, em virtude de não terem sido unanimemente aceites. São, portanto, deuterocanónicos no Antigo Testamento os seguintes livros: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 Macabeus e 2 Macabeus, além das secções gregas de Ester e Daniel.
Com a dúvida levantada pelo sínodo de Jâmnia, alguns cristãos passaram a questionar a inspiração divina dos livros deuterocanónicos. Os Concílios regionais de Hipona (393), Cartago III (397) e IV (419), e Trulos (692), bem como os Concílios Ecuménicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870), confirmaram a validade dos deuterocanónicos do Antigo Testamento, baseando-se na autoridade dos Apóstolos e da Sagrada Tradição.
Da mesma forma como existem livros deuterocanónicos no Antigo Testamento, também o Novo Testamento contém livros e extratos que causaram dúvidas até o séc. IV, quando a Igreja definiu, de uma vez por todas, o cânone do Novo Testamento. São deuterocanónicos no Novo Testamento os livros de Hebreus, Tiago, 2 Pedro, Judas, 2 João, 3 João e Apocalipse, além de alguns trechos dos evangelhos de Marcos, Lucas e João.
Com o advento da Reforma Protestante, os evangélicos – a partir do séc. XVII – passaram a omitir os livros deuterocanónicos do Antigo Testamento. Alguns grupos mais radicais chegaram – sem sucesso – a tentar retirar também os livros deuterocanónicos do Novo Testamento. É de se observar, dessa forma, que caem em grande contradição por não aceitarem os deuterocanónicos do Antigo Testamento enquanto aceitam, incontestavelmente, os deuterocanónicos do Novo Testamento.
A formação dos textos sagrados foi fundamental para o início de uma estrutura teológica da nossa religião. Assim nasce ou melhor é estruturada a Teológica católica.
muito bom video.
ótimo post, Deus sempre nos conforta com sua palavra.
Deus abençoe sempre.
Tenho uma dúvida será que os homens me vão ajudar ? Deus não assassina, Deus é bom, o livro do novo testamento, foi escrito por homens, não foi por Deus, não.
O novo testamento escrito em latim, grego, aramaico que existe à 2000 anos, é o mesmo que esteve nas guerras pela palavra de Deus, assassinaram milhões e milhões de pessoas inocentes, por causa da evangelização, se não mudavam eram queimados, e as guerras contra os infiéis coitados de todos de pereceram em nome de Deus.
Portanto o livro escrito por homens, resultou numa mortandade e o livro é o mesmo, falam das diferenças entre religiões, o livro é mesmo é a palavra de Deus.
Quantas mais pessoas é preciso assassinar ? A palavra do Senhor é boa, é para o vosso culto e quem não estiver convosco, estamos mal, a história ensina nos, mesmo nas 1 e 2 grande guerra mundial, foi tudo relacionado com Deus, a palavra de Deus.
A palavra de Deus ainda aplicada na nossa sociedade, morrem mulheres às mãos de homens que acreditam na palavra de Deus.
Eu devo ir para o inferno, porque vós conto a verdade