O termo “Padre” significa Pai e era atribuído ao bispo nos primeiros séculos da Igreja. O bispo tinha, por direito, a tarefa de ensinar: eram professores, mestres, enfim eram aqueles que transmitiam a doutrina. Se chamavam também padres aos ascetas do deserto, eremitas do Oriente, que buscavam Deus no isolamento e ofereciam conselhos a todos que os procuravam. Muitos deles ficaram conhecidos como Padres do deserto.  No século IV, o termo “padres da igreja” foi utilizado para nomear os pastores e mestres que fizeram parte do Concílio de Niceia, em 325.

A «Instrução sobre o Estudo dos Padres da Igreja na Formação Sacerdotal» (IEP), publicada em Roma pela Congregação para a Educação Católica, em 10 de Novembro de 1989, distingue a Patrística da Patrologia, muito embora não deixe de as relacionar intimamente. Assim, no nº 49, lê-se que «a Patrística ocupa-se do pensamento teológico dos Padres» e «a Patrologia tem por objeto a vida e os escritos dos mesmos». Deste modo, enquanto a primeira possui um carácter doutrinal e, portanto, teológico, a segunda move-se mais no contexto da indagação histórica e da informação bibliográfica e literária. O termo «Patrologia» passou então a expressar, sobretudo, o estudo histórico e literário (vida e obra) dos escritores cristãos antigos, tratando-se assim de uma disciplina de carácter eminentemente histórico.

Dentre os Padres da Igreja distinguiram-se alguns pela sua ciência, ortodoxia e santidade, a eles foi dado o título de Doutores da Igreja:

No Oriente: Atanásio de Alexandria, Basílio, João Crisóstomo, Cirilo de Jerusalém, Cirilo de Alexandria e João Damasceno.  No Ocidente: Ambrósio de Milão, Jerónimo, Agostinho, Pedro Crisólogo, Leão Magno, Gregório Magno e Isidoro de Sevilha.

É importante saber que os Padres da Igreja se dividiam em Padres gregos, Padres latinos e Padres orientais (siríacos, armênios, coptas e etíopes) e que são agrupados segundo a língua em que escreveram.  São também agrupados conforme o período da Igreja, a origem geográfica, a pertença a uma escola teológica ou até mesmo às características da sua mensagem.

Os Padres Apostólicos: São aqueles que ainda estavam próximos do tempo dos Apóstolos e a sua fé é ainda eco das palavras das testemunhas do Evangelho.

Os Padres Apologistas: São aqueles que assumem no século II a defesa da religião diante do Império Romano, dos pagãose dos judeus.

Os Padres Alexandrinos: São da “Escola de Alexandria” – uma vez determinado o sentido literal dos textos bíblicos, eles se aplicavam a estudar o sentido simbólico através dos pormenores do texto.

Os Padres Antioquenos: São da “Escola de Antioquia”, estes eram muito atentos aos contexto, revelam um sentido crítico desenvolvido e tendo a preocupação do rigor, restringiam o âmbito dos símbolos.

Os Padres Capadócios: Contribuíram muito para a doutrina trinitária e no séc. IV iluminaram a província da Capadócia

Quanto à língua das suas obras, a primeira usada foi o grego e a partir só séc. II e início do III a língua usada passou a ser o latim.

Vemos também que os Padres do Oriente, que eram na sua maioria gregos também escreviam em siríaco, armênio e copta. Já os padres ocidentais todos escreveram em latim.

No próximo texto estudaremos a divisão histórica e temporal dos Padres da Igreja e conheceremos alguns destes Santos homens.

 

 

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