Descubra a sua identidade

No coluna “A Bíblia foi escrita pra você” da Revista Canção Nova de Março, padre Fabricio Andrade fala sobre o valor de descobrir nossa própria identidade.

A pergunta Que dizes de ti mesmo? nos leva a uma profunda reflexão a exemplo de João Batista.
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O contato com a Palavra de Deus nos ajuda a reconhecermos cada vez mais a nossa verdadeira identidade. Na Palavra que está no Evangelho de São João 1,19-28, podemos meditar um pouco, nos colocar no lugar de João Batista e escutar o que Deus tem a nos dizer!

" Pense um pouco e responda para si mesmo esta pergunta: "Que dizes de ti mesmo?"

” Pense um pouco e responda para si mesmo esta pergunta: “Que dizes de ti mesmo?”

João está sendo pressionado a dizer quem ele é, por três vezes, nesse trecho, ele é interrogado. Ele começa respondendo aquilo que ele não é. Nós também podemos saber e deixar claro para todos aquilo que não somos, mas isso não basta para nos fazer conhecidos.

Então, uma quarta pergunta é feita a João: “Que dizes de ti mesmo?”, aqui a pergunta é muito direta e exige dele uma resposta clara e objetiva; então ele diz: “Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘endireitai o caminho para o Senhor’”. São João fala da sua identidade a partir de sua relação com Jesus Cristo. Ele é o precursor, aquele que vem na frente de Jesus para preparar o caminho do Senhor, chamando o povo à conversão. Em nenhum momento João se deixa confundir com o Messias, ele sabe quem é e quem ele não é.

Muitas das confusões e problemas que temos nos relacionamentos dentro de casa, no trabalho e em uma paróquia vêm da confusão de várias pessoas que convivem e desempenham diferentes funções, entretanto, na maioria das vezes, elas não sabem definir quem são na verdade. Acabam exigindo que os outros lhes apresentem sua própria identidade por intermédio de elogios, críticas e comparações. Isso gera mal-entendidos e muita competição.

“A nossa liberdade termina onde começa a do outro”.

Quando não sabemos dizer quem nós somos, buscamos essa identidade nas coisas e nas pessoas, nos títulos e cargos. Sem falar nas inúmeras vezes em que acabamos nos machucando com as inevitáveis comparações com os outros, o que sempre gera complexos de inferioridade.

João Batista tinha clareza de quem ele era, iluminado pela identidade de Jesus Cristo, o Messias. Ele logo depois vai dizer num outro momento: “É necessário que Ele cresça, e eu diminua” (Jo 3,30). João não sai perdendo por dar lugar a Jesus, apenas ocupa somente o seu lugar e sua identidade.

São inúmeros os exemplos que podemos dar de competição e verdadeiras disputas entre pessoas, para se imporem e vencerem umas às outras; entre um casal, entre amigos, colegas de trabalho. Os transtornos nos relacionamentos quase sempre têm origem na ignorância que trazemos a respeito de nossa verdadeira identidade e do determinado lugar que devemos ocupar. Brigas entre sogras e noras, pais e filhos, esposos e esposas poderiam ser superadas se cada um fosse conhecedor de quem realmente é e respeitasse os limites existentes entre essas relações.

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Todos conhecemos aquela frase popular que diz: “A nossa liberdade termina onde começa a do outro”, entretanto, não colocamos isso em prática, porque, muitas vezes, apesar do tempo vivido, não fomos crescendo no conhecimento e na posse madura de quem somos realmente.

Assim como João, eu e você somos o tempo todo pressionados pelo mundo e pelas pessoas a dizermos, com nossa vida, quem somos e quem não somos. À luz de Cristo podemos reconhecer nossa identidade e saber dizer aos outros e a nós mesmos quem somos nós.

Pense um pouco e responda para si mesmo esta pergunta: “Que dizes de ti mesmo?”

Padre Fabrício Andrade
Missionário da Comunidade Canção Nova

Artigo publicado originalmente na Revista Canção Nova de Março de 2012.

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