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Que música devo ouvir?

O que a música que você ouve causa em seu interior?

Hoje vou falar sobre algo delicado que, há muitos anos, é causa de muita polêmica nas reuniões dos ministérios de música: Que tipo de música devemos ouvir?

Para ter uma resposta mais adequada sobre isso é preciso entender que a música exerce um “poder” sobre quem a escuta. Isso é de fácil identificação para nós músicos, pois, quando estamos tocando ou cantando, podemos sentir alterações em nossos sentimentos ao executarmos determinados acordes. Um exemplo básico disso: Um acorde menor é facilmente relacionado a expressões mais tristes, como na Semana Santa a canção da Via-Sacra: “A morrer crucificado, meu Jesus é condenado”. É uma canção que expressa grande tristeza e basicamente tocada em tom menor. Já a tonalidade maior expressa mais alegria, claro que não só alegria, mas como disse acima, estou exemplificando de forma básica. Um acorde com 7º em determinadas aplicações revela algo indeterminado esperando uma resolução que basicamente seria a tônica maior da harmonia.

Esses exemplos são sentidos por todos os músicos que, de fato, ouvem e apreciam a música, mas indo além, uma matéria, em um site de notícias na internet, afirma que cientistas revelam que a música pop teve grande influência entre competidores de uma meia maratona no Reino Unido, aumentando a performance destes na corrida. A música tem poder de criar “tribos”, de fazer com mudemos o estilo de cabelo, que usemos roupas nada convencionais, até mesmo de estimular o uso de drogas, entre outros. Por outro lado, também tem o poder de incentivar e aumentar a fé. Entre nós músicos católicos costumamos dizer que a música é 70% do grupo de oração devido ao grande poder que ela tem de preparar o ambiente para a oração, pregação da Palavra, adoração, e assim por diante. Daí a importância da música ungida.

Bom, sabendo desses poucos fatores, o que ouvir? Com o que alimentar meus ouvidos, ego, ser, inteligência? Existem os defensores de que devemos ouvir o que tocamos, existem os defensores de que devemos ouvir somente músicas cristãs.

Monsenhor Jonas Abib diz que devemos deixar de lado as músicas mundanas e buscar no Espírito Santo de Deus inspiração. As músicas denominadas “raiz” e instrumentais podem ser ouvidas, desde que sejam bem escolhidas. O poder que você tem de fazer escolhas e a graça que o Espírito Santo lhe dá por meio da oração individual e sua espiritualidade serão o termômetro para aquilo que você ouve.

Mas está “na cara” que não dá para ter, em sua coleção musical, CDs e DVDs que levem ao sexo, à violência, ao uso de drogas, à pornografia, à infidelidade, etc., coisas que vão contra a sua fé. Portanto, 50% das músicas executadas hoje por grandes artistas já devem ser eliminadas da coleção musical do músico cristão. Existem por outro lado, músicas boas, que falam de boas coisas e trazem boas influências, sem falar de Deus diretamente. Assim como há músicas que falam de amor sem expressar um amor barato, para satisfação pessoal. Posso até afirmar como o saudoso padre Léo: “Tem gente que fez a música falando de amor a uma mulher, mas, na realidade, buscava o amor de Deus sem saber”.

Então você vai me perguntar: “E aí, André? Essas músicas posso ouvir?” Eu lhe respondo com outra pergunta: O que essa música causa em você? Causa melancolia, o faz relembrar o passado, o beijo que lembra o abraço, que lembra… Ela o faz lembrar-se do passado triste e amargo, da humilhação vivida? O que ela causa em você? A nossa boca fala e canta e nosso ser expressa do que está cheio nosso coração. Se ouço o dia todo músicas que me levam ao pecado, nem que seja em frases escondidas, fatalmente eu cairei naquele pecado mais cedo ou mais tarde. O que ouço passa a ser influência sobre o que toco e canto. Então se ouço boas coisas, tocarei e cantarei boas coisas.

Não posso dizer para você que ouça ou não ouça determinado cantor ou banda, mas posso lhe perguntar: O que você escuta tem ido ao encontro da fé que você professa, dos jovens que você quer salvar e do povo que você quer evangelizar?

Reze, busque Jesus em adoração, talvez seja o momento de fazer uma grande mudança de influências musicais.

Deus o abençoe! Eu continuo lutando!
André W. Florencio
Missionário da Comunidade Canção Nova


A postura do músico na Santa Missa

Há algum tempo, recebi uma mensagem pelo Twitter de um amigo, que dizia: “Já toquei em todos os palcos que eu gostaria, mas nada é como tocar na Missa”. Fiquei feliz em ler isso, principalmente porque veio de um grande amigo. Refleti sobre essa frase e resolvi escrever sobre o assunto. Para isso precisamos entender um pouco o que é a Santa Missa.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), n. 1323, Santa Missa é: “O nosso Salvador Instituiu na Última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício Eucarístico do seu Corpo e Sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar, o Sacrifício da Cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura”. E continua: ” […] ela é a renovação do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pagou pelos nossos pecados na cruz. Tal Sacrifício se torna presente na Santa Missa no momento em que o pão e vinho se tornam verdadeiramente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor. (CIC, 1373-1381). O Santo Sacrifício da Missa é incruento (ou seja, sem sofrimento nem derramamento de sangue), pois não se repete, ou seja, é o mesmo e único Sacrifício do Calvário, porém, torna-se verdadeiramente presente na Santa Missa para que possamos receber os seus frutos e nos alimentar da Carne e do Sangue de Nosso Senhor. Por isso o Sagrado Magistério nos ensina que “o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício” (CIC, 1367).
Olhando para a seriedade da Celebração Eucarística, reviver o sacrifício de Cristo, que é a nossa redenção, não é qualquer coisa, nem deve ser vivido de qualquer maneira, por isso nós como músicos não podemos tocar na Missa de qualquer jeito. Quando nos preparamos para um show, existe ensaio, as músicas são quase que perfeitas na sua execução, e quando vamos tocar na Santa Missa, geralmente trazemos em nós o erro de dizer: “É só uma Missa”, ou pior ainda: “Deus aceita”. De fato, Deus aceita mesmo, não despreza nada que façamos para Ele. Mas sabendo que a Eucaristia é de suma importância na nossa fé e vivência cristã, por que também não fazemos da música da Santa Missa a mais bela de todas ou de todos os shows que já fizemos.

A música tem íntima ligação com a liturgia, dela depende e a ela serve. Tomando por base essa frase, percebemos que não estamos simplesmente tocando na Santa Missa, mas estamos prestando um serviço a Deus e à sagrada liturgia. Para isso é preciso ter a postura e a dedicação necessárias.

De forma simples, quero comentar sobre isso. A Santa Missa não é um show, mas devemos prepará-la, pensar nela. Devemos nos dedicar à escolha dos cantos litúrgicos respeitando o que a liturgia nos pede no dia. Por mais que tenhamos [músicos] posição de destaque na Celebração Eucarística, não estamos lá simplesmente para exibir nosso talento, chamando a atenção para nós. A música bem executada sempre chama a atenção, é natural querermos saber quem está tocando, cantando, entre outros, mas nossa postura deve ser a postura de quem está ali a serviço.

É preciso levar o povo a cantar; a função do animador aqui é essencial, mas também é importante observar o que se vai cantar. Músicas de difícil assimilação devem ser ensaiadas antes da Santa Missa, ou recorrer ao auxílio da letra (folhetos, projeções, etc.).

É preciso respeitar, na Santa Missa, o tempo litúrgico, as orações e tudo o mais. Nada na Santa Celebração é por acaso ou foi colocado ali por mera vontade de alguém. É importante estar em sintonia com o sacerdote que vai presidi-la.

Quero dizer com tudo isso: atenção nas escolhas das músicas. É interessante observarmos três pontos:

– Dedicação e postura do músico, a música executada com perfeição.
– Observação das diretrizes da Igreja sobre a música na liturgia.
– Unção na execução da música, que se dá pela vida de oração do músico.

Se, ao tocarmos na Celebração Eucarística, observarmos essas três dicas, vamos nos harmonizar com a celebração litúrgica, dando-lhe o devido respeito que merece.

Ser “músico de Missa” é algo extraordinário, é chamado de Deus, preste atenção no seu ministério!
Continuo na luta, acreditando sempre que posso ser melhor em Deus.

Postado por Andre W. Florencio – Missionário da Comuniadde Canção Nova


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