Amor e Misericórdia
Era 12 de fevereiro de 1937, do lado de fora: o frio do inverno; dentro do coração: o calor do amor de Deus que “trespassa totalmente como um raio de sol”. Era um momento singular, místico, de profundíssimo conhecimento de Deus. As palavras não são capazes de expressar o que a alma experimenta.
É neste contexto de um amor entre Deus e Santa Faustina que ela escreveu os louvores a Divina Misericórdia, Diário 949, iniciando com esta afirmação: “O Amor de Deus é a flor – a Misericórdia é o fruto”.
“Deus é amor” (1Jo 4,8) e não só amoroso, mas é o próprio amor; assim como não é só Misericordioso, mas é Misericórdia. É a natureza de Deus. No livro de Ewa Czaczkowska, trazendo a explicação do padre Rozycki, ela afirma que na concepção bíblica, a misericórdia, embora seja denominada atributo, significa as manifestações ativas do amor de Deus para com o homem.
Façamos uma comparação muito simples: diante de um pé de laranja no tempo da florada, que beleza, que cheiro delicioso! Mas o que sacia não é o cheiro nem a beleza, e sim o fruto! É quando a flor chega no ápice da sua existência e cai que começa a surgir o fruto. “O amor de Deus é a flor – a Misericórdia é o fruto” — o que se come, o que se degusta é a Misericórdia.
Essa mesma autora afirma: “A palavra “misericórdia” nas revelações de Santa Faustina equivale a amor, compaixão, bondade e significa também o próprio Jesus. Amor e Misericórdia são Deus, portanto, Deus é amor e misericórdia. E que seja não só uma definição, mas uma experiência real.
O que o homem tenta expressar com palavras, Santa Faustina não só tentou dizer e, segundo ela, não conseguia, como fez uma experiência mística. E o que eu desejo ao caro leitor, é que venha a sentir também este fruto delicioso, este maior atributo: Amor e Misericórdia.