«Contemplar a Cristo com os olhos de Maria»?
–Chiara Lubich: Nenhuma criatura conhecida jamais conhecerá Jesus como Maria porque é imaculada, porque é sua Mãe, porque é Evangelho vivido e, portanto, outro Jesus. Para vê-lo, conhecê-lo e contemplá-lo através dos olhos Dela será necessário tratar –na medida do possível– de imitá-la em seu contínuo «sim» à vontade de Deus, e com isso, de certo modo, fazê-la reviver em nós.
–Qual é o valor de Maria, do Rosário e da oração no mundo de hoje?
–Chiara Lubich: Maria e a oração têm hoje um enorme valor. Com a presença de um novo terrorismo tão terrível como o atual, efeito, como muitos sugerem, talvez de um Mal com o «M» maiúsculo, não são suficientes os meios comuns para combatê-lo, mas é preciso recorrer ao Bem com «B» maiúsculo, ou seja, a Deus e àquele que com Ele se relaciona. Daí a importância da oração, como se fez em Assis (em 24 de janeiro de 2002), e portanto, também do Rosário.
Neste mundo tão dividido entre países ricos e países pobres, que é a causa mais profunda do terrorismo, somos chamados a comprometer-nos como nunca a suscitar a solidariedade, a partilha, a fraternidade, para fazer, cada vez mais, da humanidade uma família, ninguém melhor que Maria, porque é Mãe universal, poderá nos dar uma mão.
–O que responder a quem não crê na oração e em sua eficácia nos fatos da vida?
–Chiara Lubich: Quando alguém não crê na oração, no geral tem pouca fé em Deus. Portanto é necessário ajudá-lo a reavivá-la. E aqui há muitas possibilidades à disposição. Entre elas é muito eficaz o testemunho que nós, os cristãos, damos quando nos amamos reciprocamente. De fato, à unidade no amor está prometida a conversão do mundo. Disse Jesus: «Que sejam um para que o mundo creia» (Cf. João 17, 21).