O cristianismo é uma pratica de amor, que compromete e satisfaz todos os nossos sentidos: “Isto que nós ouvimos, isto que nós vemos com os nossos olhos, isto que nós contemplamos e isto que as nossas mãos tocaram… nós o anunciamos também a vós, porque também vós estais em comunhão conosco” (1Jo 1,1.3).

É vontade de Deus que todos os homens pratiquem este amor. O homem que assume esta mentalidade e se exercita na linguagem espiritual do amor vê, em modo claro, como a fé volta à vida, como os carismas ressurgem, como muda o modo de ler a realidade e de afrontá-la. Eis que os projetos apostólicos começam a pegar forma e cada decisão de vida é como uma planta as quais as raízes são bem enterradas e não cessam de irrigar as fraquezas vitais.

Italo Calvino escreveu um dia: “O amor conhece só os confins que o entregamos”.

Gostaria de aplicar esta frase ao amor de Deus: é infinito, mas quantas limitações lhe dão! Nós fomos amados desmedidamente, como recorda João Baptista (cf Jo 3,34), depois que a efusão do Espírito Santo abrangeu cada confim, cada reserva ou limite à imersão neste amor.

Contudo, nós continuamos, sem cansar-nos a elevar estancada, assim como Jesus – o objeto do nosso desejo – antes que aproximar-se a distancia. Precisamos arrancar cada obstáculo a este amor do Senhor, para que flua como uma corrente de graça. São João da Cruz dizia: “A alma que não caminha no amor comete dois grande pecados: aborrece a si mesmo e aborrece os outros”.

Quanta gente interrompe e abandona o caminho de fé, porque perde a admiração pelo amor de Deus e parece cair do aborrecimento. “Os mesmos cantos, as mesmas orações, as mesmas pessoas, os mesmos encontros”: mas Cristo não é nunca o mesmo e nunca deixa de amar!

Como se pode cansar do amor de Deus, quando – na melhor das hipóteses – se é iniciado a perceber os primeiros, frágeis pedaços? Poderia um atleta cansar-se de vencer ainda antes de ter iniciado a sua carreira agonística? Ou uma mãe dizer-se cansada de amar o próprio filho quando é apenas nascido?

O coração de Deus, por ser um e indiviso, bate ao uníssono com a multidão de corações dos homens que estão sobre a terra e para cada um deles é capaz de dar curso a uma inexaurível fantasia da caridade! Ajuda aqui recorrer a alguns eficazes comentários sobre o amor de Deus de dois grandes amantes do Senhor: João Paulo II e Bento XVI.

“Faz-se experiência viva da promessa de Cristo: Quem me ama será amado por meu Pai e também eu o amarei e me manifestarei a ele (Jo 14,21). Se trata de uma caminho inteiramente sustentado na graça, que pede todavia um forte compromisso espiritual e conhece também dolorosas purificações (a noite escura), mas prepara em diversas formas, a indicada alegria vivida pelos místicos como união esponsal” (João Paulo II, Carta Apostólica Novo millennio ineunte, n.33).

“O Senhor por primeiro nos amou e continua a amar-nos por primeiro; por isto também nós podemos responder com o amor. Deus não no ordena um sentimento que não podemos suscitar em nós mesmos. Ele nos ama, nos faz ver e experimentar o seu amor e, deste primeiro de Deus, pode como resposta embotar o amor também em nós. Na transformação deste encontro se revela com clareza que o amor não é somente um sentimento. Os sentimentos vão e vêem. O sentimento pode ser uma maravilhosa faísca inicial, mas não é a totalidade do amor… O encontro com as manifestações visíveis do amor de Deus pode suscitar em nós o sentimento da alegria, que nasce da experiência de ser amados” (Bento XVI, Deus caritas est, n.17).

Andre Frossard, um convertido, ofuscado com o amor de Deus, escreve no seu livro-testemunho Deus existe, eu o encontrei: “O cristianismo é uma historia de amor”. Uma grande verdade esta, que deve bem aplicar-se à nossa vida. Cada paróquia, cada família cada movimento: é a narração de uma historia de amor.

A bem ver, uma historia já escrita por Deus, como um compendio que se presta, depois às interpretações diversas de cada um de nós co-protagonistas. De certo, Deus interpretará fidelissimamente o seu papel; quanto a nós… não tenho duvida que improvisaremos muito e freqüente segundo as espera de Deus.

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