1 – Sexualidade e Relações Humanas
A constituição morfológica e fisiológica do nosso corpo está talhada para uma interação sexual. Podemos dizer a mesma coisa da nossa vida psíquica. A sexualidade é um instinto vital que marca os indivíduos até ao nível genético. Somos portadores de cromossomas sexuais. Somos seres sexualmente entretecidos, tanto a nível biológico como psíquico. Estamos talhados para a relação, para o face a face amoroso. Ninguém vê diretamente o seu próprio rosto. Apenas vemos de modo direto o rosto dos outros.
Devido à presença envolvente da sexualidade, as nossas relações são todas sexuadas. Não devemos confundir este termo com relações sexuais ou genitais. Dizer que as nossas relações são sexuadas significa que é como seres sexuados que nos relacionamos com os outros. A sexualidade confere às nossas relações o caráter da diferença. Isto a todos os níveis: relações sociais, profissionais, desportivas, culturais ou as relações entre pais e filhos. Diferença, aqui, não quer dizer melhor ou pior. Significa que reagimos de modo diferente consoante nos relacionemos com pessoas da nossa condição sexual ou de condição sexual diferente.
É importante termos consciência deste fato, a fim de vivermos as nossas relações de modo consciente e sem tabus ou sentimentos de culpa. Foi Deus que nos quis assim. Devemos aceitar esse fato e orientar a nossa afetividade no sentido do amor e da comunhão fraterna. De fato, a nível humano, a sexualidade atinge a sua perfeição no amor. Relações sexuais sem amor reduzem o outro a mero objeto de prazer. Procriar sem amor é pecado.
2 – Significado de uma opção celibatária
Nascemos para renascer. A pessoa humana não nasce acabada. Somos chamados a realizarmo-nos a partir de um leque de possibilidades que recebemos. Começamos por ser o que os outros fizeram de nós: Os evangelhos dizem que uns recebem cinco talentos, outros três, dois, ou um. Ninguém é culpado por ter recebido um. Também ninguém é herói por ter recebido cinco (Mt 25, 14-30; Lc 19, 12-27).
O importante é o modo como nos realizamos com os talentos que recebemos dos demais. A pessoa não é igual aos talentos que recebeu, mas sim aos que realiza. O homem realiza-se, realizando; faz-se, fazendo. Por isso somos julgados por termos, ou não feito render os talentos. Uma pessoa é fecunda na medida em que gera vida humana. Não é o número de filhos que torna uma vida fecunda, mas a densidade de amor com que esses filhos foram acolhidos e preparados para a vida. Isto só pode acontecer através de uma história de amor, o que é muito mais que o mero ato de procriar. A fecundidade de uma pessoa mede-se, portanto, em termos de humanização. Uma vida será tanto mais fecunda quanto mais for agente de humanização para si e para os outros.
Quantas crianças procriadas sem amor! Muitas destas, porém, foram acolhidas e bem amadas. Hoje são homens e mulheres felizes e realizados. Os pais humanos destas pessoas são os que as acolheram e amaram, possibilitando-as para uma vida feliz. De fato, ninguém é capaz de amar antes de ser amado. O mal amado ama mal, isto é, com condicionamentos e bloqueios. É vítima, não culpado. De qualquer modo recebeu condicionamentos que limitam a sua realização. Em termos evangélicos, o pior mal que pode acontecer a uma pessoa é ser estéril, isto é, não dar frutos de humanização. É cupavelmente estéril a pessoa que se recusa a amar. É a figueira estéril que não tomar parte no pomar da vida (Mt 21, 19-20; Mc 11, 13-20; Lc 13, 6-7).
A virgindade ou celibato por amor do Evangelho é um dom que Deus concede a algumas pessoas. Deus não pede uma opção deste tipo a todos os crentes. A pessoa que faz esta opção deve sentir que está a escolher o melhor para si. Ao agir assim, a pessoa sente que esta é a maneira de ter uma vida mais fecunda.
O celibatário sabe que fez a melhor escolha para si, mas não pretende impô-la aos outros. Os carismas são diferentes e acontecem segundo a originalidade de cada pessoa. Não somos seres feitos em série. Cada pessoa é única, original e irrepetível. Uma pessoa a quem tenha sido dado o dom de se consagrar à causa do Evangelho de modo celibatário será menos fecunda se optar doutro modo.
Não está a ser plenamente fiel aos seus talentos. Mas seria completamente errado pensar que a opção pelo celibato, só por si, é superior à opção pelo matrimônio. Neste aspecto, a pessoa deve optar segundo sente ser o melhor para si. Será este o modo de ter uma vida mais fecunda e, portanto, atingir uma realização mais plena e ser mediação de realização para os outros. A parábola das virgens insensatas diz que estas não entraram no Reino de Deus (Mt 25, 1-13). Na Igreja há uma grande diversidade de dons ou carismas. Aquilo que é a melhor opção para uma pessoa pode não o ser para outra.
O celibatário que opta assim para se consagrar ao Reino de Deus não é um desenraizado em termos familiares. Ele deve empenhar-se seriamente na edificação da Família de Deus, sabendo que esta não assenta nos laços da carne e do sangue, mas sim nos laços do Espírito Santo: “Todos os que são movidos pelo espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão, mas o Espírito de adoção graças ao qual chamais “Abba”, papá. Se sois filhos sois igualmente herdeiros. Herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rm 8, 14-16).
Se o celibato é vivido em função do Reino de Deus, a sua vida será muito fecunda em termos de edificar família. A fecundidade espiritual, na história, é muito mais duradoira que a fecundidade procriadora: Cristo, São Bento, Santa Clara, São Francisco, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros fundadores de famílias espirituais cuja fecundidade se prolonga pelos séculos fora. Estas pessoas, apesar de não terem procriado, deixaram na história uma multidão de filhos e filhas que prolongam a sua obra pelos séculos fora.
A opção celibatária adquire um sentido muito especial na consagração religiosa. O religioso está chamado a viver em comunidade. A construção da comunidade é a edificação da família de Deus, a qual não assenta na carne e no sangue, mas no Espírito Santo: “Mas aos que receberam Cristo, aos que crêem nele, deu-lhes o poder se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram dos laços do sangue ou do impulso da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (Jo 1, 12-13).
Deus é a primeira realidade familiar. Ainda antes de existir o Universo já existia uma comunhão familiar de três pessoas. Esta é a nossa vocação fundamental: ser membros da família de Deus (Ga 4, 4-7). Para pertencermos à Família de Deus temos de nascer de novo mediante o Espírito Santo, diz o evangelho de João (Jo 3, 6). Vista nesta óptica, a vocação religiosa completa a linguagem sacramental do matrimônio. As pessoas que casam estão chamadas a edificar uma família humana cuja plenitude acontecerá na incorporação do Reino de Deus que é a Família Divina.
A vida religiosa proclama que a família de Deus assenta não nos vínculos da carne e do sangue, mas nos laços do Espírito Santo: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8, 21). A esta luz torna-se claro que a paternidade e a maternidade humana são mediações da paternidade e maternidade divina.
No Céu já não existem laços de sangue. Na plenitude da ressurreição os seres humanos são totalmente pneumáticos, isto é, “como os anjos de Deus” (Lc 21, 34-36). Na medida em que as famílias se abram à ação do Espírito Santo começarão a abrir-se à comunhão para lá dos laços do sangue. O Espírito Santo abre o nosso coração à fraternidade, condição para sermos filhos do Pai do Céu. Do mesmo modo, Na medida em que as comunidades religiosas se abram ao Espírito Santo, tenderão a constituir-se cada vez mais como famílias que cujos vínculos assentam nos laços do Espírito Santo.
Padre Anderson. Sua benção…
Ao ler este artigo que escrevera fiquei bem tocada pelas suas palavras. É conteúdo sólido e de caráter verdadeiro.
Na medida que lia, ia desejando no meu coração fazer sempre e em tudo a vontade de Deus, pois foi para isso que disse o meu sim a Ele. Para fazer parte da família de Jesus Cristo.
Obrigada. Um abraço
Sua irmã. Rosane CN.
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