Caríssimos irmãos e irmãs, depois de quarenta dias do Natal, nos encontramos aqui para esta solenidade que particularmente envolve três realidades da vida dos cristãos: Apresentação do Senhor ao tempo e ao mundo, a antiga festa das luzes, ou melhor da Luz, e a festa da Vida Consagrada.
Três realidades que se relacionam muito bem entre elas. O Cristo é apresentado hoje ao mundo como luz das nações através a continuidade da sua passagem no mundo pelo testemunho fervoroso e vivo dos religiosos consagrados ao Senhor.
Estas três festas em um único dia nos é explicado na pessoa de Simeão.
Simeão, piedoso e justo, como diz o Evangelho, esperava a consolação do povo de Israel. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação divina de que não morreria sem ver o Cristo Senhor (Lc 2, 25.26).
Poderíamos perguntar em que se beneficiou ele por ter visto a Cristo. Fora-lhe prometido somente vê-lo, sem que esta visão lhe trouxesse algo de salutar, ou esta promessa esconderia um presente digno de Deus, que Simeão mereceu receber?
Certa mulher foi curada por ter apenas tocado a franja da veste de Jesus! Se ela se beneficiou de tal favor, que pensar de Simeão, que recebeu o menino nos braços? Feliz de tê-lo nos braços, alegrava-se ao pensar que sustentava o que viera libertar os cativos, e também a ele dos laços de seu corpo. Sabia que ninguém pode libertar um outro da prisão do corpo com a esperança da vida futura, a não ser aquele que tinha em seus braços. Por isso ele diz: Agora, Senhor, deixa teu servo ir em paz (Lc 2, 29), pois estava prisioneiro e não podia libertar-se de seus laços, enquanto não tinha Cristo em seus braços. Note-se, todavia, que isto é válido não somente para Simeão, mas para todo o gênero humano. Se alguém deixa este mundo e quer conquistar o Reino, tome Jesus nas mãos, envolva-o em seus braços, aperte-o contra o peito e então poderá dirigir-se velozmente para onde deseja!
Considera tudo o que precedeu o momento em que Simeão teve a ventura de carregar o Filho de Deus. Recebeu primeiramente a revelação do Espírito Santo, de que não veria a morte antes de ter visto o Cristo Senhor. Em seguida, não foi por acaso nem totalmente sozinho que entrou no Templo; mas veio impelido pelo Espírito Santo. E todos aqueles que o Espírito Santo anima, são filhos de Deus. É, pois, o Espírito Santo que os leva ao Templo. Se tu também queres ter Jesus, abraçá-lo em teus braços e tornar-te digno de sair da prisão, esforça-te por te deixares conduzir pelo Espírito, para alcançares o templo de Deus. Ora, já te encontras no templo do Senhor Jesus, isto é, na Igreja, seu templo construído de pedras vivas.
Se vens impelido pelo Espírito, encontrarás o Menino Jesus, tomá-lo-ás em teus braços, e dirás: Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixa teu servo ir em paz. Observa, de passagem, que a libertação e o ponto de partida acompanham-se da paz. E quem morre em paz, senão aquele que tem a paz de Deus que ultrapassa toda compreensão e guarda o coração de quem a possui? Quem é que se retira em paz deste mundo, senão aquele que compreende que Deus veio, em Cristo, reconciliar-se com o mundo?
Comunidade Canção Nova, eis aqui a nossa missão. Não foi por acaso que exatamente num dia tão simbólico para o cristianismo a 34 anos atras os nossos primeiros irmãos faziam o sonho de Deus se realizar em uma pequena cidade do interior do estado de São Paulo.
Olhando para a história da Canção Nova os sonhos são outros? Pois muita coisa mudou, cresceu, desenvolveu, apareceu. Não, o sonho de Deus, não mudou. Pelo contrario, ainda não foi totalmente realizado. Por que? Três coisas simples, mas muito empenharias.
1- Nem todos os filhos de Deus ainda não viveram a experiência de Simeão, de ter Jesus, mais do que nos braços, mas inteiramente no coração, aderindo a Ele como Senhor e Salvador.
2- Com isto, nem todos os filhos de Deus tomaram consciência de que em Jesus, são sal da terra e luz do mundo, e por isso, as vezes parece que vivemos em uma constante escuridão.
3- A nossa consagração precisa ser mais que um ato de renovação anual, como estamos fazendo hoje, mas deve se tornar um verdadeiro ato profético consciente para nós e para todos aqueles aos quais somos enviados.
Ao renovar o nosso compromisso, nos lembremos de tantos e tantos Simeão que conscientes ou não esperam ansiosamente a apresentação de Jesus, Luz do mundo pelo testemunho sincero dos consagrados a Deus na Cancao Nova.
Assim seja!

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