Deus é a Beleza por excelência e a Fonte de onde emana a beleza de toda criação. Depois de criar o mundo, ele mesmo chegou a admirar a beleza da sua obra. É o que está escrito no Gênesis: “Deus viu tudo que havia feito, e tudo era muito bom” (Gn1, 13). É importante notar que na Bíblia e, de modo particular no Antigo Testamento, a palavra grega “kalos” significa belo, bom e verdadeiro [1].
O livro da Sabedoria nos mostra e nos ajuda a perceber Deus como Fonte e Autor da beleza, sobretudo na capitulo 13. No versículo 3: “se ficam fascinados com a beleza dessas coisas, a ponto de tomá-las como deuses, reconheçam o quanto está acima delas o Senhor, pois foi o autor da beleza quem as criou”, o autor do livro afirma que o Senhor é Autor da beleza e é ele também quem criou as coisas admiradas. No versículo 5: “Sim, porque a grandeza e a beleza das criaturas fazem, por comparação, contemplar o Autor delas”, o autor do livro compara a beleza das criaturas à beleza do Autor delas. Pela beleza das criaturas, o ser humano pode imaginar como é a beleza do Criador. E podemos perceber também no mesmo versículo 5 que a beleza das criaturas é rastro da beleza de Deus.
O autor do livro da sabedoria fica maravilhado ao contemplar a beleza das coisas do mundo e se pergunta como muitos homens não chegam a reconhecer Deus, que é o Criador e a Fonte da beleza dessas coisas. Ver a beleza das coisas do mundo e não reconhecer o Deus que as criou é ser insensato, segundo o autor.
[1] Sb 13, 1.3-5: “São naturalmente insensatos todos os homens que ignoram a Deus e que, através dos bens visíveis, não chegam a reconhecer aquele que existe. Consideram as obras, mas não reconhecem o seu artífice [….] Se ficam fascinados com a beleza dessas coisas, a ponto de tomá-las como deuses, reconheçam o quanto está acima delas o Senhor, pois foi o autor da beleza quem as criou. Se ficam maravilhados com o poder e atividade dessas coisas, pensem então quanto mais poderoso é Aquele que as formou. Sim, porque a grandeza e a beleza das criaturas fazem, por comparação, contemplar o Autor delas”.