Muitos casais estéreis, ou que se submeteram a esterilização (vasectomia ou ligação de trompas) vêm recorrendo à fecundação artificial para ter filhos.
Nem sempre esses casais sabem das implicações desse procedimento. Há várias modalidades de fecundação artificial:
a) fecundação homóloga – quando as células germinativas (óvulo e espermatozóide) são do próprio casal;
b) fecundação heteróloga – quando um dos gametas (óvulo ou espermatozóide) é de uma outra pessoa que não do esposos. Isso caracteriza o adultério.
c) fecundação extra corpórea – quando a fecundação do óvulo se dá fora do corpo feminino. Também conhecida como fecundação “in vitro” (bebê de proveta)
d) fecundação intracorpórea – quando a união do espermatozóide com o óvulo se dá no corpo da mulher com auxílio técnico (Método conhecido como “Gift”)
A fecundação artificial, considerada um grande avanço científico, tem trazido grandes problemas éticos e morais, além de separar os esposos da relação sexual, da unicidade do ato sexual próprio dos casais e defendido pela Igreja.
Para a fecundação artificial o ovário é estimulado, com hormônio, para produzir muitos óvulos em um ciclo. No caso da fecundação “in vitro” os óvulos são fecundados pelos espermatozóides e, depois, os embriões são colocados no útero da mulher. Acontece que são vários óvulos fecundados (6, 8,10) de uma só vez, isto é, há vários embriões, seres humanos em desenvolvimento. Com fazer então? Duas alternativas se apresentam:
a) considera-se “excedentes” os embriões que não são implantados. Nesse caso ou são simplesmente destruídos (aborto na fase inicial de vida), são congelados (para futura implantação) ou ficam para experiências em laboratórios;
b) são implantados (4, 5 ou 6) e depois de algum tempo pode-se dar um aborto natural, ou quando os embriões já estão crescidos (2 ou 3 meses) se faz a “redução embrionária” ou o chamado “aborto seletivo” ou, ainda, a “seleção embrionária” uma vez que, com tantas crianças em seu útero, a mulher corre risco de vida. O médico, com a ajuda do ultra-som, injeta uma solução salina no corpo (no coração) dos bebês “excedentes” provocando a morte desses bebês. Aqui se apresenta um problema ético e moral: “Quem deve ser morto e quem deve sobreviver?” Bem, isso poderá ficar a critério do médico. Com a mulher ficará apenas o remorso de ter permitido o médico escolher o filho que vai viver. E como ficará o sentimento do irmão sobrevivente, sabendo, mais tarde, que para viver, seu irmão teve de ser sacrificado?
c) um outro aspecto do problema moral e ético diz respeito à possibilidade de manipulações diversas por parte de inescrupulosos especialistas em reprodução humana. Escolha do tipo de olhos, de cor da pele, de tamanho e estrutura física, escolha do sexo etc. E quem pode assegurar que com tanta manipulação o bebê nasça sadio e fisicamente normal? Pesquisas recentes levadas a efeito nos EE. UU. mostraram a decepção e até mesmo a irritação de casais que recorreram a fecundação artificial porque seus filhos morreram pouco tempo depois de nascidos, ou porque apresentaram defeitos físicos e mentais. Alguns estão recorrendo à Justiça contra os médicos que praticaram a fecundação artificial, considerada um insucesso.
A maior parte dos clientes de fecundação artificial é de homens que se submeteram a vasectomia e de mulheres que fizeram a ligação de trompas e se arrependeram. Várias são as causas de arrependimento:
a) ficaram viúvos (as) e tiveram um novo casamento e o cônjuge deseja filhos;
b) porque tiveram um único filho (ou mais ) que morreram e desejam filhos
c) porque mudaram seus planos e agora desejam mais filhos;
d) se submeteram a esterilização, contraíram um novo casamento e cônjuge deseja filhos, etc.
Por desinformação e levados pela propaganda muitos se esterilizaram, inutilizando um órgão sadio que Deus lhe deu. Se lhes propusessem para arrancar um olho são ou uma perna sadia, evidentemente que não aceitariam. A mutilação de um órgão reprodutivo é bem mais grave que inutilizar outra parte do corpo, porque os órgãos reprodutivos são a “fonte da vida”, da preservação da espécie (crescei e multiplicai!). As pessoas que por desinformação foram esterilizadas, desconhecendo as conseqüências de seus atos e não sabendo da proibição da Igreja, não devem ser condenadas. Nesse caso se esterilizaram porque não tiveram consciência da gravidade do que estavam fazendo. Que agora não venham a se submeter À fecundação artificial. Um erro pode levar a outro.
A esterilização tem suas conseqüências: problemas circulatórios, câncer, etc. tem sido associados à esterilização. Toda a fecundação artificial, sem exceções, é condenada pela Igreja, não somente porque resulta da morte de vários embriões, mas porque rompe a unicidade do ato conjugal e tem sérias implicações éticas e morais.
Sobre o “Exame pré-natal”. Esse exame, na maioria das vezes é feito para acompanhar o desenvolvimento fetal, detectar doenças ou anomalias no nascituro. Só é licito esse exame se vier a se tornar um benefício para o bebê.
Muitos dos exames pré-natal, quando se detecta uma anomalia qualquer no bebê, podem corresponder a uma sentença de morte. A criança é abortada alegando-se que é para ela não sofrer. Na realidade, essa é uma atitude egoísta dos pais que não querem ter trabalho ou pretende se desvencilhar de uma criança indesejada.
Há que considerar ainda um problema ético do médico que denuncia aos pais a possível anomalia do filho. Hoje sabemos que a criança não nascida pode ser tratada e até se submeter a cirurgia ainda no útero materno, tornando-se assim um outro cliente do médico. É licito ao médico denunciar a outros (as) um problema de seu cliente? Ainda mais sabendo que pode estar motivando uma sentença de morte? A criança não nascida é um outro cliente do profissional médico e por conseguinte merece a mesma atenção e respeito de um adulto. O problema se torna mais sério quando se sabe que esse diagnóstico pré-natal nem sempre é seguro e pode constituir uma ameaça à vida da criança por nascer. Uma criança normal pode ser condenada à morte por um diagnóstico errado ou falho.
Não devemos ir de encontro à lei natural. Há um adágio que diz: “Deus perdoa sempre, o homem às vezes, mas a natureza nunca”. Toda vez que se contraria a ordem natural se tem a sanção.