Do Coração de Jesus brotam os raios de misericórdia que geram um verdadeiro avivamento.

PALAVRA DE PODER

“Quem crê em mim, do seu interior manarão rios de água viva!” Jo 7,38. Rezar terço bizantino.

LECTIO DIVINA

“Eu, a sabedoria, fiz correr os rios, sou como o curso de água imensa de um rio, como o canal de uma ribeira, e como um aqueduto saindo do paraíso. Eu disse: “Regarei as plantas do meu jardim, darei de beber aos frutos de meu prado”, e eis que meu curso de água tornou=se abundante e meu rio tornou-se um mar”. Eclo 24, 40-43

“…Mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. (…) Olharão para aquele que transpassaram!” Cf. Jo 19,34.37

INTERCESSOR DO DIA


Dom Bosco

Na Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Roma, construída por Dom Bosco, a capela no fundo, à esquerda de quem entra no santuário, encontramos a Imagem do Sagrado Coração. É pequenina, graciosa, muito recolhida e adaptada à oração. Muitas vezes se observam devotos e peregrinos em oração e recolhimento.

Pela grande devoção que tinha Dom Bosco, ele mesmo escreve, depois das revelações de Santa Margarida Alacoque:

Esta devoção foi adaptada por clérigos e leigos com um entusiasmo singular, já que ela correspondia a uma necessidade presente no coração”.

Essa devoção de Dom Bosco é testemunhada, também, pelo P. Barberis (SDB), que escreveu:
“Era admirável a devoção de Dom Bosco ao Sagrado Coração de Jesus. Recomendava-a muito aos seus jovens…”

E demonstrou esse amor e devoção já no fim da sua vida, construindo a Basílica do Sagrado Coração com grandes sacrifícios e humilhações, junto da estação Termini em Roma, em 1887.

Conta-nos a história que, um dia, o Papa Leão XIII reuniu os cardeais e disse-lhes: “Devemos prosseguir os trabalhos da construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, mas não temos condições financeiras e os recursos estão esgotados. Pergunto aos cardeais se têm alguma idéia a sugerir-me sobre isso, pois não podemos interromper tão grandiosa obra”.
Foi então que o cardeal Alimonda, de Turim, disse: “Santo Padre, tenho uma sugestão: confie essa empresa a Dom Bosco e eu asseguro que ele levará avante esse projeto”.
“Mas Dom Bosco aceitará?” – perguntou o Papa. “Eu tenho certeza disso, pois conheço Dom Bosco e sei que um desejo do Papa será uma ordem para ele”. O Papa não perdeu tempo. Dom Bosco estava em Roma e, imediatamente, o Pontífice o chamou e confiou- lhe seu desejo. Dom Bosco voltou a Turim e reuniu o Capítulo da Congregação Salesiana (evento que convoca a todos da Congregação para, guiados pelo Espírito do Senhor, “conhecer, em determinado momento da história, a vontade de Deus para melhor servir à Igreja” – art. 146). O Capítulo foi contra a aceitação de tal incumbência, pois Dom Bosco estava idoso, doente e com acúmulo de compromissos e dívidas. Mas Dom Bosco fora categórico ao expor o pedido do Papa e mostrou-se desejoso de atendê-lo, pois sabia que não lhe iriam faltar recursos. Fez-se nova votação e todos os capitulares votaram a favor.

Assim, no decorrer do ano de 1880 foi reiniciada a construção da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, com muito entusiasmo. Dom Bosco saiu à procura de recursos financeiros, viajando até à França. No dia 14 de junho de 1887, o templo era consagrado na presença de uma multidão de fiéis e muitos cardeais e bispos.

Cultivemos também esse amor ao Sagrado Coração de Jesus.

Digamos sempre: “Sagrado Coração de Jesus, eu confio em Vós”.

MEDITAÇÃO

Portanto, ao contemplar esse Coração pleno de amor e de ternura, somos curados, somos restaurados e afervorados. Trata-se de uma promessa de avivamento espiritual: um grande despertar com frutos abundantes para nós e para todos os que nos rodeiam! Os raios de misericórdia que brotam do Coração Fiel são a expressão visível do Espírito Santo. Esses raios atingem nosso peito, exatamente porque já ofertamos nosso coração ao Senhor Jesus! O Espírito Santo que fecundou o seio da Virgem Maria gerou nela o Coração de Jesus que pulsou pela Primeira Vez. É esse mesmo Espírito que vindo a nós através da chaga do Fiel Coração – fará em nós o Grande Transplante. Plantará em nosso peito o Coração Fiel de Nosso Senhor. Vinde Espírito Santo! Vinde operar em nós! Vinde com seu Poder e Unção! Vinde realizar em mim a Vontade do Altíssimo!

PC 17,n.3

ORAÇÃO

Vinde Espírito Santo! Ajudai-me a aprender do Coração de Jesus, as virtudes e sentimentos que farão de mim: Templo amável de vossa presença. Dá-me a sensibilidade necessária para jamais ofender o Coração de Jesus, e assim caminhar cheio e conduzido pelo teu Espírito.

Amém!

PROMESSA DE JESUS

“As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”.

“Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”.


AÇÃO CONCRETA

Hoje faça o esforço de fazer bem feito as coisas mais simples.

Continuamos agora nossa preparação para a festa do Sagrado Coração de Jesus! Hoje pedimos essa graç/virtude tão própria do Coração de Jesus: Ele é nosso AMIGO FIEL. Por isso, pedimos a Ele que sejamos também nós, amigos de verdade.


O Coração de Jesus é o ‘amigo fiel’ da nossa alma! Quem sabe cultivar boas amizades, aprende essa virtude do Coração de Jesus.

PALAVRA DE PODER

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos!” (Jo 15,13). Rezar terço bizantino.

LECTIO DIVINA

“Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo. Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante!” (Eclo 6, 14-17)

INTERCESSOR DO DIA

Beato João Paulo II

No começo, senti uma grande simpatia e, graças a Deus, sem mérito meu, o cardeal de então me ofereceu desde o início a sua amizade. Sou agradecido por esta confiança que me foi dada, sem os meus méritos. Sobretudo observando-o rezar, eu vi e não apenas entendi, vi que era um homem de Deus. Esta era a impressão fundamental: um homem que vive com Deus, aliás, em Deus. Posteriormente me impressionou a sua cordialidade, sem prejuízos, que dirigiu à minha pessoa. Sem grandes palavras, era assim que nascia uma amizade que vinha do coração mesmo, e logo após a sua eleição, o Papa me chamou diversas vezes a Roma para conversas e finalmente me nomeou Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. (Bento XVI)

MEDITAÇÃO

O Senhor quer nos renovar, especialmente ensinando-nos a viver o amor até às últimas conseqüências. Toda vez que permitimos que nosso coração fique dividido ou que tenhamos reservas uns com os outros, o Espírito Santo não consegue nos transformar verdadeiramente. “A unidade pertence à essência da Igreja! E’ o Espírito Santo que nos conduz ao próprio coração de Deus!”(Bento XVI, Sydney 2008). […]

Vivendo nossa vocação, inevitavelmente experimentaremos momentos de luz e momentos de trevas. Não somos melhores do que os outros… também os santos viveram isso. “Deixai que os seus dons (do Esp. Santo) vos plasmem! Como a Igreja realiza a mesma viagem com a humanidade inteira, assim também vos sois chamados a exercitar os dons do Espírito entre os altos e baixos da vida cotidiana!”. (idem) Quem se encontra no ‘ alto’ da vida, siga em frente, seja maduro e anime os outros! Quem se encontra no ‘ baixo’, não desanime nem se renda à tentação de pensar que nunca vai sair disso e deixe-se ajudar pelos irmãos!

PC1,n.4

ORAÇÃO

A ti, Senhor, apaixonado pela vida, amigo do homem, elevo a minha oração.

Pelo amigo que tu me fizeste encontrar no caminho do mundo. Alguém como eu, mas não igual a mim.

Faça que a nossa amizade seja a de dois seres que se completem com os teus dons, que compartilhem as tuas riquezas, que se falem com a linguagem que tu puseste no coração.

Ajuda-nos a olhar com olhos capazes de compreender sem que o outro peça.

Ajuda-nos a ter um coração grande como o teu, que saiba ir e vir antes que o outro o exija.

Ajuda a nossa amizade, para que não se torne um fechamento, um gueto. Concede à nossa amizade um verdadeiro suspiro de liberdade, a força de resistir nas dificuldades, a coragem de ultrapassar a tendência ao egoísmo.

A vontade de ceder por amor, de amar inclusive para além do erro, de alcançar ao Sumo Amor: perdoar.

Porque somente quando se sabe perdoar, se pode acreditar no amor. Faça com que as nossas mãos estejam sempre estendidas para um gesto de paz.

Faça com que as nossas palavras sejam doces mas também fortes.

Faça com que o nosso sorriso, assim como nossas lágrimas, não sejam uma máscara, mas expressem a profundidade e a verdade dos sentimentos mais sinceros e autênticos. Dá-nos os mesmos sentimentos que tu tiveste. Assim, amaremos com o mesmo coração com o qual nos amas. E nossa amizade será santa.

Amém.

PROMESSA DE JESUS

Jesus, nosso amigo fiel nos promete algo que nos reconforta e acalma:

“Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”.

AÇÃO CONCRETA

Entre em contato com 3 amigos, e manifeste a eles sua oração e 1 sincero elogio!

Vamos continuar nosso retiro online. É hora de clamar ao Senhor a virtude/dom da Obediência!


PALAVRA DE PODER

“Faça-se em mim segundo a Tua palavra!” (Lc 1,38) Rezar terço bizantino

LECTIO DIVINA

“Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha!” (Lc 6,47s)

INTERCESSOR DO DIA

Imaculado Coração de Maria

“A  verdadeira devoção à Santíssima Virgem é santa: Leva uma alma a evitar o pecado e a imitar as virtudes da Santíssima Virgem, principalmente sua humildade profunda, sua contínua oração, sua obediência cega, sua fé viva, sua mortificação universal, sua pureza divina, sua caridade ardente, sua paciência heróica, sua doçura Angélica e sua sabedoria divina. Aí estão as dez principais virtudes da Santíssima Virgem.”

Tratado da Verdadeira Devoção, n.108

MEDITAÇÃO

Maria, mãe da Verdade. Ela acolheu, gestou, protegeu e foi fiel à Verdade. Por sua fidelidade à Verdade, foi coroada Rainha. Pelos méritos da Verdade que se deixou traspassar, foi preservada de toda escravidão do pecado. Ela é a mulher livre! Recomendemo-nos a ela. Permitamos que ela nos geste neste tempo. Recorramos aos seus Conselhos. A mãe do bom Conselho quer nos levar ao seu Filho. Singela e humilde. Silenciosa e fiel. Mãe! “Sub tuum praesidium”:

PC9,n.7

ORAÇÃO

À vossa proteção recorremos santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Doce Coração de Maria, sede a nossa salvação! Faz de mim, um coração obediente como o teu!

PROMESSA DE JESUS

Assuma hoje essa promessa. Mediante a virtude da obediência, somos reconduzidos à experiência de grandes favores do Coração de Jesus. Ele mesmo prometeu:

“Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias”.

AÇÃO CONCRETA

Faça um esforço. Durante, pelo menos durante 1h faça apenas e tão somente o que você sabe que Deus quer que você faça! Chame essa hora de ‘Hora da Santidade’. Quanto mais você repetir, mais santidade você viverá na vida. É assim que obedecemos ao Coração de Jesus!

Continuamos hoje nosso retiro online em preparação para a Festa do Sagrado Coração.


PALAVRA DE PODER

Senhor, meu coração não se levante orgulhoso” (Sl 130,1) – Rezar o terço bizantino.

LECTIO DIVINA

“Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu. Aquele que tem a esposa é o esposo. O amigo do esposo, porém, que está presente e o ouve, regozija-se sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. Importa que ele cresça e eu diminua!” (Jo 3, 27.29s)

INTERCESSOR DO DIA

Santa Faustina Kowalska

Pela humildade o ser humano reconhece diante de Deus quem ele é – com e sem a graça divina. Para Santa Faustina a humildade “é tão só a verdade” (n. 1502) e “a virtude mais cara” (n. 1436) – lembrando outras duas valiosas lições: “a essência das virtudes é a vontade de Deus” (n. 678) e “virtude sem prudência não é virtude” (n. 1106). Humildade e confiança são como dois braços de um mesmo rio: “A alma humilde não confia em si mesma, mas põe toda a sua confiança em Deus” (n. 593).O próprio Jesus pede a humildade e confiança: “…humilha-te profundamente diante de Mim e com grande confiança mergulha toda na Minha misericórdia” (n. 1361), e nos garante: “Às almas humildes favoreço com a Minha confiança” (n. 1220; cf. 1485; 1559; 1602). Há diversas referências à humildade no Diário (cf. nn. 55; 113; 132; 144; 159; 184; 267; 268; 270; 282; 296; 320; 335; 424; 427; 429; 450; 464; 512; 532; 573; 576; 587; 771; 778; 792; 838; 1083; 1092; 1220; 1293; 1306; 1336; 1361; 1415; 1503; 1563; 1564; 1624; 1661; 1701; 1711; 1734; 1767; 1779).

“Jesus me dá uma lição de profunda humildade, e ao mesmo tempo, de uma total confiança n’Ele. O meu coração está reduzido a cinza e pó e, ainda que todos os homens me pisoteiem, eu considero isso como um graça. Sinto e estou tão profundamente convencida de que nada sou, que as verdadeiras humilhações serão um alívio para mim.” (Diário de Santa Faustina, p. 1559)

“Sempre Me és agradável pela humildade. A maior miséria não Me impede de Me unir com a alma, mas onde há orgulho, aí não estou.” (Diário de Santa Faustina, p. 1563)

MEDITAÇÃO

Humildade. A viagem mais desafiadora é aquela que nos leva ao conhecimento de nós mesmos. Naamã saiu da Síria para encontrar o profeta Elizeu, fez uma viagem longa, difícil e penosa: ele estava doente(Cf. 2Reis 5, 1-19).  A lepra na pele era o sinal da lepra da alma: o orgulho. Para ir ao encontro da cura, ele precisou ‘descer de seu pedestal’. Reconhecer nossa identidade nos livra de criarmos uma máscara bonita pra nos fazer ‘independentes’ do Senhor. Deus resiste ao soberbo(1Pd 5,5). O Avivamento verdadeiro brota de um coração humilde. A decisão de ser humilde ainda não é humildade até que a pessoa se coloque a caminho, na estrada do arrependimento sincero. Levantando toda vez que cair. Reconhecendo que só o Senhor pode realizar a Obra Nova que tanto sonhamos.

(PC18,n.4)

ORAÇÃO

Ó Jesus, manso e humilde de coração,                 ouvi-me.
Do desejo de ser estimado,                       livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser amado,                            livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser conhecido,                     livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser honrado,                        livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser louvado,                         livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser preferido,                       livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser consultado,                   livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser aprovado,                      livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser humilhado,                     livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser desprezado,                    livrai-me, ó Jesus.
Do receio de sofrer repulsas,                    livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser caluniado,                       livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser esquecido,                      livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser ridicularizado,              livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser infamado,                        livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser objeto de suspeita,     livrai-me, ó Jesus.

Que os outros sejam amados mais do que eu,                 Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros sejam estimados mais do que eu,            Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído,                                                                                                                                             Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado,                                                                                                                                                                                       Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas,                                                                                                                                                                                         Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne o mais santo quanto me for possível,                                                                                     Jesus,  dai-me a graça de desejá-lo.

Amém.

PROMESSA DE JESUS

“Farei reinar a paz em suas famílias!”

AÇÃO CONCRETA

Pedir perdão a alguém que magoei. Perdoar quem me ofendeu.

1º. Dia – CONCEDE-ME SENHOR, O DOM DA FÉ!


SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI
PALAVRA DE PODER
Meu Senhor e Meu Deus! (Jo 20,28) – Rezar o terço bizantino.

LECTIO DIVINA

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bege o meu sangue permanece em mim e eu nele!” (Jo 6,54-56)

INTERCESSOR DO DIA
SANTA TEREZINHA DO MENINO JESUS


Durante a Santa missa teve a inspiração de oferecer-se ao amor misericordioso de Deus.
Foi no dia 9 de Junho de 1895 que durante o Santo Sacrifício da Missa Teresa se oferece ao amor misericordioso de Deus. Espontaneamente, sem formulas e poucas palavras.
Irmã Genoveva, sua irmã Celina, dá detalhes desse momento inesquecível:
“Saindo dessa Missa, ela me puxou atrás de si, à procura de Nossa Madre; parecia estar como que fora de si mesma e não falava comigo. Enfim, ao encontrar Nossa Madre Inês de Jesus pediu-lhe permissão para se oferecer comigo, como vítima, ao Amor Misericordioso”…
Este ato de oferecimento consiste na entrega total, confiante e amorosa ao Amor Misericordioso de Deus, a pessoa se reconhece pequena, “de mãos vazias” e num ato de perfeito amor se oferece a si mesma como oferenda ao Infinito Amor de Deus, para que Ele a invada com torrentes de Misericórdia.
Não podendo, segundo o costume comungar todos os dias, em seu ato de oferecimento ela pede a “tomada de posse Àquele que transforma o pão em seu Corpo com o fim de transformar o comungante n´Ele mesmo”.
“Não posso receber a Santa comunhão com a freqüência que desejo, mas, Senhor, não sois Todo- poderoso?… permanecei em mim, como no Tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa pequena hóstia”…
“Vá sem receio receber o Jesus da paz e do amor”…
MEDITAÇÃO
Jesus na Eucaristia! Contemplemo-lo! Ele, no sacrário vive uma dupla solidão: a que lhe impõem os homens, e aquela que Ele mesmo escolheu. Quantas Igrejas e capelas, por indiferença e ingratidão dos homens, mais parecem um deserto. Por outro lado, mesmo uma Igreja lotada, pode demonstrar completa ignorância da presença real do Senhor no Santíssimo Sacramento. Não causaria isso dor ao Seu Coração? E Ele? Silencioso! Condenado ao silêncio? Ele nos ensina que muitas vezes é bom calar, cultivar a vida interior. Na Eucaristia, Cristo está desprendido da vida exterior. Os maiores milagres Ele faz, no silêncio! Que nossa adoração seja capaz de fazer calar em nós as vozes exteriores, para fazer gritar o silêncio eucarístico que ecoa de Seu Coração Ferido . “Buscai ao Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto!” (Isa 55,6).
(PC5,n13)
ORAÇÃO
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus, compadecei-vos de nós.
Senhor, tende misericórdia de nós.
Jesus, ouvi-nos.
Jesus, atendei-nos.
Pai do Céu, e meu Deus, tende piedade de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Pão vivo, que descestes do Céu, compadecei-vos de nós.
Vinho que gera virgens, compadecei-vos de nós.
Sacrifício perpétuo, compadecei-vos de nós.
Oblação puríssima, compadecei-vos de nós.
Maná escondido, compadecei-vos de nós.
Memória das maravilhas de Deus, compadecei-vos de nós.
Verbo feito carne, compadecei-vos de nós.
Hóstia Santa, compadecei-vos de nós.
Cálice de Bênção, compadecei-vos de nós.
Mistério da Fé, compadecei-vos de nós.
Sublime Sacramento, compadecei-vos de nós.
Da vida a mais preciosa, compadecei-vos de nós.
Testemunho do amor Divino, compadecei-vos de nós.
Excesso da liberalidade de Deus, compadecei-vos de nós.
Dulcíssimo banquete, compadecei-vos de nós.
Vinculo de caridade, compadecei-vos de nós.
Doçura espiritual, compadecei-vos de nós.
Refeição das almas justas, compadecei-vos de nós.
Viático dos que morrem na graça, compadecei-vos de nós.
Penhor da futura glória, compadecei-vos de nós.
Sede-nos propício, perdoai-nos, senhor.
Sede-nos propício, ouvi-nos, Senhor.
De recebermos indignos o vosso Corpo Santíssimo, livrai-nos Senhor.
Da concupiscência da carne, livrai-nos Senhor.
Da concupiscência dos olhos, livrai-nos Senhor.
De toda a soberba, livrai-nos Senhor.
De todo o mal, livrai-nos Senhor.
Nós os pecadores, vos rogamos Senhor.
Que vos digneis aumentar a Fé, o respeito e a devoção a tão alto Sacramento, vos rogamos Senhor.
Que vos digneis socorrer-nos para bem receber-vos, por meio de uma confissão bem feita, vos rogamos Senhor.
Que vos digneis livrar-nos de toda a infelicidade, e cegueira do coração, vos rogamos Senhor.
Que vos digneis fazer-nos participantes dos celestes frutos deste Sacramento, vos rogamos Senhor.
Que vos digneis confortar-nos com este celeste Viático na hora da morte, vos rogamos, Senhor.
Filho de Deus, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do Mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do Mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do Mundo, tende piedade de nós.
Ouvi Senhor a minha oração, e chegue até vós o meu clamor.

Oremos: Ó Deus, que neste admirável Sacramento nos deixastes o memorial de vossa paixão, concedei-nos, vo-lo suplicamos, que ao venerar os sagrados mistérios do vosso corpo e do vosso sangue possamos colher continuamente os frutos de vossa Redenção. Vós que vives e reinais por todos os séculos dos séculos. Amem.

PROMESSA DE JESUS
“Darei às almas dedicadas ao meu Coração todas as graças necessárias ao seu estado”
“Abençoarei as casas em que se achar exposta e for venerada a imagem do Meu Coração”

AÇÃO CONCRETA
Exponha hoje uma imagem do Sagrado Coração de Jesus em Sua Casa.

Em tempo de guerra, vence quem tem a melhor estratégia. O ataque mais bem-sucedido acontece quando o adversário não se dá conta do perigo. Aliás, o gosto da vitória é mais requintado quando o inimigo bebe o veneno misturado no vinho. Se alguém quisesse acabar com a soberania de um povo, de um país, talvez a estratégia de destruição incluísse os pontos a seguir:
1. Vendar as consciências. Os meios de comunicação ensinem que a felicidade perfeita só pode acontecer aqui e agora, assim todos buscarão a própria felicidade – a qualquer custo – pois o que conta é ‘gozar a vida’. E o frenesi por saciar as próprias carências sufocará a capacidade crítica, a necessidade de lutar pela verdade verdadeira e pelas coisas que promovam e salvem a vida. A lei do menor esforço suplantará a lei do sacrifício justo.
2. Enfraquecer a autoridade. Dissemine-se a desconfiança geral nos mandatários, elegendo arbitrariamente pessoas desonestas ou de má fama publicamente conhecida. Desta forma, além de dar poder a quem não tem poder sobre si mesmo, seus atos acabariam por legitimar o ilegítimo e proibir o que é vital para o bem público. A autoridade dos pais sobre os filhos seja limitada, vigiada e dissolvida. Os criminosos presos sejam protegidos pelas grades e a sociedade fora das grades se sinta ‘ameaçada’.
3. Inverter os valores: o imoral seja moral; o que é moral seja crime, ter fé seja cafona; fidelidade seja ‘noção subjetiva’. Egoísmo seja chamado de ‘auto-estima’, Vaidade se chame ‘amor próprio’, Libertinagem seja chamada de ‘liberdade’, Prostituição seja ‘meio de subsistência’, Desvio sexual seja ‘opção livre’, demência seja modernismo. Inicie-se tal doutrinamento o quanto antes: na escola mesmo.
4. Dessacralizar a vida. Gerar filhos seja considerado como uma ‘produção em série’: o desejo de ‘ter’ filhos justifique a manipulação genética (mesmo à custa da morte de embriões) e a seleção genética não seja reconhecida como uma nova forma de descriminalização social. Permitam-se às mães matar seus próprios filhos (indesejados), inclusive antes de nascidos. Assim a noção de família e o respeito pelo próprio sangue darão início à corrosão dos valores de raça, nação e humanidade. Quem se opuser seja tachado de anti-progressista.
5. Legalizar a anarquia. Criem-se leis que possam confundir os conceitos até então conhecidos. A liberdade religiosa seja considerada ideologia pró-terrorismo (mesmo o terrorismo emocional). A concepção de ‘direito humano’ proteja apenas o instinto (do prazer, do ter, do poder), e todo aquele que opinar em contrário seja preso ou multado.
6. Sufocar o transcendente. Deus seja banido lentamente, até que – pelo excesso de necessidades criadas no âmbito material – ele seja considerado inútil, desnecessário, antiquado. Ou então busquem a Deus apenas para fazê-lo ‘servo dos homens’, para doar o que os homens pedem e condenado se não obedecê-los. Implante-se uma visão distorcida do sobrenatural.
7. Criminalizar a Igreja Católica: única sobrevivente milenar dos desmandos dos homens. Exponham-se os pecados dos padres e escondam-se suas virtudes. Se é pedófilo, seja dito com o título: ‘padre católico’. Se é assassinada no Amazonas por causa social, seja chamada apenas de ‘missionária’ (e não de freira católica).
Jesus nunca se dobrou diante das pressões políticas de seu tempo. A força política e religiosa de seu tempo o matou e sepultou. Mas a Força Soberana do Pai o Ressuscitou no 3º dia. Prova de que os poderosos deste mundo têm poder limitado. “Não admires os ricos e poderosos, são semelhantes ao gado gordo que se abate!” (Cf. Sl 48). O Cristão consciente e o Patriota lúcido concordam que as imortais palavras do Livro Sagrado urgem escuta em nossos dias: “a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a Palavra da vida!” (Fl. 2,15s). Eis aqui a estratégia antídoto para os pontos que citei acima.
Seu irmão,
Pe Delton Filho

No dia 1 de Maio a Igreja Católica celebra um momento sem precedentes. A primeira vez na história da Igreja, que um Sumo Pontífice Beatifica seu predecessor. A Igreja em João Paulo II, o exemplo de um Beato que marcou profundamente a história da humanidade.
Eu tive a graça de conhecê-lo e encontrá-lo pessoalmente mais de uma vez. Nos anos que vivi na cidade eterna, por motivo de estudos, convivi perto dos efeitos extraordinários deste grande homem. Quando cheguei a Roma pela primeira vez (1996), já estava ciente de que se tratava de um período profundamente importante para a Igreja por causa daquele papa. Na primeira visita à cidade, eu e outros colegas seminaristas fomos à Praça de São Pedro no Vaticano. Fiquei maravilhado com a beleza arquitetônica e ainda mais extasiado quando atravessei os umbrais da Basílica Vaticana, a Basílica de São Pedro! Já dentro do imenso templo, entre as belíssimas esculturas e o clima orante, percebi uma movimentação e algumas portas se fechando. Para nossa surpresa se tratava de uma situação fora do comum, o papa resolveu receber pessoalmente alguns peregrinos poloneses e celebrar com eles a Santa Missa. Não era previsto. Havíamos entrado na Basílica sem nenhum bilhete convite, o que é costume nas grandes celebrações pontifícias. Por providência, lá estava eu, no meio do grupo de poloneses e à minha frente o Sumo Pontífice. Era a primeira vez que o encontrava. Durante a celebração, não entendi uma palavra sequer – tudo em polonês, mas a emoção de estar perto do papa fez valer a pena!
Em várias outras ocasiões fiquei impactado pelo testemunho dele. Ao sair de carro, entre sorrisos e partilha com seu secretário, na época apenas padre, Estanislaw Dziwisz… Nas multidões oceânicas durante as audiências públicas na Praça São Pedro ou na Sala Paulo VI. Morar em Roma trouxe-me o privilégio de ‘acostumar-me’ com uma presença paterna e amiga do Santo Padre João Paulo II.
No ano 2000, Ano Jubilar, várias ocasiões me brindaram a chance de aprender com nosso João de Deus. Durante a JMJ – Jornada Mundial da Juventude, à frente de uma delegação de 75 jovens (25 de Portugal, 50 do Brasil) juntamente com a comunidade canção nova, pude emocionar-me quando na última noite, no campus da Universidade Torvergata, João Paulo II cantou EMANUEL com mais de dois milhões de jovens. O que fazia com que jovens do mundo inteiro (incluindo não-católicos) se acotovelassem para encontrá-lo? Vá a uma JMJ e compreenderás!
Mas foi no dia 4 de Dezembro de 2000, eu com 54 dias de diaconato (fora ordenado em Roma, no dia 12 de Outubro), fui escolhido para servir ao altar de sua Santidade o Papa João Paulo II. Uma emoção única. Tocou-me a função de preparar e entregar-lhe o cálice santo para a celebração. Além disso, pude elevá-lo ao seu lado enquanto o ouvia entoar Por Cristo, com Cristo, em Cristo. Privilégio maravilhoso, emoção inesquecível, sensação indescritível. Ao saudá-lo no abraço da paz, senti-me honrado e responsabilizado por ter estado perto de um homem tão singular. Um santo!
Três anos mais tarde – jovem sacerdote, no dia do meu aniversário natalício, tive a chance de encontrar-me mais uma vez com Karol Wojtyla, papa octogenário, enfermo porém lúcido. Ao entrar em sua sala no Vaticano, saudei-o com palavras em sua língua natal. Ele ficou surpreso com um padre brasileiro balbuciando a língua de sua querida polônia. Seus olhos azuis como o manto de Maria me penetraram bem fundo. Ao beijar-lhe o Anel do Pescador senti pesar sobre meus ombros uma grande responsabilidade: fui alguém que teve a chance de aprender muito com um santo. Não há dúvida, a celebração que imortaliza o dia 1º de Maio é apenas antevéspera do grande dia em que a Igreja declarará Santo o ‘bispo vestido de branco’ que Fátima profetizou e salvou do atentado brutal em 13 de Maio de 1981.
A comunidade Coração Fiel tem João Paulo II como seu inspirador principal. Com ele dizemos a nós mesmos e ao mundo – através dos meios de comunicação: “Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo Salvador!”.
Seu irmão,
Pe. Delton Filho

[Achei muito oportuno o texto escrito pelo meu amigo Pe. Antônio Aguiar, fundador da comunidade da Divina Misericórdia – NIterói-RJ. Boa leitura]

1 – Não tenhais medo! João Paulo II disse essa frase quando assumiu o Pontificado em 1978. Quando eu disser a Deus e a Maria “sou todo Teu”, o Espírito Santo começa a fazer em minha vida tudo o que é da vontade de Deus. Porém, muitas vezes o que Deus quer para mim não é o que eu quero, não é o que eu planejei. Por isso não tenhais medo! Se desejo ser um instrumento de Deus não posso ter medo da cruz e do sofrimento. E a cura para o medo está na confiança à Divina Misericórdia. Medo se cura com confiança.
2 – Abri as portas ao redentor! Não se feche ao Espírito Santo, não queira ter um Deus intimista. Deus quer que você abra o seu coração de tal maneira há não existir mais nenhuma sombra dentro dele. Permita que Deus entre e ilumine cada canto do seu coração. Nossa Senhora nos diz “não ofenda mais o meu filho, Ele já está tão ofendido”. Não se feche. Abra o seu coração. Abri as portas ao redentor! Deixa o Senhor agir
em sua vida.
3- Creia e Adore Jesus na Eucaristia! João Paulo II é o papa da Eucaristia. Como ele, creia e adore Jesus Eucarístico. Os que ficarão até o último instante na batalha final serão aqueles que crêem e adoram a Jesus Eucarístico. A eucaristia é um Sacramento onde Jesus se faz vivo, Corpo e Sangue, Alma e Divindade. Não queira entender a Eucaristia. O sacerdote ao consagrar o Corpo e o Sangue de Jesus nos diz “Eis o mistério da fé!” Mistério não se explica apenas se contempla e adora. Tudo aquilo que se explica deixa de ser mistério.
4- Seja todo de Maria! Se eu for todo de Maria eu serei todo de Jesus. Nossa Senhora não pode ficar escondida. São Luis Grignion de Montfort diz que é mais fácil separa o sol da luz do que separar Maria de Jesus. Ele ainda explica os motivos Deus ter escondido Maria na primeira vinda de Jesus. Segundo Montfort, primeiro porque a Mãe é tão querida que se Ele não a escondesse nós iríamos nos direcionar mais à Mãe do que ao Filho. E também porque na segunda vinda de Jesus, Deus a colocará em linha de frente. Então, tudo o que acontecer até a vinda final de Jesus será pelas mãos da Mãe. João Paulo II, obediente ao pedido da Mãe em Fátima, em 1999 chamou os 5 mil Bispos da Igreja, rezou o rosário e consagrou todo o mundo e a Igreja nas mãos da Mãe. A partir deste dia a Mãe tomou a linha de frente e assumiu o comando. Este foi o cumprimento da profecia que Maria cantou no Magnificat na casa de Isabel. “Todas as gerações me proclamaram bem-aventurada porque o todo poderoso fez em mim maravilhas” (Lc 1,46). E o Senhor nos diz que muitos que não aceitam a Mãe vão ter que admitir que Ela é especial. Este é um dos sinais que nos mostrará que o retorno de Jesus está próximo. Se Maria não fosse importante Jesus não teria vindo por meio Dela, ele escolheria qualquer outro caminho. Vamos abrir o nosso coração, ser todo de Maria e assim Ela nos faz todo de Jesus. Não tenha medo de amar Maria imaginando que estará a colocando no lugar de Deus. Maria não sabe se colocar no lugar de Deus. O lugar de Maria é sempre debaixo da cruz de Cristo em pé, nunca acima Dele. Maria não é deusa, não é maior do que Deus. Maria é uma criatura de Deus como nós, apenas com uma diferença: Pura, Imaculada e toda de Deus.
5- Peça perdão e perdoe sempre! Não tem como ser um seguidor de Cristo sem perdoar e ter a humildade de pedir perdão. Talvez perdoar seja até mais fácil do que pedir perdão porque nos sentimos valorizados quando alguém vem nos pedir perdão. Mas o que precisamos é ter a humildade de pedir perdão. Tomemos como exemplo a humildade de João Paulo II que foi até a prisão pedir perdão e perdoar àquele que tentou tirar a sua vida.
6- Carregue sua cruz com amor e alegria! A vida de João Paulo II nos ensina a carregar a cruz com amor e com alegria. Porém, estar alegre não significa ficar dando gargalhadas. Há muitas pessoas alegres que estão com lágrimas nos olhos, pois a alegria é um estado da alma e não simplesmente algo exterior. Nem todos que estão dando risadas estão alegres e nem todos que estão chorando estão tristes. Uma pessoa pode estar se arrastando, mas está feliz porque conseguiu entende o mistério da cruz. Carregue a cruz, não arraste, não corte pedaços, não faça nenhuma barganha com a sua cruz. Não se deixe seduzir em ir cobrar a cruz do seu irmão achando que a dele é mais leve do que a sua. A tua cruz foi feita no teu tamanho e na tua medida. Se você acha que a sua cruz está pesada, olhe para trás e veja que o outro está carregando uma torra nas costas e nunca disse para Deus que estava pesada demais, porque ele conseguiu carregar com amor e com alegria. Quando eu carrego com amor e alegria eu estou reverenciando Deus, quando eu reclamo estou reverenciando o demônio. Não desanime com os problemas, seja corajoso e cante “Vitória tu reinarás, oh cruz tu nos libertará!” Seja ousado, é pela cruz que vem a vitória. Santo Agostinho diz que quem procura um Cristo sem cruz vai encontrar uma cruz vazia sem Cristo. A cruz é a marca de Deus. Se não tem cruz, não tem sofrimento, não é de Deus. Porque as coisas de Deus são seladas no sangue, no sofrimento. São seladas na dificuldade.
7- Seja sempre uma pessoa de paz! Se alguém vir brigar com você, declare já no inicio: “eu sou da paz”. Sejamos pessoas de paz como foi João Paulo II que durante o seu pontificado sempre demonstrou a preocupação pela paz no mundo sendo audacioso a ponto de intervir diretamente através de escritos e pronunciamentos televisivos.
8- Defenda a vida com a tua vida! Se for preciso, defenda a vida com a tua vida. Lute contra o aborto, se for preciso morrer por uma pessoa, morra. Doe órgãos. Doe a vida dando a sua vida. No ano de 2000 a revista Times, nos Estados Unidos, que costuma todos os anos eleger o homem mais belo, mais elegante, etc., elegeu João Paulo II o homem do ano, porque defendia a vida. “Podemos não concordar com aquilo que ele ensina, mas temos que admitir que é verdade”, justificavam sua escolha.
9- Orai e vigiai sem cessar! Não deixe uma brecha para o inimigo. Se você der uma brecha ele entra. Ele fica rondando, ele não dorme, não tem corpo e não se cansa. Ele fica observando e a hora que você decide descansar ele entra. Portanto, vigiai orai sem cessar. É comum vermos as imagens de João Paulo II com um terço na mão ajoelhado diante do Cristo Eucarístico, ou diante da imagem da Mãe mostrando-nos assim que era um homem de profunda oração e intimidade com Deus.
10- Confie sempre na Misericórdia Divina! Poucos dias antes de morrer, João Paulo preparou um discurso, que após a sua morte foi lido para mais de 130 mil pessoas na Praça de São Pedro. Neste discurso ele escreveu: “que a humanidade acolha e compreenda a Divina Misericórdia”. Esta foi a ultima mensagem que João Paulo II nos deixou. Depois disso, nos braços do Cristo misericordioso, no 1º sábado – dia do Imaculado Coração de Maria – do mês de abri de 2005 – vésperas da Festa da Misericórdia, João Paulo II foi elevado ao céu. Um homem todo de Deus e todo de Maria.
Sejamos audaciosos e corajosos como ele
Quando olhamos para João Paulo II o que vemos? “Sou todo Teu, faça de mim o que o Senhor quiser”. João Paulo se deixava guiar por Deus e aceitava tudo com amor. Também nós precisamos deixar Deus guiar nossa vida e aceitar com amor o que acontece conosco. Precisamos dizer ao Senhor “sou todo Teu”. Precisamos ser como Maria: “eis aqui a serva do Senhor, faça em mim a tua vontade” (Lc 1,38). Tenhamos em nosso coração o desejo de santidade, de amar Maria e sermos misericordiosos.
Tudo na vida passa muito rápido e a Mãe nos diz que está aguardando uma resposta ao que Ela pediu em Fátima. E se a Mãe pediu é por que Ela sabia que poderia contar conosco. O nosso compromisso com Ela nos traz a responsabilidade de aliviar o choro e os espinhos que envolvem o Seu coração Imaculado. O final da história da humanidade pode ser mudado se dissermos para o mundo que todos precisamos rezar mais, fazer mais sacrifícios, convertermos o nosso coração e confiarmos na Misericórdia Divina.

O evangelho de Mateus 4,1 conta que o “Espírito conduziu Jesus ao deserto!”. Há uma verdade extraordinária nestas simples palavras. Quando pensamos em deserto, vem à nossa mente a idéia de um lugar solitário, feio e hostil. Em parte é assim mesmo. Todavia, na Bíblia o deserto é um lugar privilegiado: foi lá que Deus se manifestou ao povo hebreu: revelou seu poder, os alimentou e os livrou da peste, da perseguição e da fome, além de dar os mandamentos (Cf. Êxodo). É também no deserto que Deus sussurra ao coração: “Conduzirei ao deserto e falar-lhe-ei ao Coração! (Os 2,16). É preciso ter a coragem do profeta Jeremias que disse: “Seduziste-me Senhor e me deixei seduzir!”(Jer. 20,7). Essa coragem é muito importante hoje. Exatamente porque temos medo do deserto.

A humanidade hoje tem medo da solidão. Todos tememos estar sozinhos. Porém, se pensarmos bem, nossa trajetória nessa vida se dá rodeada por uma solidão profunda. Nascemos sozinhos. Nosso primeiro choro neste mundo, foi sozinho. Ninguém pode chorar nossas lágrimas ou sofrer nossas dores. Mesmo que alguém esteja ao meu lado na hora da angústia, ninguém pode doer minhas lutas. As minhas dores são só minhas. Solitariamente minhas. Os momentos mais decisivos, decidimos sozinhos. E quando morrermos, morreremos sozinhos. Mesmo que estejamos em meio a um acidente com muitas vítimas, ninguém pode morrer nossa morte. Essa solidão parece assustadora? É aqui que se revela uma grandeza! Nenhuma pessoa humana pode invadir nossa solidão existencial. Isso é assim porque Aquele que nos fez exige e reivindica que apenas Ele possa popular nossa solidão existencial.

A solidão é condição para a oração. Quando estamos sós, temos mais liberdade, facilidade e capacidade de falar com Aquele que é mais íntimo a nós do que nós a nós mesmos (S. Agostinho). Apesar de afirmar que estamos sós, preciso afirmar que não se trata de uma solidão absoluta. Nossa solidão é habitada pelo Senhor, que só pode ser percebido na quietude de quem se deixa seduzir até ao deserto. Lá estamos a sós, mas nunca solitários!

Jesus era uma pessoa madura em todos os sentidos. Por isso não tinha medo do deserto. Por saber estar no deserto, Jesus tinha condições de conviver entre os demais. Só quem aprendeu a mística do deserto sabe saborear a alegria da amizade e da vida social. No deserto temos a chance de nos depararmos com nossa própria verdade. A verdade da nossa própria identidade. Ninguém perde tempo tentando mentir ou fingir se está sozinho no deserto. É por isso que o deserto é lugar de Encontro. Encontro com a gente mesmo. Na sinceridade da vida! Condição para o Encontro com o Senhor Jesus.

Existe uma mística no deserto. E quanto mais fugirmos dele, mais nos tornamos cegos para muitas verdades da nossa própria vida. Só quem conhece a Verdade, de fato pode ser livre! (Jo 8,32). Quem perdeu o medo da solidão tem mais condições de viver a comunhão!

Não fuja do deserto. Se você já está nele, aprenda a olhar o lado bonito e ‘místico’ da coisa. Não tenha medo de abraçar essa solidão para experimentar a Companhia que realmente nos completa. A presença daquEle de quem ninguém pode se esconder!(Sl 138).

Seu irmão,

Pe. Delton Filho

Muitas pragas afligiram a humanidade ao longo dos tempos. Sabe-se, por exemplo, de nações que ficaram ‘de joelhos’, abalados pelo flagelo da peste bubônica, hanseníase, cólera. No passado, muitas dessas epidemias deixaram um rastro de morte e luto porque a medicina ainda não evoluíra o suficiente para erradicá-las. Hoje há outros tipos de doenças. Felizmente, nossa medicina evoluiu muito. Já se ouve falar de outros tipos de terapias além da conhecida alopatia.

Há dois milênios Jesus falou de um tipo de doença que atordoaria a humanidade nos tempos futuros. Ele falou de uma ‘insensibilidade’ que causaria uma apatia generalizada. Nas palavras do Nazareno ouvimos: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis!” (Lc 21,34). Acredito que essa exortação corresponda a uma das realidades mais duras que assistimos nos dias atuais.

Vimos a mobilização mundial em favor do Haiti – coisa muito boa. Da mesma forma o que ocorreu recentemente na tragédia da Região serrana no Rio de Janeiro.  A sensibilização de inteiras nações diante de povos arrasados por furacões e tsunamis. A comoção internacional por homens que passaram semanas soterrados num túnel, nas profundezas da terra. A histeria coletiva que gerou revolta por ver crianças assassinadas pelos próprios pais ou jovens moças assassinadas, esquartejadas e entregues como carne a animais. Tudo isso suscitou muitos sentimentos em todos nós. É bonito ver esse tipo de preocupação. Todavia, de pouco adianta ‘mover o mundo’ por causa de quem está distante se não nos damos conta dos sofrimentos ou carências dos que estão perto, ou mesmo de nós mesmos.

Ainda se vê gente que faz violência e mata por causa de um pequeno acidente no trânsito. Irmãos que não se falam por causa de uma herança deixada.  Vizinhos que se odeiam por causa de um saco de lixo. Famílias inteiras que veneram programas televisivos que exploram todo tipo de banalidades. Casais que se separam por causa de uma suspeita. Fiéis que abandonam a fé por causa de um boato. Até que ponto podemos medir nossa ‘sensibilidade’? Vale a pena olhar para fora e esquecer o que trazemos dentro?

Não somos capazes de mudar o mundo a não ser que possamos melhorar o ‘mundo’ que trazemos dentro de nós. É bom evitar os sofrimentos da humanidade, mas é muito melhor fazer isso sem se esquecer de si mesmo. Nosso coração andará errante e insatisfeito enquanto não encontrar aquela Verdade que cala nossas dúvidas interiores. Há muitas teorias, filosofias e ideologias espalhadas por aí. No entanto nenhuma delas foi capaz de gerar pessoas que se sensibilizaram com os outros sem deixar de cuidar de si mesmos. Nosso país tem vários exemplos: Irmã Dulce, na Bahia. Frei Galvão, em São Paulo. Paulina, em Santa Catarina. Os santos não eram pessoas ‘impecáveis’. Os santos – como disse Nelson Mandela – foram grandes pecadores que não desistiram de lutar. As palavras de Jesus têm força para gerar pessoas desse calibre. Homens e mulheres que ‘choraram com os que choram’, mas não se esqueceram de assumir ‘a própria verdade’, cuidando do ‘mundo interior’ para melhor agir no ‘mundo exterior’. A fé sem obras é morta. As obras sem fé são estéreis. O pior doente é aquele que jura que não o é, mesmo reconhecendo os sintomas que o aflige. Hoje, mais do que nunca, temos de olhar para nós e nos perguntarmos: em que ponto está a minha ‘sensibilidade’?

Seu irmão,

Pe Delton Filho