( 13 de Maio, 2011 – Com. de Lingua Portuguesa, Diocese de Lugano, Igreja de Riazziono-Lugano, Suíça)
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Os documentos das aparições da virgem em Fátima, traduzidos na inspirada canção portuguesa nos diz: “A treze de maio na cova da iria, no céu aparece a Virgem Maria”. 1917. Ela veio do céu, para falar das coisas do Céu, porque Ela é especialista das realidades celestes. A sua morada é Deus, a sua casa é a eternidade. Quando disse “venho do Céu”, fala da sua Pátria, da Terra Prometida, que Ela recebeu em herança de Deus, pela sua Fé. Maria sabe dirigir-se, com autoridade materna a nós que ainda peregrinamos nesta terra rumo à Pátria definitiva. Ela, especialista do Céu, quer nos ensinar a caminhar bem sobre a terra, a fim de que a nossa vida brilhe e seja reflexo do Céu; a fim de que neste mundo, no meio das provações e dos sofrimentos do tempo presente, não se apague o chama da alegre Esperança cristã.Quando Nossa Senhora apareceu à Lúcia e aos seus primos Francisco e Jacinta, com solicitude maternal, previa as feridas e contradições da nossa época. Não foi por acaso que apareceu nos começos de um século ensangüentado pela loucura absurda das duas Guerras Mundiais, século marcado por nacionalismos exasperados, por muitas ideologias atéias e materialistas, que procuravam sufocar a luz da Fé no coração dos homens. Perante a perda do sentido dos valores e a desorientação das consciências, em muitos setores da sociedade, Nossa Senhora indica os princípios não negociáveis, as verdades objetivas de nossa fé, dos quais inevitavelmente se deve partir para fundar uma correta convivência, civil e cristã; para a sobrevivência da vida; da família; do matrimônio, como união estável e fiel de um homem e de uma mulher, da caridade concreta; da dignidade pessoal… Este é o fundo e o ambiente – humano-cristão – no qual se colocam a Mensagem e os acontecimentos da Cova da Iria.
Neste momento tão intenso de partilha humano e espiritual, nos recordamos a visita do nosso beato João Paulo II ao majestoso Santuário de Fátima, em Maio de 2000, para beatificar Francisco e Jacinta, afirmou o Santo Padre: “Partindo de Fátima difunde-se em todo o mundo uma mensagem de conversão e de esperança, uma mensagem que, em conformidade com a revelação cristã, está profundamente inserida na história. Precisamente a partir das experiências vivenciais, essa mensagem convida-nos a rezar assiduamente pela paz no mundo e a fazer penitência para abrir os corações à conversão”. No nosso tempo presente sedento de esperança e de felicidade, com a questão da paz, tantas vezes ameaçada pelo pesadelo do terrorismo? A Virgem Maria responde com seu ensinamento magistral: “fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Com esta mensagem mariana, tão singular, nos voltemos para o Evangelho que ouvimos há momentos. Ele contém uma das revelações mais consoladoras e importantes de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia…Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. (Jo 6, 53-57). Ele deixou a santa Eucaristia pra estar presente, permanecer em nós e nós permanecermos Nele; para continuar com os seus filhos amados, para ser o nosso sustento no caminho e para que sejamos ressuscitados por Ele no ultimo dia.
Continua a canção: “A mãe vem pedir constante oração, pois só de Jesus nos vem a salvação”. Recorreremos por isso a Nossa Senhora, invocando-a para que nos ajude a viver bem cada eucaristia, amar o seu Filho na Eucaristia, encontrar os irmãos na Eucaristia, ser alimentado pela perene força do céu, para está presente especialmente na história dos humildes, dos doentes, dos famintos, dos distanciados de Deus, que são amados por Cristo e com Ele, encontrem coragem, dignidade, esperança. Recorreremos a Nossa Senhora para que eduque os nossos corações e as nossas almas para os gestos de amor e nos ajude a caminhar alimentados, fortalecidos pelo Senhor, que é pão do céu para todos nós.
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