Em cada época o Espírito Santo de Deus, suscita no seio da sua Igreja novos carismas e novos ministérios para o crescimento, fortalecimento e serviço do seu povo, pois cada época a evangelização tem seus desafios.
No IV Congresso Mundial dos movimentos eclesiais e das novas comunidades em Roma, 1998, o papa João Paulo II compreendeu esses Movimentos e Comunidades, como “uma resposta providencial, suscitada pelo Espírito Santo para estes dramáticos desafios atuais”. O papa entendeu que os apelos do Concilio Vaticano II, (1962-1965), sobre a necessidade de um novo sopro do Espírito Santo, um novo ardor missionário, um novo empenho e envolvimento dos leigos e clérigos na vida e missão da Igreja foram respondidos com o surgimento desses novos carismas. “Vós sois esta resposta providencial”, disse o papa.
Nas Novas Comunidades, se agregam diferentes estados de vida, vivendo conjuntamente, dentro das mesmas estruturas sendo um só e mesmo carisma (leigos e leigas celibatários e casados ou com estados de vida em definição, também, diáconos e padres). As Novas Comunidades “respondem a necessidade de uma nova evangelização, com um novo ardor missionário, novos métodos e novas expressões, visando os diversos ambientes da sociedade, os católicos e não-católicos. Suas manifestações são múltiplas com riqueza de doutrina e impostação pastoral. Trata-se de uma incrível onda de criatividade pastoral; caminhos novos para o anuncio da Boa Nova do Reino de Deus. É o método de evangelização do nosso tempo” (Dom Alberto T. Correa).
Elas nasceram do encontro com Jesus Cristo. E nós vivemos num mundo mais secularizado e num crescente ateísmo, no qual, muitas pessoas vivem como se Deus não existe. Nesta situação, a realidade das comunidades revela toda a sua urgência e atualidade, levando-nos a experimentar Jesus Cristo vivo no hoje da nossa vida e da história. Sua força de evangelização e atração está na vivencia do “novo mandamento do amor” (Jo 13,34) e no seu modo novo e radical de viver o Evangelho.
Segundo a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, (CNBB – Igreja Particular, Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades, 2009), as Novas Comunidades ressaltam o direito que os leigos tem de engajarem-se na Igreja, que provém do batismo e, apresentam os cinco critérios de eclesialidade:
– o primado dado à vocação universal de todo cristão: a santidade;
– a responsabilidade em professar a fé católica no seu conteúdo integral;
– o testemunho de uma comunhão sólida e convicta com o papa e com o bispo;
– a conformidade e a participação na finalidade apostólica da Igreja: a evangelização, a santificação e a formação cristã dos povos;
– o empenho de uma presença na sociedade humana, a serviço da dignidade integral da pessoa humana.
As Novas Comunidades são verdadeiros canais privilegiados para a formação e promoção dos fieis católicos, que se tornam mais ativos e conscientes do seu papel na Igreja e no mundo; elas amam profundamente a Igreja, inserindo-se com fidelidade na vida das Igrejas locais, sendo fermento, sal e luz e, correspondendo às necessidades da Nova Evangelização.
Com grande abertura ao Espírito Santo e bebendo constantemente nas fontes de Pentecostes, elas são capazes de experimentar, como as primeiras comunidades, (Atos 2, 42-47), uma verdadeira vida de comunhão e relacionamento fraterno profundo, na partilha de bens e enriquecimento recíproco entre os diversos estados de vida. É realmente uma resposta providencial, uma nova forma agregativa, participativa, eficaz e frutuosa para a Igreja e para o mundo.
……………
……………..
Artigo fruto das homilias que fiz em retiro com a Com. Shalom, em Milez-Suíça, 27 de Agosto 2010. Dias cheios da benção de Deus.…………
Deixe uma resposta