Um crônica familiar, crônicas da vida real
Escrevo este fato, rindo bastante: A canção me fascinava, não parava de cantar, os ouvintes eram poucos: o vento e a noite.
Cantava para estes com o meu primeiro violão, um forte símbolo da minha musicalidade. Num certo momento, como quem não queria nada, demonstrando nos seus passos e em sua fala falta de sobriedade, um bêbado se aproximou de mim, pensei eu que seria mais um dos meus ouvintes a aumentar minha plateia, mas, de forma repentina, interrompendo a canção, ele tomou o violão das minhas mãos, me deixou sem escolha, pois se eu forçasse o braço do violão quebraria.
O bêbado saiu depressa, como um ladrão fugitivo e foi para os fundos da casa com meu violão. Meu pai, meu herói, entra em cena: você nem imagina, que cena. Ele vai dentro de seu quarto e pega o seu facão, como uma espada de defesa, e sua lanterna e vai atrás do bêbado, e ao vê-lo mete a luz da lanterna na cara dele, como nas caçadas que costumava fazer, e disse com voz forte ao bêbado: devolve o violão do menino. Ele devolveu na hora e saiu xingando.
Meu pai ao me devolver o violão me disse: toma o violão Geraldo, como é que você vai dar atenção pra um bêbado desse jeito!
A humildade do meu pai lhe inspirava bravura na hora certa. Ele é sempre um exemplo para mim.
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