Existem pessoas que vivem a fé cristã de maneira exemplar enquanto estão exercendo alguma tarefa na Igreja. São comentaristas, catequistas, padres, religiosas, líderes de movimento etc. Enquanto estão à frente do grupo são pessoas que todos gostaria de imitar por seus exemplos de virtude. Mas pergunte aos seus familiares como é este cristão em sua própria casa e você terá uma desagradável surpresa. O ambiente familiar é ótimo para tirar as máscaras que conseguimos utilizar em nosa vida pública. Quem convive conosco todos os dias sabe melhor quais são nossos verdadeiros defeitos e nossas reais virtudes.

Lembro da minha primeira infância na cidade de Brusque, em Santa Catarina. O pão na casa da vizinha, a mãe do Júnior, era muito melhor. Na verdade era exatamente o mesmo pão. Apenas que a vizinha deixava a fatia aberta com a manteiga aparecendo e a minha mãe costumava cortar a fatia ao meio e fechar. Bobagem. Toda criança come de quase tudo quando está fora de casa. Somos acostumados desde pequenos a achar que o que temos em casa não é o melhor. NOs acostumamos às pessoas e não vemos nada de extraordinário naqueles com quem convivemos todo dia. Resultado: é mais fácil ser cristão na casa da vizinha.

Um padre certa vez escandalizou o povo ao dizer que só era padre no altar. Saindo da li era uma “pessoa normal”. Ele não imagina o tamanho da besteira que disse. Provavelmente este sacerdote rapidamente se acostumou às coisas de Deus e passou a não ver mais os milagres operados por suas próprias mãos. Rapidamente nos podemos tornar funcionários do sagrado. É preciso ser cristão, padre, relgiosa, agente de pastoral, leigo… em todo lugar. Mas o desafio maior da evangelização nao está muito além do jardim de sua casa. Começar por ali certamente será um ótimo começo.

Um dos comentários inteligentes que li em meu BLOG hoje diz que meus livros são bastante simples e que minhas postagens denotam uma cultura maior. Pergunta se tenho projeto de livro mais denso e completo. Na verdade que leu os livros do Pe. Joãozinho não leu todos os meus livros. Em alguns livors mais densos coloco o nome que recebi no batismo: João Carlos Almeida. É o caso de “Livres para amar” e “Teologia da Solidaridade”, ambos por Edições Loyola. Este último é minha primeira tese de doutorado (As outras duas, em Roma e na USP ainda pretendo publicar). São livros chatos de assuntos importantes que só daria como penitênica para pecadores realmente grandes (rs).