Existem pessoas que vivem a fé cristã de maneira exemplar enquanto estão exercendo alguma tarefa na Igreja. São comentaristas, catequistas, padres, religiosas, líderes de movimento etc. Enquanto estão à frente do grupo são pessoas que todos gostaria de imitar por seus exemplos de virtude. Mas pergunte aos seus familiares como é este cristão em sua própria casa e você terá uma desagradável surpresa. O ambiente familiar é ótimo para tirar as máscaras que conseguimos utilizar em nosa vida pública. Quem convive conosco todos os dias sabe melhor quais são nossos verdadeiros defeitos e nossas reais virtudes.
Lembro da minha primeira infância na cidade de Brusque, em Santa Catarina. O pão na casa da vizinha, a mãe do Júnior, era muito melhor. Na verdade era exatamente o mesmo pão. Apenas que a vizinha deixava a fatia aberta com a manteiga aparecendo e a minha mãe costumava cortar a fatia ao meio e fechar. Bobagem. Toda criança come de quase tudo quando está fora de casa. Somos acostumados desde pequenos a achar que o que temos em casa não é o melhor. NOs acostumamos às pessoas e não vemos nada de extraordinário naqueles com quem convivemos todo dia. Resultado: é mais fácil ser cristão na casa da vizinha.
Um padre certa vez escandalizou o povo ao dizer que só era padre no altar. Saindo da li era uma “pessoa normal”. Ele não imagina o tamanho da besteira que disse. Provavelmente este sacerdote rapidamente se acostumou às coisas de Deus e passou a não ver mais os milagres operados por suas próprias mãos. Rapidamente nos podemos tornar funcionários do sagrado. É preciso ser cristão, padre, relgiosa, agente de pastoral, leigo… em todo lugar. Mas o desafio maior da evangelização nao está muito além do jardim de sua casa. Começar por ali certamente será um ótimo começo.