Existem pessoas que vivem a fé cristã de maneira exemplar enquanto estão exercendo alguma tarefa na Igreja. São comentaristas, catequistas, padres, religiosas, líderes de movimento etc. Enquanto estão à frente do grupo são pessoas que todos gostaria de imitar por seus exemplos de virtude. Mas pergunte aos seus familiares como é este cristão em sua própria casa e você terá uma desagradável surpresa. O ambiente familiar é ótimo para tirar as máscaras que conseguimos utilizar em nosa vida pública. Quem convive conosco todos os dias sabe melhor quais são nossos verdadeiros defeitos e nossas reais virtudes.

Lembro da minha primeira infância na cidade de Brusque, em Santa Catarina. O pão na casa da vizinha, a mãe do Júnior, era muito melhor. Na verdade era exatamente o mesmo pão. Apenas que a vizinha deixava a fatia aberta com a manteiga aparecendo e a minha mãe costumava cortar a fatia ao meio e fechar. Bobagem. Toda criança come de quase tudo quando está fora de casa. Somos acostumados desde pequenos a achar que o que temos em casa não é o melhor. NOs acostumamos às pessoas e não vemos nada de extraordinário naqueles com quem convivemos todo dia. Resultado: é mais fácil ser cristão na casa da vizinha.

Um padre certa vez escandalizou o povo ao dizer que só era padre no altar. Saindo da li era uma “pessoa normal”. Ele não imagina o tamanho da besteira que disse. Provavelmente este sacerdote rapidamente se acostumou às coisas de Deus e passou a não ver mais os milagres operados por suas próprias mãos. Rapidamente nos podemos tornar funcionários do sagrado. É preciso ser cristão, padre, relgiosa, agente de pastoral, leigo… em todo lugar. Mas o desafio maior da evangelização nao está muito além do jardim de sua casa. Começar por ali certamente será um ótimo começo.

4 Comentários

  1. Simone Teixeira

    Pe. Joãozinho, concordo que não existe lugar para ser cristão. Temos que ser o que somos onde quer que estejamos, mas, como diz um grande amigo “onde tem ser humano, tem rolo”… Toda convivência profunda, saja família, ministério, comunidade têm suas dificuldades de relacionamento. A diferença entre cristãos é que devemos estar sempre abertos ao perdão e não julgar o outro e nem a nós mesmos. Quem busca a Deus com sinceridade de coração, acaba recebendo “um recado” de Deus, quando está fazendo algo que não condiz com o que Ele quer de nós.
    Quanto ao Padre que se disse uma pessoa normal ao sair do altar… Creio que pudesse estar querendo dizer que o sacerdote é um ser humano, passível de falhas e não um “super-homem”. Já vi muita gente se assustar por encontrar um sacerdote no supermercado…
    Eu sei que vocês são sacerdotes para sempre e em qualquer lugar, mas isto não significa que não tenham falhas e que não tenham que se confessar com outro sacerdote e não precisem de ajuda e de orações. É difícil ser tratado como ET…

  2. Maria Inês

    Pe. Joãozinho,

    A Simone disse o que pensei em escrever… acrescento que a única garantia para ser Cristão sempre, é viver o momento presente na Vontade de Deus, ai pronto, quando pisei na bola,( e piso sempre..!) a misericórdia divina diz que inteligente, é dar meia volta, e recomeçar a “Amar” … ” Amar a Deus e o próximo como a ti mesmo” Que aventura divina, a vida se transforma!
    Inês

  3. Nilda Umbelina Da Silva

    Pe. Joãzinho boa noite,que bonito seu comentário, sou missionária e mais ou menos sei o que é isso, acho que DEUS quando nos chama para uma missão temos que comprir e dar o nosso testemunho de cristãos, pois quanto mais é dado mais será cobrado.Hoje a minha vontade é só fazer a vontade daquele que me enviou e amar,sofrer e levar minha cruz ´com muita fé, misericordia e esperança!!! Rese por mim para que eu persevere sempre o amor que eu tenho por Jesus le admiro muito um abraço…………………

  4. Fábio Costa

    Padre Joãozinho, paz e bem. Em primeiro lugar, parabéns pelo blog. Seus textos abordam, de forma direta e objetiva, questões concretas do cotidiano, com muita sabedoria. Sobre este seu comentário específico, infelizmente há muitas pessoas não conseguem levar para sua casa, sua comunidade, aquilo que pregam na igreja. É como uma certa mãe que participava ativamente de grupos de oração e estava sempre envolvida em alguma atividade religiosa, dando quase nenhuma atenção ao filho pré-adolescente, que, sentindo-se desprezado, começou a ficar rebelde na escola como forma de chamar a atenção. Lembro-me de ter ouvido Pe. Zezinho dizer certa vez que nossa prática religiosa deve ser como uma cruz: para cima (buscando o transcendente) e para os lados, a realidade à nossa volta. É preciso buscar esse equilíbrio, o que nem sempre é fácil.

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